Na última sexta-feira, 8 de fevereiro, o governador João Doria assinou decreto de criação de mais quatro Batalhões de Ações Especiais de Polícia (Baep) no Estado. As novas unidades serão instaladas na capital, Grande São Paulo (São Bernardo do Campo) e no interior do Estado (Presidente Prudente e São José do Rio Preto) e deverão entrar em funcionamento na primeira quinzena de abril. Ribeirão Preto e Taubaté não estão no pacote.
Em 29 de outubro, um dia depois do segundo turno das eleições, o então governador eleito João Doria concedeu entrevista à Rede Globo de Televisão e garantiu que os dois primeiros Baeps de sua gestão seriam instalados em Ribeirão Preto e Taubaté, no Vale do Paraíba. O anúncio ocorreu em meio ao caos que os ribeirão-pretanos viviam após mais um ataque à empresa de transportes e guarda de valores, a Brinks.
O tucano, na época, também prometeu para RibeirãoPreto uma unidade do Departamento de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil. As unidades ribeirão-pretanas seriam instaladas primeiro porque, segundo Doria, os ataques com bombas na cidade, principalmente a empresa e carros-fortes que transportam valores, “são recorrentes”.
“Ribeirão Preto será uma delas porque o problema, infelizmente, é recorrente. Taubaté será a segunda. A terceira nós estamos decidindo. Serão três batalhões especiais, cada um com 300 policiais militares – é a Força Tática e a Rota, é a elite da elite”, declarou. Questionado sobre o prazo para a instalação dos Baeps, Doria informou que isso ocorrerá “no mais curto espaço de tempo possível”.
“Vamos preparar a tropa fisicamente para colocá-la e locá-la exatamente onde ela deverá estar. Mas não será apenas a Polícia Militar, Ribeirão Preto terá também o Deic “, emendou. Desde sexta-feira, quando o governador anunciou a instalação de quatro Baeps no Estado, a reportagem do Tribuna busca explicações junto à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-SP), mas ainda não obteve retorno. O jornal quer saber quando a cidade terá o batalhão e o departamento prometidos por Doria.
O efetivo a ser empregado nessas novas unidades passará por treinamento sob coordenação e aplicação do Comando de Policiamento de Choque (CPChq). Serão aplicadas disciplinas específicas do treinamento das Rondas Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), 2º Batalhão de Choque, 3º Batalhão de Choque, Comandos e Operações Especiais (COE) e Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
Os Baeps foram criados para combater o crime de maneira mais ostensiva no Estado. Nas unidades especializadas, as equipes atuam de forma semelhante aos padrões do policiamento de Choque. Atualmente, há cinco Baeps distribuídos em Campinas, Santos, São José dos Campos, zona Leste da capital e Barueri. Juntas, essas unidades, em 2018, foram responsáveis pela prisão e apreensão de 3.856 criminosos, pela recuperação 371 veículos e por tirar das ruas mais de 3,3 toneladas de drogas e 516 armas de fogo ilegais.