Tribuna Ribeirão
Saúde

RP já soma 6.880 casos de dengue

Imunizante desenvolvido é voltado para gestantes (Reprodução)

Desde o dia 1º de janeiro e até terça-feira, 31 de março, Ribeirão Preto já somava 6.880 casos confirmados de dengue e a Secretaria Municipal da Saú­de (SMS) investiga mais 18.214 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde. A média de pessoas diagnosti­cadas com o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti fechou o primeiro trimestre em 75 por dia.

Ribeirão Preto já declarou epidemia de dengue, a sexta em onze anos – a população não tem colaborado eliminando os potenciais criadouros do Aedes aegypti e os casos aumentam a cada dia. O secretário munici­pal da Saúde, Sandro Scarpelini, afirma que o trabalho de com­bate e prevenção à doença na ci­dade está sendo feito sem trégua, com arrastões de limpeza sema­nais e intensificação das ações diárias, mesmo com a pandemia de coronavírus

As equipes de agentes de Combate a Endemias estão nas ruas em campanhas de conscientização, treinamen­tos de equipes e nebulização. “Oitenta por cento dos casos estão nas casas das pessoas e a conscientização da população é fundamental. Cada morador deve cuidar do seu quintal, eli­minando focos de água parada para que o mosquito não se desenvolva. Portanto, além das nossas atividades, precisamos muito da participação da po­pulação limpando sua própria casa”, alerta o chefe da pasta.

O Índice de Breteau em Ribeirão Preto fechou janeiro em 13,8% – mede a quanti­dade de criadouros e a infes­tação do Aedes aegypti. A es­cala para avaliar a proliferação do mosquito diz que até 1% as condições são satisfatórias, de 1% a 3,9% já coloca o muni­cípio em situação de alerta e superior a 4% já há risco de surto de dengue. Significa que de cada 100 imóveis, em qua­se 14 há larvas do vetor.

Dos 6.880 casos confirma­dos até agora, 2.622 são de janei­ro, 3.203 de fevereiro e 1.055 de março – caiu 43,3% em relação ao mesmo mês do ano passa­do, de 1.861. São 806 a menos. O número de vítimas do Aedes aegypti está 131,6% acima das 2.971 ocorrências do primeiro trimestre do ano passado, acrés­cimo de 3.909, mas a tendência é que fique abaixo nos próximos balanços, já quem em abril de 2019 foram 4.222 ocorrências.

O total de pacientes em 2020 já está 25 vezes (2.438%) acima dos 271 de 2018 inteiro, com 6.609 ocorrências a mais – em 2017 foram registrados apenas 246 casos. Em 2019, três pesso­as morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica, além de dez casos graves da do­ença – não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus trans­mitidos pelo Aedes aegypti.

Neste início de 2020, foram três mortes na cidade, mas um caso é importado. A menina Maria Gabriela Quintino, de oito anos, morreu em Ribeirão Preto vítima de hemorragia intestinal causada pela den­gue, mas a infecção ocorreu em São Simão. No dia dez fe­vereiro, Denis Bryan Souza Rodrigues, de 10 anos, tam­bém foi a óbito. Foi o primeiro caso autóctone de morte.

Em 18 de fevereiro, Ribeirão Preto registrou o segundo caso autóctone de morte por den­gue hemorrágica e o terceiro na cidade neste ano. Laurindo de Felippo, um senhor de 72 anos que estava internado havia três dias na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC­-UE), não resistiu – esta morte aguarda resultado de exames para confirmação. Segundo o boletim, são sete óbitos que es­tão sob investigação e aguardam o resultado de exames.

Neste ano, a maioria das vítimas do mosquito tem entre 20 e 39 anos (2.275). Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (1.771), jovens de dez a 19 anos (1.161), idosos com mais de 60 anos (889), crianças de 5 a 9 anos (495), de um a quatro anos (225) e menores de um ano (64). Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Leste (1.905), Oes­te (1.902), Norte (1.437), Sul (952), Central (672), e doze não têm identificação de distrito.

Chikungunya
Ribeirão Preto não tem casos de chikungunya, zika vírus e fe­bre amarela neste ano, mas tem dois de sarampo confirmados e investiga mais 13, segundo o Boletim Epidemiológico da Se­cretaria Municipal da Saúde.

RP acumula 130,1 mil casos em onze anos
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009……………………1.700 casos
2010………………….29.637 casos
2011………………….23.384 casos
2012………………………317 casos
2013………………….13.179 casos
2014………………………398 casos
2015……………………4.689 casos
2016………………….35.043 casos
2017………………………246 casos
2018………………………271 casos
2019………………….14.421 casos
2020……………………6.880 casos
* São 2.622 de janeiro, 3.203 de fevereiro e 1.055 de março Total desde 2009: 128.180, mas estudo da SMS aponta que o número seja quatro vezes superior, de 520.660

Ações de combate ao mosquito em RP
As ações desenvolvidas durante todo o ano pelas equipes de agentes de combate às endemias da Secretaria Municipal da Saúde espalhadas pela cidade, consistem em visitas diárias em residências, comércio e indústria, com trabalho de nebulização, identificação de focos (água parada e objetos potenciais) positivos para proliferação do mosquito transmissor da doença, orien­tações à população e ações educativas em escolas.

Os arrastões continuam sendo realizados em todas as regiões da cidade. Durante o ano inteiro, as equipes visitaram mais de 700 mil imóveis. Foram recolhidas também, por meio do serviço da Coordenadoria de Limpeza Urbana, o Cata-Trecos, quase 500 toneladas de entulhos. Já a Secretaria Municipal de Infraestrutura limpou 22 mil bocas de lobo, das 35 mil existentes na cidade, e retirou, até o momento, 4.400 toneladas de lixo.

Também foram retirados, em mutirões, 5.398 pneus e outros materiais potenciais que acumulam água e se transformam em criadouros do mosquito. Desde o ano passado, a Secretaria Municipal da Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, adquiriu um produto inovador para dar suporte às ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças. O Natular líquido é um biolarvicida que mata a larva do mosquito e é aplicado em forma de pulverização em locais de difícil acesso aos agentes de combate de endemias, como ferros-velhos, sucatas, pilhas de materiais inservíveis, entre outros.

Ribeirão Preto acumula 130.165 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em pouco mais de onze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 500 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.

Um estudo divulgado durante as últimas epide­mias indica que, para cada caso confirmado da do­ença, outros três não são notificados. Neste caso, o número de infectados pode chegar a 520.660 pessoas em onze anos. A diretora do Departamen­to de Vigilância em Saúde, Luzia Marcia Romanholi Passos, ressalta que são encontrados e recolhidos muitos criadouros do mosquito nas regiões mais preocupantes da cidade durante o trabalho de campo, que prevê, além do recolhimento do mate­rial, orientação às pessoas.

“A conscientização e ajuda da população são fundamentais para o controle da doença. Portanto, solicitamos aos moradores da cidade que limpem suas casas e seus quintais semanalmente e não deixem acumular água parada, ambiente ideal para o mosquito crescer. Somente assim conseguiremos vencer essa batalha na cidade”, alerta a diretora.

Segundo o Boletim Epidemiológico, Ribeirão Preto registrou 14.421 casos de dengue no ano passado. Os dados foram atualizados em janei­ro, quando chegaram os resultados de exames pendentes de 2019. São 14.150 ocorrências a mais que os 271 de 2018, alta de 5.221%, cerca de 52 vezes superior – a quarta maior marca desde 2009. A cidade também registrou três mortes por dengue hemorrágica.

Ribeirão Preto registrou 259 ocorrências em janeiro, 851 em fevereiro, 1.861 em março, 4.222 em abril, 4.840 em maio, 1.503 em junho, 319 em julho, 80 em agosto, 51 em setembro e outubro, 96 em novembro e 288 em dezembro.

Em 2017, foram registrados 246 casos, o vo­lume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros.

Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos, maior surto da história da cidade), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. Ribeirão Preto também constatou 1.700 casos em 2009 e 4.689 em 2015. Neste ano não há casos de chikungunya, febre amarela, zika e influenza (H1N1, H2N2 e outras variáveis do vírus).

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