Tribuna Ribeirão
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RP não tem plano antiqueimadas

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A secretária municipal do Meio Ambiente, Catherine D’Andrea, afirmou, durante audiência da Frente Parla­mentar contra Queimadas da Câmara de Vereadores, que Ribeirão Preto não tem um plano municipal de combate a esse tipo de ocorrência. A reu­nião ocorreu na manhã desta quinta-feira, 23 de setembro, no plenário Jornalista Orlan­do Vitaliano, do Palácio An­tônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo.

Criada em setembro do ano passado, a Frente Parla­mentar tem como idealizador e presidente Alessandro Mara­ca (MDB), que também presi­dente a Câmara. O objetivo é discutir e implementar ações contra as queimadas no mu­nicípio. A reunião de ontem contou ainda com a participa­ção do diretor do Departamento de Fiscalização Geral da prefei­tura, Antonio Carlos Muniz, e dos vereadores Sérgio Zerbinato (PSB), Marcos Papa (Cidada­nia) e Duda Hidalgo (PT).

A frente é aberta à parti­cipação de todos os 22 vere­adores. A secretária do Meio Ambiente também apresentou dados sobre o total de fiscais que a pasta possui para o se­tor e as multas aplicadas este ano. De acordo com Catherine D’Andrea, os quatro fiscais do setor aplicaram 30 multas este ano – entre janeiro e setembro.

Em Ribeirão Preto, as mul­tas aplicadas variam entre R$ 501 e R$ 2 mil, conforme o ta­manho da gravidade e da área atingida pelo fogo. A secretária não informou os valores ar­recadados com as autuações. Para Alessandro Maraca, a ci­dade precisa urgentemente criar um Plano Municipal de Comba­te e Prevenção às Queimadas.

“Isso precisa ser feito ur­gentemente, pois se o proble­ma existe, a solução também precisa existir. Além disso, apenas quatro fiscais para uma cidade do tamanho da nossa é muito pouco. Também falta investimento tecnológico da prefeitura neste setor”, afirma. A Frente Parlamentar preten­de articular com o Executivo a criação do plano municipal sobre o assunto.

São Paulo e São José do Rio Preto são alguns dos mu­nicípios paulistas que contam com planos de combate as queimadas. Em Rio Preto, a Defesa Civil mapeia, e atualiza anualmente, as áreas de riscos de incêndios em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecno­lógicas (IPT). Em São Paulo, o mapeamento e o monitora­mento abrangem as áreas con­sideradas de risco na cidade.

Apenas proibir o uso do fogo na época mais seca não tem funcionado, sendo ne­cessário instituir regras para adaptar o uso do manejo do fogo ao cenário de mudanças climáticas globais, que podem ser permanentes. Segundo o 9º Grupamento do Corpo de Bombeiros, a quantida­de de incêndios em Ribeirão Preto aumentou 20% nes­te ano em comparação com o mesmo período de 2020.

Para denunciar ações cri­minosas, as pessoas podem ligar para a própria corpora­ção (193), para a Polícia Mili­tar (190) ou para a prefeitura (156). No dia 6 de setembro, a cidade registrou o menor nível de qualidade do ar em 70 anos (“péssima”). Também foi a pior qualidade do ar verificada em todo o Estado. Trechos de ro­dovias foram interditados nos últimos dias por causa do fogo. O número de queimadas no Estado, este ano, já é o maior em dez anos.

De janeiro até 14 de se­tembro, foram 4.769 focos, 12% a mais do que no mesmo período de 2020, até então o ano com mais incêndios (4.264). Nas duas primeiras semanas deste mês, os saté­lites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciên­cia, registraram 1.156 quei­madas no Estado, 171% a mais que no mesmo período do mês passado, quando fo­ram 427 focos. Em julho, já com o período seco avança­do, haviam sido 288 focos.

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