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RP multa 33,6 mil motoristas na pandemia

ALFREDO RISK/ARQUIVO

A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) já contabiliza 33.689 multas aplicadas durante a pandemia do coronavírus na cidade. A média de autuações por agentes da companhia e ra­dares fixos e móveis em 125 dias, entre 19 de março e 22 de julho, foi de 269 a cada 24 horas, cerca de uma a cada cinco minutos.

A informação consta de resposta da empresa a um re­querimento encaminhado pelo vereador Igor Oliveira (MDB), que solicitou o total de multas aplicadas no período. Porém, a Transerp não soube informar o valor que as autuações pode­riam gerar porque não foram cobradas. Desde o começo da pandemia de coronavírus, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) suspendeu – em todo o país – a cobrança.

Na resposta enviada ao parlamentar, a companhia de tráfego e transporte também informa o total de multas aplica­das no mesmo período do ano passado – 19 de março a 22 de julho. Foram 54.991 autuações que resultaram em uma arreca­dação de R$ 10.504.466,77. Ou seja, em 2020 houve uma queda de 38,7% no número de infra­ções, ou 21.302 a menos.

A quantidade de multas aplicadas em Ribeirão Preto aumentou 9,57% no ano passa­do em comparação com 2018. O número de infrações saltou de 153.852 para 168.577, com 14.735 a mais. Foram mais de 14 mil autuações por mês, cerca de 468 por dia, quase 20 por hora (19,5) – no período anterior as médias ficaram bem abaixo (a mensal foi de 12.821, a diária de 427 e a horária, de 17).

A prefeitura de Ribeirão Pre­to possui três radares móveis es­táticos de fiscalização eletrônica – são usados em 15 avenidas da cidade – e um fixo, instalado na avenida Doutor Celso Charuri, na Zona Leste. As cinco aveni­das onde o motorista mais co­meteu infrações em 2019 foram a Marechal Costa Silva (Zona Norte), Presidente Vargas (Zona Sul), Maurílio Biagi (Zona Les­te) Luiz Galvão Cezar (Zona Oeste/Norte) e Costábile Roma­no (Zona Leste).

Desde maio, por causa da queda na arrecadação, a Tran­serp tem enfrentado problemas para o pagamento do salário de seus 177 funcionários. O va­lor da folha mensal, incluindo impostos, encargos sociais e benefícios, é de aproxima-da­mente R$ 1,5 milhão, e é pago até o quinto dia útil do mês subsequente ao trabalhado.

O pagamento referente ao mês de maio chegou a ser fra­cionado e o problema só foi so­lucionado com o repasse de R$ 1,6 milhão pela prefeitura para a quitação. A transferência dos recursos foi feita por meio de decreto depois que a Câmara de Vereadores negou, por duas vezes, o projeto do Executivo que pedia a autorização para repassar R$ 4,8 milhões à em­presa de economia mista.

A Transerp atua em cinco áreas: transporte público, trânsi­to, área azul, pátio de veículos e administração geral. As quatro primeiras atividades recebem verbas ligadas à sua operação, que são taxa de gerenciamen­to do contrato de transpor­te público, multas e taxas de trânsito, venda do cartão de área azul e remoção e estadia de veículos ao pátio de guarda.

Estas receitas foram cedidas ou são repassadas a empresa municipal pela Prefeitura, de forma que o sistema teria ficado equilibrado e mesmo superavi­tário nos três últimos anos. Já a taxa de gerenciamento do con­trato de transporte público está judicializada e, por isso, não está sendo paga pelo grupo conces­sionário, o Consórcio PróUrba­no. O valor atual acumulado da taxa é de cerca de R$ 8 milhões.

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