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RP licita obras na 9 de Julho

A prefeitura de Ribeirão Pre­to, por meio da Secretaria Mu­nicipal de Obras Públicas, abriu licitação para a implantação do corredor de ônibus da avenida Nove de Julho, um dos cartões postais da cidade e que comple­tou 100 anos em 7 de setembro do ano passado.

Com valor estimado de R$ 33.119.257,31, o processo lici­tatório foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) desta quinta-feira, 19 de janei­ro. O prazo para a execução das obras é de 18 meses a partir da assinatura do contrato com a empresa vencedora.

A obra contemplará o res­tauro do pavimento da Nove de Julho entre a avenida Indepen­dência e a rua Tibiriçá, o restau­ro do canteiro central do mesmo trecho, implantação de travessias com acessibilidade para com deficiência nos cruzamentos e implantação de galerias de águas pluviais nas ruas Comandante Marcondes Salgado e São José, ligando a Nove de Julho à Dou­tor Francisco Junqueira.

Quanto aos paralelepípedos, um problema histórico da aveni­da, as obras incluem a escavação no solo de aproximadamente 50 centímetros para a colocação de uma base de concreto. Os paralelepípedos serão recolo­cados sobre essa base para que eles não afundem mais. Esse trabalho permitirá manter a qualidade do pavimento por mais tempo de uso.

Todo o canteiro central será restaurado, preservando os mo­saicos de pedras portuguesas e as árvores, que não serão re­tiradas. Com a obra, será pos­sível implantar acessibilidade nos cruzamentos e retornos da avenida, com rampas de acesso para cadeirantes, piso tátil dire­cional e de alerta indicando os pontos de espera e de travessia.

Licitação do corredor de ônibus prevê ainda a restauração do pavimento e do canteiro central entre a avenida Independência e a rua Tibiriçá

O prazo limite para entrega dos envelopes vai até às 8h45 do dia 23 de fevereiro, mesma data para abertura dos envelo­pes, que acontece a partir das nove horas. A retirada do edi­tal pode ser feita no Departa­mento de Materiais e Licitações – Divisão de Licitação, à rua Jacira nº 50, no Jardim Macedo, das oito às 17 horas (a custo zero – gratuito) ou na íntegra pelo site www.ribeiraopreto.sp.gov.br >Portal da Transparência>.

Esta é a quarta licitação para construção de corredor de ônibus do Programa Ribei­rão Mobilidade lançada em menos de dez dias. O valor total supera R$ 130 milhões (R$ 134.307.451,81). No dia 10, a prefeitura lançou certa­me para as obras do Quadri­látero Central da cidade. O valor máximo estimado é de R$ 26.024.624,07, com pra­zo para entrega de 18 meses.
Em 12 de janeiro, a admi­nistração Duarte Nogueira (PSDB) lançou concorrência referente ao corredor da ave­nida e rodovia Presidente Cas­telo Branco (SPA-307/330), na Zona Leste, com valor máximo estimado em R$ 36.007.249,48.

Na sexta-feira (13) passa­da, a Secretaria Municipal de Obras Públicas lançou con­corrência para implantação do corredor de ônibus na avenida Costábile Romano e ciclo­via na avenida Maurílio Bia­gi. O valor estimado é de R$ 39.156.320,95. A prefeitura ha­via anunciado que lançaria as licitações de quatro corredores de ônibus nos meses de janeiro e fevereiro, completando a re­lação das obras de mobilidade.

O Programa Ribeirão Mobi­lidade – a versão tucana do Pro­grama de Aceleração do Cresci­mento II (PAC da Mobilidade), com investimento superior a R$ 500 milhões – conta com mais de 30 projetos inovadores de in­tervenção viária na cidade.

São R$ 310 milhões em re­cursos financiados pelo governo federal e R$ 190 milhões do Fi­nanciamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) e outras agências de crédito. Ao todo, se­rão implantados onze corredo­res de ônibus em Ribeirão Preto.

Serão 56 quilômetros no total, percorrendo as principais avenidas do município, além de pontes, túneis, viadutos e 25 qui­lômetros de ciclovias que irão proporcionar maior conforto a 4.154.118 usuários do transpor­te público. As mais de 30 inter­venções viárias são planejadas para garantir mais acessibilida­de, segurança no trânsito e qua­lidade de vida à população.

Deste total, 17 obras já foram entregues. No ano passado, fo­ram inaugurados os trechos 1, 2 e 3 do corredor Norte-Sul, o corredor de ônibus da avenida Dom Pedro I (Ipiranga) e o da avenida Presidente Vargas. O corredor de ônibus da avenida Nove de Julho está em licitação.

Além disso, há outras obras em andamento, como o trecho 4 do corredor Norte-Sul, o corre­dor de ônibus da avenida Sauda­de/rua São Paulo, o túnel sob a praça Salvador Spadoni que vai interligar as avenidas Indepen­dência e Presidente Vargas e o viaduto na avenida Brasil, sobre a avenida Mogiana.

A história da Nove de Julho
Considerada um cartão postal da cidade, a centenária avenida Nove de Julho foi planejada pelo prefeito João Rodrigues Guião, em 1921. Os primeiros quar­teirões, entre a Tibiriçá e a São José, foram entregues no cente­nário da independência, em 7 de setembro de 1922, com o nome de avenida da Independência, quando também foi inaugurado o obelisco comemorativo à data.

Ficava no entroncamento da então avenida Independência com a rua Tibiriçá. Posterior­mente, o obelisco foi transferido para a confluência com a atual Independência. A avenida pas­sou a se chamar Nove de Julho em 1934 em homenagem à Revolução Constitucionalista de 1932. No ano de 1949, durante o governo do prefeito José de Magalhães, foram iniciados os estudos para o prolongamento da avenida entre as ruas Sete de Setembro e a atual Indepen­dência.

Avenida Nove de Julho: cartão postal da cidade

Ainda no ano de 1949, a Nove de Julho foi calçada com parale­lepípedos entre as ruas Barão do Amazonas e Cerqueira César, além de receber o plantio de 40 árvores da espécie sibipiruna. Ganhou prestígio na cidade a partir do início da década de 1950. As residências constru­ídas nas proximidades segui­ram, em sua maioria, o estilo moderno.

Durante a década de 1960, a avenida abrigou algumas das principais mansões de proprie­dade da elite econômica da cidade. Com o passar do tempo, foi perdendo suas caracterís­ticas de área residencial. Ao longo dos últimos 20 anos ela se transformou no principal centro financeiro da cidade e região.

É famosa pelas frondosas sibi­pirunas. Mesmo com a transfor­mação que sofreu nos últimos 40 anos a avenida manteve suas características que lembram a década de 1950 – os parale­lepípedos da rua e o calçamento dos canteiros centrais.

Ao longo de seus pouco mais de dois quilômetros, reúne cerca de 30 bancos, entre comerciais e de investimentos, além de seguradoras, consórcios, bares, restaurantes, lanchonetes etc. Um dos principais problemas para a manutenção dos paralelepípedos da avenida é a falta de mão de obra especializada. Os últimos calceteiros se aposentaram.

A via – incluindo seus para­lelepípedos e as pedras por­tuguesas do canteiro central – é tombada desde 2008 pelo Conselho Municipal de Preser­vação do Patrimônio Cultural (Conppac), sendo a extensão do trecho preservado com início na rua Amador Bueno, seguindo até o cruzamento com a avenida Independência.

Outros elementos paisagísti­cos tombados são: o piso das calçadas de mosaico português do canteiro central e as árvores da espécie sibipiruna. Por ser considerada patrimônio histó­rico da cidade, a Nove de Julho não pode ter o projeto original alterado e as obras dependem de autorização do Conppac.

Acirp faz reunião
A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) promoveu nesta quinta-feira (19), na sede da Distrital Sul, uma reunião entre o Secretário de Obras Públicas do município, Pedro Luiz Pegoraro, e os diretores da regional da entidade sobre as obras previstas para a avenida Nove de Julho.

“Duas regiões serão impactadas. A própria Nove de Julho, que é tombada, passará por obras de recuperação e restauro do calça­mento, guias, ilha e calçadas e outra região será das ruas que rece­berão as galerias para escoamento de águas pluviais até o córrego Retiro Saudoso, na avenida Doutor Francisco Junqueira”, diz Carlos Ferreira, gestor de Marketing e Relações Institucionais da Acirp.

“E mesmo sabendo que são intervenções necessárias, de suma importância para a cidade que resultarão em um corredor comer­cial e de trânsito totalmente renovado, precisamos articular com o poder público e preparar os empresarios da região para os impactos de forma a reduzir os prejuízos”, afirma Carlos Ferreira, gestor de Marketing e Relações Institucionais da Acirp.

Os diretores da Distrital Sul devem programar em breve uma segun­da reunião, desta vez com os empresários associados da entidade com negócios na região da Nove de Julho para tirar as principais dúvidas dos comerciantes. A entidade lembra que na terça-feira (10) da semana passada foi publicado outro edital de obras, o da região Central.

“Estamos acompanhando de perto também essa licitação e já esta­mos organizando uma reunião com a prefeitura para poder mediar os interesses do comércio e dos consumidores, esclarecendo os associados e trazendo soluções para a cidade em parceria com o Poder Público”, sinaliza o gestor de Marketing e Relações Institu­cionais da Acirp.

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