Tribuna Ribeirão
Cultura

RP promove o 28º Encontro de Reis

O 28º Encontro Nacional de Folia de Reis, um dos mais tra­dicionais eventos do Brasil, será realizado neste domingo, 26 de janeiro. Organizado pela pre­feitura, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, pasta co­mandada pela bailarina Isabella Pessotti, o evento será na praça José Rossi, na Vila Virgínia, das oito às 21 horas, e a expectativa é receber cerca de 20 mil pessoas, mesmo público do ano passado. A entrada é franca.

As festividades contarão com a presença de mais de 25 companhias e congadas de vá­rias localidades do Brasil – São Paulo, Minas Gerais, Goiás e outras – que vão entoar diver­sas canções e rezas em home­nagem aos três reis magos Gas­par, Melchior (ou Belchior) e Baltazar – o Dia de Santos Reis foi celebrado em 6 de janeiro, mas a festa em Ribeirão Preto será neste final de semana.

Neste sábado (25) que ante­cede a festa, serão realizados os últimos ajustes, como a instala­ção das tendas e dos banheiros químicos para atender ao públi­co. No domingo, as festividades começam com a celebração da Santa Missa pelo padre Alexan­dre de Souza, da Paróquia Nossa Senhora da Penha, no Jardim Piratininga, na Zona Oeste, com a cerimônia da bênção das ban­deiras de reis, Nossa Senhora Aparecida (padroeira do Brasil) e de São Sebastião (padroeiro de Ribeirão Preto).

Logo em seguida, às 10h30, será a vez do hasteamento das bandeiras. Às onze horas, co­meçam as apresentações musi­cais – não se limitam apenas ao palco – que se estendem durante todo o dia com cerca de 25 com­panhias de reis e congadas. O evento também será marcado pela tradicional encenação do presépio com o Grupo de Teatro de Reisado, dirigido por Carmi­nha Rezende, composto por 30 atores. Os músicos ainda vão percorrer as casas do bairro – vi­sitam as famílias em coro, onde são recebidos com comes e be­bes típicos da data. Às 17 horas, fará uma encenação na praça. O evento deve terminar por volta de 21 horas.

Durante o encontro, os fo­liões conferem o resultado de trabalhos desenvolvidos o ano inteiro com a comunidade, tais como visitação às escolas para ilustrar trabalhos de pesquisas com alunos, igrejas em ativi­dades religiosas, convenções e eventos com convidados para apresentação da cultura po­pular e trabalhos assistenciais auxiliando entidades filantró­picas. Na cultura do evento, a folia de reis atende aos pedi­dos de devotos para pagamen­to de promessas.

Homenageada
Antes, por volta das 16 ho­ras, será realizada a homenagem a patronesse da festa em 2020, Telma Gomes Novato Sant’An­na, professora por 30 anos nas redes particular e pública em Ri­beirão Preto. Atualmente, atua na gestão do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Professor Eduardo Romualdo De Souza, na Vila Virgínia. Foi escolhida por sua participação na organização das festividades nos últimos três anos.

“Sempre participei da cele­bração da Folia de Reis, desde a infância, quando passava as férias de janeiro na casa de meus avós em Santo Tomás de Aquino, em Minas Gerais. Acredito que, mais do que uma festa folclórica, é uma importante manifestação religiosa popular e tradicional”, explicita Telma Sant’Anna. No ano passado, o homenageado foi o comerciante da Vila Virgínia Cristiano Canesin, que participa das festividades como voluntá­rio há mais de 20 anos.

Tema
A bandeira de reis ou es­tandarte foi escolhida para re­presentar esta edição do encon­tro, pois na tradição das folias, constitui o elemento sagrado da companhia e assim é tratada: beijam-na respeitosamente. Por representar os três reis magos, ela deve ir sempre à frente da companhia. No ano passado, o galo foi escolhido – faz a anun­ciação do nascimento de Jesus Cristo. Segundo uma lenda do catolicismo, o galo cantou no dia e horário exatos do nascimento do filho de Deus.

Uma das mais tradicionais comemorações da cultura po­pular folclórica, a folia de reis celebra de maneira diferente o nascimento do menino Jesus e a visita dos três reis magos (Gaspar, Melchior – ou Bel­chior – e Baltazar), reunindo milhares de devotos e voluntá­rios. A festa tem como objetivo resgatar raízes e preservá-las como bem imaterial da cida­de. O encontro oferecerá aos visitantes uma completa infra­estrutura com segurança, ba­nheiros, água e ambulância.

Todo ano a festa oferece muita comida boa. Nas últimas edições foram servidas cerca de duas mil refeições e o cardápio variado tinha arroz, feijão, car­ne, macarronada, salada e, claro, muita fartura, como manda a tradição. Será no Cemei Profes­sor Eduardo Romualdo de Sou­za, com todo o apoio da direção e funcionários da escola.

Os participantes da festa também contarão com uma estrutura com barracas de comida, churrasquinho, arte­sanato e brinquedos espalha­dos no entorno da praça José Rossi. A Secretaria Municipal de Cultura recepcionará os fo­liões como uma tenda na en­trada. Também vão participar o Departamento de Água e Esgotos (Daerp) distribuindo água, a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Tran­serp), Secretaria Municipal de Infraestrutura, Coordenadoria de Limpeza Urbana (CLU) e o Departamento de Fiscalização Geral da Secretaria da Fazenda, além da Guarda Civil Munici­pal (GCM) e a Polícia Militar também estarão presentes.

Estrutura
Os participantes da festa também contarão com uma estrutura com barracas de co­mida, artesanato e brinquedos espalhados no entorno da praça José Rossi. A Secretaria Muni­cipal de Cultura recepcionará os foliões. Outras instâncias da administração municipal con­tribuem para esta festa, como Daerp, Transerp, Secretaria de Infraestrutura, Coordenadoria de Limpeza Urbana (CLU) e o Departamento de Fiscalização Geral, além da Polícia Militar, sempre presente para garantir a segurança do evento.

A história da folia de reis
Festejo de origem portu­guesa, foi trazido para o Brasil ainda nos primórdios da for­mação da identidade cultural nacional e ainda hoje se man­tém vivo nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país. Ligado às comemorações do catolicismo, faz parte do ci­clo do Natal, quando são feitas as comemorações do nasci­mento de Jesus com festas po­pulares como congados, folia de reis, império do divino, rei­nado do rosário e pastorinhas.

Conhecida como reisado, também tem caráter folclórico (espécie de folguedo). Segundo a tradição católica, no momento que os reis magos avistaram no céu a Estrela de Belém, foram ao encontro de Jesus e levaram incenso, ouro e mirra. Por trás dos presentes levados havia uma simbologia: a realeza (ouro), a divindade ou a fé (incenso) e a imortalidade (mirra).

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