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Projeto do trem turístico parado

Ribeirão Preto terá de esperar para tirar do papel o projeto “Trilhos da Mogiana”, que prevê a volta do trem turístico, recuperação de estações e marias-fumaça e está orçado em R$ 4,8 milhões. Cidade não apresentou projeto e não há mais recursos disponíveis.

Ribeirão Preto terá de espe­rar até meados do ano que vem para tirar do papel o projeto “Trilhos da Mogiana”, avaliado em R$ 4,8 milhões e que prevê a recuperação da antiga Estação Barracão, no Ipiranga, na Zona Norte, de linhas e trilhos e de duas Marias-fumaça que estão na praça Francisco Schmidt, no Centro, e na Estação Mogiana. A proposta do presidente da Federação de Conventions & Visitors Bureaux do Estado de São Paulo e do Brasil, Márcio Santiago, era instituir na cida­de o trem turístico, uma manei­ra de gerar recursos e empregos por meio do turismo.

No entanto, nesta sexta-feira, 15 de dezembro, ele foi comuni­cado que o Sistema de Convênios do Governo Federal (Siconv) já direcionou os recursos disponí­veis e Ribeirão Preto não foi con­templada porque não apresen­tou, apesar de estar cadastrada e com grandes chances de con­seguir a liberação. Santiago diz que desde agosto vem tentando conversar com o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), sem sucesso. Eles se encontraram durante um evento que reuniu prefeitos e contou com a partici­pação do ministro do Turismo, Marx Beltrão, para quem foi en­tregue um “pré-projeto”.

No entanto, a prefeitura não inscreveu a proposta no Siconv, segundo Santiago. Agora, todo o dinheiro disponível já foi direcio­nado e novas inscrições só devem ter início em março de 2018. O projeto “Trilhos da Mogiana” foi engavetado no último governo municipal por questões políticas. “Havia outra prioridade política do antigo governo. Quando o atu­al assumiu, resolvemos dar sequ­ência”, explica Santiago.

“Tivemos esse aval do Minis­tério do Turismo (MTur) e depois, em conversa com o deputado Baleia Rossi (PMDB-SP, líder do partido na Câmara Federal) a ver­ba foi autorizada”, explica Santiago, ressaltando que mesmo assim a prefeitura teria de cadastrar a pro­posta no sistema. “Conversamos com secretários próximos ao pre­feito que asseguraram a intenção do governo em dar andamento ao projeto, mas isso de fato não aconteceu. Fizemos os contatos e o custo para o município era zero, a cidade perde com isso”, acrescenta.

Santiago lamenta o fato de ter que recomeçar do zero a cam­panha por verbas federais. “Essa [deste ano, de R$ 4,8 milhões] já foi. O problema é que sempre tem mudanças no governo e não sabemos quem será o próximo ministro do Turismo e qual a equi­pe. Além disso, há nesta semana aquelas prefeituras que apresen­tam projetos de última hora. São uns dez mil projetos. No ano que vem, esses dez mil estarão na nossa frente”, finaliza.

Turismo diz que não há com­provação da verba – Procurado pela reportagem do jornal Tri­buna, o secretário de Turismo de Ribeirão Preto, Edmilson Car­los Domingues, afirma que não houve comprovação da verba do projeto “Trilhos da Mogiana” e da maria-fumaça para Ribeirão Preto e que a pasta trabalha em proposta parecida. “O Conven­tion (Federação de Conventions & Visitors Bureaux do Estado de São Paulo e do Brasil) apontou essa possibilidade e fomos com­provar a verba, mas não houve essa comprovação. Consultamos o deputado Baleia Rossi e ele também não confirmou. Ele nos disse que se fosse prioridade do prefeito Nogueira, ele, Baleia, iria tentar”, disse Domingues.

Em nota enviada ao Tribuna, a assessoria da bancada do PMDB na Câmara Federal diz que “o deputado Baleia Rossi jamais foi procurado pela Secretaria de Turismo de Ribeirão Preto para tratar do projeto ‘Trilhos da Mo­giana’. Ele conheceu a iniciativa por intermédio apenas de Már­cio Santiago. Na oportunidade, Baleia gostou muito da proposta e, por isso, levou o assunto ao ministro do Turismo em Brasí­lia. Ele aguarda a apresentação formal do projeto para trabalhar pela liberação dos recursos”.

Domingues afirma que a Se­cretaria de Turismo quer a revi­talização dos trilhos da Mogiana. “Trabalhamos com um projeto parecido, com reuniões freqüen­tes. Tivemos uma essa semana com o prefeito Nogueira e teremos outra na próxima semana. O pro­jeto foi elaborado pelo Instituto Histórico do Trem. A diferença que ao invés de verba pública, o investimento vem da iniciati­va privada, o que consideramos melhor”, completa o secretário.

Entidades querem reunião com prefeito

O Sindicato dos Hóteis, Bares e Restaurantes de Ribeirão Preto, A Associação das Agências de Viagens de Ribeirão Preto e Região (AVIRRP), o Conventions & Visitors Bureaux de Ribeirão Preto e a Federação de Conventions & Visitors Bureaux do Estado de São Paulo e do Brasil protocolaram na tarde desta sexta-feira (15) uma solicitação de audiência com o prefeito Duarte Nogueira para a discussão dos projetos de turismo em Ribeirão Preto.

Além da questão envolvendo a perda da verba de R$ 4,8 milhões para o projeto da Maria-fumaça, o documento protocolado apresenta outras preocupações do setor, como por exemplo, quanto foi destinado ao turismo nesse ano e quanto será nesse ano; e se há possibilidade do desmembramento de secretarias e a extinção da Secretaria de Turismo. O documento pergunta quais foram as ações “nesses 25% de mandato”.

 

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