Tribuna Ribeirão
Saúde

RP pode fechar o ano com recuo da dengue

Segundo o último Boletim Epidemiológico, divulgado nesta segunda-feira, 17 de dezembro, pela Divisão de Vigilância Epi­demiológica (DVE) da Secreta­ria Municipal de Saúde (SMS), a dengue recuou 94,87% em novembro. A proliferação do Aedes aegypti – mosquito trans­missor da doença, do zika vírus, da febre chikungunya e da ama­rela na área urbana – também estancou no segundo semestre deste ano, e Ribeirão Preto pode fechar 2018 com número menor de vítimas do vetor em compara­ção com 2017.

Entre julho e novembro, o Aedes aegypti fez 25 vítimas na cidade, contra 166 do mesmo período de 2017, queda de 84,9% e 141 ocorrências a menos. Na comparação entre os meses de no­vembro, a queda foi ainda maior, de 94,8%, baixando de 39 para dois, 37 pacientes a menos. Desde o início do ano até o mês passado, Ribeirão Preto acumula alta de 4,1% – são 229 ocorrências contra 220 de onze meses do ano passa­do, com aporte de nove vítimas do mosquito. A quantidade de casos em 2018 representa 93% do total do ano passado, de 246.

Se a tendência deste segundo semestre se confirmar, Ribeirão Preto deve registrar menos casos da doença em 2018. No primei­ro semestre deste ano foram 204 registros, contra 54 do mesmo período de 2017, aporte de 150 casos, alta de 278%. Por isso a Secretaria Municipal da Saúde pede à população para não rela­xar, evite água parada e elimine os criadouros do vetor, princi­palmente agora, quando come­ça a época das chuvas.

Neste ano foram 45 casos em janeiro, 37 em fevereiro, 28 em março, 42 em abril, 35 em maio, 17 em junho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro e dois em novembro. Das 229 pessoas picadas pelo Ae­des aegypti, 76 moram na Zona Leste, mais 60 na Oeste, 46 na Norte, 33 na Sul e 14 na Central. No ano passado inteiro, o vetor fez 246 vítimas, 99,3% a menos que as 35.043 do ano anterior, 34.797 a menos – a quantidade de 2017 é a menor em dez anos. A cidade também tem 1.2766 notificações sob investigação.

Já para a chikungunya não houve nenhum caso confirmado em novembro. No mesmo perío­do do ano passado, duas ocorrên­cias da doença foram confirma­das na cidade. Ribeirão Preto tem oito pessoas com a febre transmi­tida pelo Aedes aeghypti – uma em março, uma em abril, uma em maio, outra em junho, uma em agosto, uma em setembro e duas em outubro. No entanto, fechou 2017 com aumento de 344,4%. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais no ano passado.

Foram notificados e inves­tigados 48 casos de zika vírus neste ano, nenhum confirmado. Não há casos de microcefalia ou febre amarela. Segundo o mais recente Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o índi­ce de infestação predial (IIP), que mede a quantidade de criadouros do Aedes aegypti em Ribeirão Preto é de 2,7%, e a cidade está em alerta contra o vetor. Significa que a cada 100 imóveis, quase três têm focos do inseto. No levantamento de junho a situação era bem pior e o município estava no grupo de risco, com IIP de 5,3%. Fechou 2017 em alerta. Na época, o ín­dice estava em 1,3% – inferior ao de 2016, de 1,6%.

Nesta época do ano em que as chuvas são mais frequentes e faci­litam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças, a Secre­taria da Saúde de Ribeirão Preto pede a conscientização da popula­ção para que faça a vistoria e elimi­nação de focos de água parada em suas residências semanalmente. A diretora do Departamento de Vi­gilância em Saúde e Planejamento da Secretaria Municipal da Saúde, Luzia Marcia Romanholi Passos, explica que na época de chuvas o ambiente fica favorável para o mosquito procriar com muito mais facilidade.

“Todos os recipientes poten­ciais, como uma simples tampi­nha de garrafa cheia de água e outros objetos que podem acu­mular água parada, têm de ser eliminados”. A diretora explica, ainda, os locais onde água pa­rada se acumula nas casas e pre­cisam de maior atenção, como pratos de vasos de plantas, ralos e calhas entupidas, e pede aten­ção redobrada. “Produtos como sal, detergente ou sabão em pó depositados semanalmente nesses locais onde a água fica pa­rada, e a percepção é mais difícil, matam as larvas. Atitudes simples que evitam a proliferação do mos­quito”, orienta Luzia Marcia.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.000 casos
2012 – 217 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 229 casos até o momento

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