Tribuna Ribeirão
Saúde

RP já soma 23 casos confirmados de SRAG

ALFREDO RISK

Ribeirão Preto já registra neste ano 23 casos de síndro­me respiratória aguda grave (SRAG), com três óbitos – um causado pelo vírus H3N2, um não subtipado (sem identifica­ção) e 21 de sar-cov2. São três óbitos, um de cada cepa da in­fluenza. A Divisão de Vigilân­cia Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) também já recebeu 182 notificações em 2020, com pico em março, quando 145 pesso­as procuraram atendimento na rede pública particular.

Todos as suspeitas estão sen­do testadas para coronavírus, causador da covid-19. No ano passado inteiro foram 273 noti­ficações, contra 346 de 2018. Os dados foram publicados nesta sexta-feira, 3 de abril, por meio do Boletim Epidemiológico. Ri­beirão Preto fechou 2019 com 13 mortes por SRAG. São sete óbitos por H1N1, quatro por H3N2 e dois não subtipados. Em 2018, durante quatro me­ses seguidos, a secretaria conta­bilizou 23 mortes por causa de alguma cepa da influenza – a maioria por H1N1 e H3N2.

Em 2017 foram constatadas cinco mortes na cidade, mas em 2016 treze moradores fale­ceram, além de uma em 2015. Em pouco mais de cinco anos, Ribeirão Preto acumula 55 óbitos por SRAG, além de 309 casos confirmados. Em 2019, a cidade registrou 62 casos de in­fluenza de 273 notificados. Des quarta-feira (1º), a cidade conta com o Polo Novo Coronavírus (Covid-19).

A estrutura foi montada no lado externo da Unidade de Pronto Atendimento Doutor Luis Atílio Losi Viana, a UPA da Treze de Maio, no Jardim Paulista, Zona Leste de Ribeirão Preto. Profissionais da saúde em quatro tendas atendem os casos suspeitos de coronavírus. Até as 16 horas desta sexta-feira foram atendidos 64 pacientes, num to­tal de 14 crianças e 50 adultos. Destes, 15 precisaram de atendi­mento médico no local e todos foram liberados.

Nenhum deles apresentava sintomas de síndrome respirató­ria aguda grave. Até a noite dois pacientes permaneciam no polo sob observação. O local presta atendimento médico e pediá­trico 24 horas, exclusivo para pacientes com queixas respirató­rias e febre – principais sintomas da doença – para evitar exposi­ção a outras pessoas. Funciona como centro específico da se­guinte forma: quando a pessoa não apresentar sintomas ou tiver sintomas leves, será encaminha­da para a ala comum.

Os pacientes mais sintomá­ticos seguirão imediatamente para a ala de isolamento (dentro da UPA), de máscara, onde re­ceberão todos os cuidados, me­dicação e serão liberados para casa ou, se o caso for grave, para internação imediata. A estrutura do Polo Covid-19 segue as reco­mendações previstas no proto­colo de atendimento médico do Ministério da Saúde.

O aumento nas internações por SRAG no País nas duas úl­timas semanas, entre 15 e 29 de março, aponta que o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus deve ser maior do que o oficial – uma vez que os testes não foram concluídos e não há indício de um grande surto de outro vírus respiratório. E indica que não são apenas os idosos que apresentam um qua­dro severo.

Nessas duas semanas, de 11.616 internações por SRAG relatadas no sistema InfoGri­pe, da Fiocruz, idosos eram de fato a maioria: 2.830 tinham mais de 60 anos (24% do total). Mas o grupo entre 30 e 49 anos também chama a atenção. Eles representavam 15,5% do total (1.799 hospitalizados). Se forem somadas as pessoas de 50 a 59, a fatia sobe para os mesmos 24% dos mais de 60.

É uma distribuição etária bastante diferente da que ocorre normalmente nas notificações de SRAG no País. Em geral, a síndrome gripal severa sazonal, que traz sintomas como febre alta, tosse e dificuldade de res­pirar, atinge mais fortemente as crianças com menos de 2 anos. No ano passado, nessas mesmas duas semanas, elas respondiam por 55% dos casos de interna­ção (1.062 de um total de 1.910 casos). Já o grupo acima de 60 anos representava apenas 9,8%. Os mais jovens, de 30 a 49 anos, ficaram menos doentes ainda: eram só 6,7% do total.

Neste ano há um número absoluto de hospitalização dos menores de 2 anos próximo ao do ano passado: 902. Mas isso responde por só 7,8% dos casos totais, indicando uma confir­mação da tendência mundial de que o coronavírus afeta menos os pequenos. Os dados totais de internações estão sen­do atualizados diariamente. No balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta quinta­-feira, as duas últimas semanas já somavam mais de 14.265 in­ternações por SRAG no Brasil, mas não foram indicadas faixas etárias. Dessas, o governo con­firmou como coronavírus ape­nas 1.143, mas a maioria dos demais ainda não foi testada ou aguarda resultado.

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