O neurocirurgião Carlos Gilberto Carlotti Junior, de 61 anos, foi escolhido nesta quarta-feira, 8 de dezembro, pelo governador João Doria (PSDB), como o novo reitor da Universidade de São Paulo (USP). Ele foi o candidato mais votado nas eleições do último dia 25 e assumirá o cargo em 25 de janeiro de 2022. A socióloga Maria Arminda do Nascimento Arruda será a vice-reitora da instituição.
O mandato é de quatro anos, até 2025. Apesar de ter feito parte da gestão atual, de Vahan Agopyan, como pró-reitor de pós graduação, Carlotti era considerado o candidato da oposição. Uma de suas medidas será implementar uma nova pró-reitoria para cuidar de inclusão e diversidade. Segundo ele, a intenção é unificar ações hoje fragmentadas. “Queremos melhorar a situação de gênero, étnico raciais, para ter uma universidade mais equânime”, afirma.
“Temos consciência da imensa responsabilidade que estamos assumindo, mas com humildade e muita disposição para elevarmos ainda mais a excelência da nossa universidade. Estamos propondo um novo pacto com a sociedade, tanto com o setor público quanto com o setor privado. A USP preza a ética, nós queremos um futuro que seja baseado no respeito e na dignidade e no respeito à ciência. A USP vive e viverá”, diz o reitor.
A chapa “USP Viva”, encabeçada por Carlos Gilberto Carlotti Junior, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), ficou em primeiro lugar na eleição para reitor da Universidade de São Paulo. A votação interna foi realizada em 25 de novembro.
Carlotti Junior e Maria Arminda do Nascimento Arruda receberam 1.156 votos contra 795 da chapa “Somos todos USP”, dos professores Antonio Carlos Hernandes e Maria Aparecida de Andrade. A eleição ocorreu de maneira indireta, por meio da Assembleia Universitária, que é formada por cerca de dois mil representantes de conselhos.
A votação formou uma lista com até três nomes para a escolha do governador João Doria (PSDB). Tradicionalmente, os governadores escolhem o candidato mais votado na lista tríplice. Mas houve duas ocasiões em que o governo escolheu o segundo colocado: em 2009, na gestão José Serra (PSDB); e em 1969, na gestão de Paulo Maluf (então na Arena) durante a ditadura militar.
Ribeirão Preto já teve uma representante na Reitoria da USP: a professora Suely Vilela, candidata derrotada à prefeitura e no ano passado, quando concorreu pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) – vai para o Partido Democrático Brasileiro (PDT) –, foi a primeira mulher a assumir o cargo em 71 anos de USP, em 2005, e permaneceu como reitora até 2009.
Carlotti Junior é neurocirurgião. É professor titular do departamento de Cirurgia e Anatomia da USP de Ribeirão Preto. Ocupou o cargo de diretor clínico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), entre 2006 e 2009.
Foi diretor da FMRP de 2013 a 2016, presidente da Fundação de Pesquisas Médicas de Ribeirão Preto (2016- 2019) e pró-reitor de pós-graduação da USP (2016-2018 e 2018-2021). Já Maria Arminda Arruda é graduada em Ciências Sociais pela USP.
É mestre, doutora e livre-docente em Sociologia, também pela USP. Professora titular de Sociologia da USP. Ocupou cargos institucionais na universidade, entre eles, o de diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (2016-2020) e de pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária (2010-2015).
Em outubro, João Doria confirmou o orçamento recorde de R$ 17 bilhões em 2022 para USP, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), maior valor da história já reservado para as instituições pelo Estado.
Em relação ao orçamento previsto para as universidades estaduais em 2018, o aumento geral para o próximo ano é da ordem de 41%. Com o investimento recorde em ciência, tecnologia e inovação, o governo do Estado garante que as instituições tenham retorno seguro às aulas presenciais em 2022 e investimento em infraestrutura física e tecnológica.