O Ministério da Saúde alerta aos pais, mães e responsáveis que vão viajar com os filhos de seis meses a menores de um ano de idade para municípios em situação de surto ativo do sarampo no país, entre eles Ribeirão Preto, que já tem um caso confirmado neste ano e investiga outras 15 suspeitas da doença. A recomendação é que todas essas crianças, nesta faixa etária, sejam vacinadas no período mínimo de 15 dias antes da data prevista para a viagem. Além de proteger, a medida de segurança pretende interromper a cadeia de transmissão do vírus do sarampo no país.
Atualmente, 43 cidades em três estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia) se mantém com surto ativo, ou seja, com crescimento do número de casos confirmados da doença. A chamada “dose zero” não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança. Assim, além dessa dose que está sendo aplicada agora, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ªdose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral mais varicela.
A vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente do planejamento de viagens para os locais com surto ativo do sarampo ou não. Na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS) a tríplice viral está disponível em todos os mais de 37 mil postos de vacinação em todo o Brasil. A vacina previne também contra rubéola e caxumba. Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto diz que o Departamento de Vigilância em Saúde tomou conhecimento da classificação do Ministério da Saúde.
“Em consequência disso, os profissionais desta pasta promoveram uma teleconferência com a Vigilância do Estado de São Paulo e o Ministério da Saúde (inclusive farão outra amanhã – hoje, sexta-feira, dia 9 – o dia inteiro), onde estão sendo discutidas novas medidas e aguardamos orientações”. Para interromper a cadeia de circulação do vírus do sarampo, o Ministério da Saúde em parceria com os Estados e Municípios estão realizando diversas ações, entre elas, o bloqueio vacinal seletivo e ações de rotina de vacinação; e campanhas de vacinação para a população de 15 a 29 anos de idade, esta última, em alguns municípios.
A recomendação do Ministério da Saúde em vacinar as crianças de seis meses a menores de um ano de idade, que irão se deslocar para municípios que apresentam surto ativo de sarampo, deve ser mantida até 90 dias após o último caso confirmado de sarampo. O ministério informará aos estados oportunamente o momento em que a vacinação de crianças menores de um ano de idade deverá ser descontinuada.
Para a interrupção dos surtos de sarampo, a pasta tem recomendado aos estados e municípios: reforçar as equipes de investigação de campo para garantir a investigação oportuna e adequada dos casos notificados; fortalecer a capacidade dos sistemas de vigilância epidemiológica do sarampo; e estabelecer estratégias para a implementação de ações de resposta rápida frente a casos importados da doença.
O Ministério da Saúde registrou, nos últimos 90 dias, entre 5 de maio a 3 de agosto, 907 casos confirmados de sarampo no Brasil, em três estados: São Paulo (901), Rio de Janeiro (5) e Bahia (1). O coeficiente de incidência da doença foi de 0,4 por 100 mil habitantes. O país vinha de um histórico de não registrar casos autóctones desde o ano 2000.
O governo federal enviou aos estados, neste ano, 12,1 milhões de doses da vacina tríplice viral para atender a demanda. Até o momento, diante do atual cenário epidemiológico do sarampo, não está prevista a realização de campanhas adicionais de vacinação contra a doença, em outros locais, considerando que esta ação já está sendo realizada nas áreas onde há circulação do vírus atualmente.
Em Ribeirão Preto, o caso confirmado é de uma criança de um ano de idade. A investigação teve início em junho e a confirmação veio na semana passada.
Atualmente, 15 casos suspeitos estão sendo investigados. No entanto, o secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, pede tranquilidade à população e garante que a cidade não vive uma epidemia da doença.
Ele ressalta que Ribeirão Preto possui uma boa cobertura vacinal. Em 2018, Ribeirão Preto registrou um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência. A cidade possui, atualmente, 36 salas de vacinas que permanecem abertas de segunda a sexta-feira.