Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro do ano passado, a Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) – ligada à Secretaria Municipal da Saúde – registrou 1.504 ataques de escorpião em Ribeirão Preto (quatro por dia), contra 2.037 de 2023. São 533 a menos e queda de 26,17%.
Ribeirão Preto encerrou 2023 com recorde absoluto de ocorrências envolvendo ataques de escorpião. Pela primeira vez, o total superou a barreira de dois mil casos. A média ficou em cinco por dia. Foram 1.808 em 2022, alta de 12,67% no ano seguinte e 229 a mais. Em 2021 foram 1.639.
No ano passado foram 144 em janeiro, 105 em fevereiro, 148 em março, 98 em abril, 85 em maio, 88 em junho, 105 em julho, 101 em agosto, 134 em setembro, 168 em outubro, 189 em novembro (recorde de 2024) e 139 em dezembro, 50 a menos e queda de 26,46% em relação ao mês anterior.
Recuou 8,55% em relação aos 152 do último mês de 2023. São 13 a menos. Desde 1º de janeiro de 2020 e até o último dia 31 de dezembro foram registrados 8.656 casos em Ribeirão Preto. Junho, julho e dezembro de 2014 e fevereiro e abril de 2018 são os períodos mensais com menos ocorrências: seis em cada.
O ano com menor número de ataques foi 2014, com 128, seguido por 2013, com 144. Em 2020, o primeiro ano da pandemia de coronavírus, foram 1.668, quando muita gente ficou em casa por causa dos lockdowns. Em 2019 ocorreram 1.534.
Desde 2012 – Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e da Devisa. Desde 2012, Ribeirão Preto já registrou 12.093 ocorrências envolvendo escorpiões, duas por dia. Porém, até 2019, quando foram constatados 1.534 casos, não havia ultrapassado a barreira dos três dígitos.
Mortes – Ribeirão Preto fechou 2023 com duas mortes por ataque de escorpião. Um menino de seis anos morreu em 19 de agosto, após ter sido picado por um escorpião dentro de seu quarto, na cama, na Vila Carvalho, Zona Norte da cidade.
Um mês antes, em 19 de julho, uma menina de quatro anos morreu após ataque no Jardim Jandaia, na mesma região. Em doze anos, foram constatados, em Ribeirão Preto, seis óbitos em decorrência de picadas de escorpião: um em 2018, outro em 2020, dois em 2021 e dois em 2023.
Mais comum – A espécie de escorpião mais comum nas cidades é a “Tityus serrulatus”, conhecido como “escorpião amarelo”. Trata-se de um tipo urbano, frequentador de esgotos ou redes pluviais, e considerado o mais perigoso da América Latina. Para não correr risco de morte, a pessoa tem de ser atendida em, no máximo, quatro horas.
É preciso tomar soro contra o veneno e analgésico para aliviar a dor. A Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde informa que em todo caso de acidente com animal peçonhento a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação médica.
Caso seja necessário, o posto ou hospital deverá encaminhar o paciente para avaliação da toxicologia e necessidade de aplicação do soro antiescorpiônico, de acordo com a gravidade. O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões.
O clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Eles habitam o meio urbano e se alimentam principalmente de baratas, portanto, são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo. Escondem-se em calçados e sobem em camas.
O balanço dos ataques em RP
Ataques em 2012 – 158
Ataques em 2013 – 144
Ataques em 2014 – 128
Ataques em 2015 – 267
Ataques em 2016 – 241
Ataques em 2017 – 150
Ataques em 2018 – 815
Ataques em 2019 – 1.534
Ataques em 2020 – 1.668
Ataques em 2021 – 1.639
Ataques em 2022 – 1.808
Ataques em 2023 – 2.037
Ataques em 2024 – 1.504
Total de ataques: 12.093
Fonte: Sinan Net e Divisão de Vigilância Epidemiológica