O primeiro Boletim do Setor Sucroalcooleiro de 2018 do Centro de Pesquisa em Economia Regional da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Ceper/Fundace) traz uma análise da evolução dos valores dos principais combustíveis ao longo do ano passado. Dentre os seis municípios analisados, Ribeirão Preto praticou o maior preço médio no litro da gasolina, de R$ 4,15, seguido de Franca (R$ 4,06).
São Paulo apresentou o menor valor médio da gasolina: R$ 3,88. Em todas as cidades – também entraram na pesquisa Araraquara, Campinas e São José do Rio Preto – foi registrada alta contínua do preço do derivado de petróleo a partir de julho. Com a nova política da Petrobras, os reajustes se tornaram mais frequentes.
No início de 2017, a estatal reduziu o preço da gasolina e do diesel, o que levou à queda dos valores praticados pelos postos de gasolina, permitindo, ainda, o aumento das margens de revenda. O segundo semestre, no entanto, foi marcado por seguidos aumentos, com base na tendência de alta no mercado internacional do petróleo.
Acompanhando a alta do preço do petróleo no mercado mundial, os preços dos três principais combustíveis comercializados no País também aumentaram de preço. Após atingir o patamar mais baixo do ano, em junho e julho de 2017, no final do ano a gasolina e o etanol hidratado registraram o maior valor. O óleo diesel também registrou alta, mas inferior ao do início de ano.
“É interessante notar que o preço do etanol vinha sendo comprimido até 2015, quando ocorreu uma mudança da política de preços da Petrobras, com o governo federal deixando de controlar o preço da gasolina para segurar a inflação. A partir de então, ocorreu uma considerável recuperação no preço do etanol”, aponta o pesquisador do Ceper/Fundace e coordenador do boletim, Luciano Nakabashi. Ele observa que, desde 2013, Ribeirão Preto, Franca e Rio Preto vêm disputando o preço mais alto da gasolina.
Etanol – Araraquara foi o município que apresentou o menor preço do etanol em dezembro (R$ 2,69), enquanto Franca, mais uma vez, registrou o maior (R$ 2,91). “A dinâmica do preço do etanol seguiu de perto a dinâmica do preço da gasolina, o que mostra como o preço da gasolina influencia a dinâmica do preço do etanol”, diz Nakabashi.
Diesel – O Boletim Sucroalcooleiro aponta ainda que o diesel foi vendido pelo maior preço em Campinas (R$ 3,29), enquanto que o menor foi o de São José do Rio Preto (R$ 3,20). Com dinâmica menos semelhante à da gasolina quando comparado ao etanol, o óleo diesel foi o combustível que apresentou alta mais forte nos últimos meses e maior similaridade na evolução do preço nos diferentes municípios analisados pelo Ceper/Fundace.
Álcool ou gasolina? – Nos meses de janeiro e fevereiro de 2017, a gasolina foi mais vantajosa em todos os municípios analisados. Segundo especialistas, o etanol deixa de ser vantajoso quando a paridade de preços chega a 70% em relação ao praticado no derivado de petróleo.
De julho a setembro, o índice retornou a razões inferiores a 70% em todas as localidades, o que deu vantagem para o etanol. Em dezembro, Campinas, Franca e São Paulo registraram razão superior ao teto, revelando vantagem novamente para a gasolina. Já em Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Araraquara, o álcool se manteve com uma relação mais favorável em relação à gasolina.
Petrobras – A Petrobras anunciou um novo reajuste para os combustíveis, com queda de 0,20% no preço do diesel nas refinarias. Os preços da gasolina ficaram estáveis. Os novos valores valem a partir deste sábado, 10 de fevereiro.