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RP já tem 2.096 casos de dengue

Mosquito transmissor da Dengue - Divulgação

Com duas mortes por den­gue hemorrágica confirma­das pela Secretaria Municipal da Saúde, Ribeirão Preto luta para tentar conter o avanço da doença, mas os números do mais recente Boletim Epide­miológico, divulgado nesta quinta-feira, 2 de maio, in­dicam que o mosquito Aedes aegypti faz cada vez mais víti­mas na cidade.

Ribeirão Preto já registrou 2.096 casos de dengue entre 1º de janeiro e 30 de abril, 1.944 a mais do que os 152 do primei­ro quadrimestre de 2018, alta de 1.278,9%, mais de 13 vezes o montante do mesmo perí­odo ano passado. Neste ano, dentre as vítimas do Aedes ae­gypti – mosquito transmissor dos vírus da doença e também do zika vírus e das febres chi­kungunya e amarela (na área urbana) –, 745 são da Zona Leste, mais 453 da Norte, 372 da Oeste, 306 da Central, 209 da Sul e onze sem identificação de distrito.

A média é de 17 novos pa­cientes por dia. Grande parte é do sorotipo 2, que é mais for­te e contra o qual a população não está imune. Há ainda 9.301 ocorrências sob investigação. O número de vítimas do Aedes aegypti na cidade no primeiro quadrimestre já é 673,4% su­perior ao total do ano passado, quando Ribeirão Preto conta­bilizou 271 ocorrências, com 1.825 pacientes a mais.

Somente em abril, a cidade confirmou 621 casos, 1.378,5% acima dos 42 do mesmo mês de 2018, com 579 a mais – qua­se 15 vezes superior.

Neste ano, Ribeirão Preto registrou 241 casos de dengue em janeiro, 542 em fevereiro, 692 em março e 621 em abril. Em 2018, foram 45 ocorrên­cias no primeiro mês, 37 no segundo, 28 no terceiro, 42 no quarto, 35 em maio, 17 em ju­nho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro, cinco em novem­bro e 38 em dezembro.

No ano passado, das 271 pessoas picadas pelo vetor, 90 eram da Zona Leste, mais 73 na Oeste, 51 na Norte, 37 na Sul e 19 na Central, além de um caso sem identificação do distrito. Em 2017, foram re­gistrados 246 casos, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 re­gistros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocor­reu em 2012, com 317.

O secretário da Saúde de Ribeirão Preto, Sandro Scarpe­lini, afirma que o trabalho de combate e prevenção à dengue na cidade está sendo feito sem trégua. São ações diárias, com equipes de Agentes de Com­bate a Endemias nas ruas com campanhas de conscientiza­ção, treinamentos de equi­pes e nebulização frequente e os números estão dentro dos parâmetros aceitáveis, se comparado às demais cida­des do Estado.

“Mesmo diante de todo o esforço que estamos fazendo, os índices de infestação do mosquito continuam muito al­tos, mantendo em risco de epi­demia a cidade”, alerta o titular da pasta. “Pedimos às pessoas que eliminem qualquer foco de água parada em suas casas, onde o mosquito põe suas lar­vas. Somente assim consegui­remos vencer a batalha contra a dengue em Ribeirão Preto”, orienta a diretora do Departa­mento de Vigilância em Saúde de Ribeirão Preto, Luzia Mar­cia Romanholi Passos.

Em 25 de abril, a secretaria confirmou duas mortes por dengue hemorrágica em Ri­beirão Preto. Os pacientes são um homem de 73 anos, hospi­talizado durante 16 dias, por­tador de cardiopatia e que evo­luiu com pneumonia e morreu no dia 22, e uma mulher de 44 anos, também portadora de doenças associadas que estava internada na Unidade de Pron­to Atendimento (UPA) da ave­nida Treze de Maio, no Jardim Paulista, e faleceu no mesmo dia, com diagnóstico definiti­vo do dia 23. Em um dos casos a sorologia já demonstrou ser do tipo 2. O homem morava na Zona Leste e a mulher, na região central. Ribeirão Preto também registrou um caso de febre chikungunya neste ano, em janeiro.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 2.096 casos

  • * O ano está só começando

RP enfrenta alto risco de epidemia
O Índice Predial (IP) em Ribeirão Preto, que avalia a quantidade de imóveis com criadouros do Aedes aegypti – mosquito transmissor dos vírus da dengue e também do zika vírus e das febres chikun­gunya e amarela (na área urbana) – bateu recorde e chegou a 10% na cidade – a cada 100 unidades visitadas, dez têm algum tipo de recipiente com água parada acumulada, ambiente propício para a proliferação do vetor.

A informação é da diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Luzia Marcia Romanholi Passos, com base em dados consolidados após visitas feitas por agentes da Vigilência Epidemiológica (DVE). Ela ressalta que as ações de mobilização promovidas pela prefeitura, aliadas à cons­cientização da população, são os únicos caminhos para evitar as doenças que o mosquito transmite.

Nesta semana, o Ministério da Saúde divulgou o primeiro Levanta­mento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) do ano, que corresponde ao índice de infestação predial (IIP) e mede a quantidade de criadouros do Aedes aegypti. A escala para avaliar a proliferação do mosquito diz que até 1% as condições são satis­fatórias, de 1% a 3,9% já coloca o município em situação de alerta e superior a 4% já há risco de surto de dengue.

Segundo o LIRAa, a quantidade de criadouros em Ribeirão Preto é de 4% e a cidade vive sob o risco de epidemia. Significa que a cada 100 imóveis, quatro têm focos do inseto. No final de 2018 era de 2,7% e o município estava em alerta contra o vetor. No levantamento de junho a situação era bem pior e estava no grupo de risco, com IIP de 5,3%. Fechou 2017 em alerta. Na época, o índice estava em 1,3% – inferior ao de 2016, de 1,6%.

O número de vítimas do Aedes aegypti pode ser quatro vezes maior em Ribeirão Preto e passar de 8,3 mil, segundo a Divisão de Vigi­lância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Um estudo divulgado durante as últimas epidemias indica que, para cada caso confirmado da doença, outros três não são notificados.

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