O risco de sofrer um crime violento caiu em 79 dos 139 municípios paulistas (57%) com população maior que 50 mil habitantes. É o que mostra o Índice de Exposição à Criminalidade Violenta (IECV), produzido pelo Instituto Sou da Paz, com base nos indicadores oficiais da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP). Ribeirão Preto, com 694.534 moradores, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ocupa a 81ª posição do ranking de 2018 – era a 99ª mais violenta no ano anterior e, apesar de a violência ter recuado, perdeu 18 posições.
Invertendo o quadro, Ribeirão Preto era a 40ª menos violenta em 2017. Segundo o estudo, no ano passado o IECV Geral ribeirão-pretano foi de 15,7 crimes violentos para cada 100 mil habitantes, contra 16,8 do período anterior, queda de 6,5%. O risco de morte (IECV Letal, inclui homicídios e latrocínios) ficou em 15,5. Além disso, 21 pessoas em cada grupo de 100 mil podem sofrer ataques sexuais como estupro (IECV Dignidade Sexual), aponta o estudo, e 10,7 estão sujeitas a registrar boletim de ocorrência por crimes contra o patrimônio como roubos, roubos de veículos e de cargas (IECV Patrimônio). Em 2016, o índice geral na cidade era de 17,3 para grupo de 100 mil moradores – em 2015 ficou em 13,4 e, em 2014, era de 15,4.
Quatro dos dez municípios que mais reduziram o índice em relação ao ano passado estão localizados na região de Ribeirão Preto – Franca (de 15,3 para 8,6, queda de 43,8%), Olímpia (de 20,4 para 8,8, recuo de 56,9%), Taquaritinga (de 17,2 para 9,3, retração de 45,9%) e São Joaquim da Barra (de 16 para 10,1, baixa de 36,9%). Segundo o levantamento, Jaboticabal, com IECV de 19,6 por 100 mil habitantes, é a 46ª mais perigosa do estado de São Paulo, a pior colocada em termos regionais.
De acordo com a edição mais recente, há um novo município paulista mais violento: Itanhaém, na Baixada Santista, com 48,8. A cidade onde o risco de sofrer um crime é considerado menor é Vinhedo, perto de Campinas, com 5,9 para cada 100 mil habitantes. O que separa a cidade mais violenta da menos violenta do Estado são 25 homicídios, 732 roubos e 52 estupros. A diminuição geral do índice paulista no ano passado pode ser atribuída à continuidade na queda do patamar de homicídios e à redução da quantidade de roubos totais, o que inclui roubos a pedestres, residências e comércios, por exemplo.
Contrasta com a queda, o aumento dos registros de estupro, que no fim do ano chegou a obter quedas mensais, mas fechou 2018 com uma alta total. Um dos fatores que mais explica a discrepância entre as cidades paulistas é a taxa de homicídio observada nelas. Cidades como Itanhaém e Lorena (46,3) chegam a ter um índice por 100 mil habitantes quase três vezes maior do que a média do Estado (18,7). Dos dez municípios mais expostos a crimes violentos em 2018, assim como em 2017, cinco fazem parte da região de São José dos Campos: Caraguatatuba (38,5), Cruzeiro (31,9), Guaratinguetá (40,7), Lorena e Ubatuba (34,5).
A queda mais expressiva entre os municípios em 2018 foi de Vinhedo, com uma redução de 61%. Figuram ainda na lista das dez cidades menos expostas à criminalidade São José do Rio Pardo (6), São Caetano do Sul (6,6), Santa Bárbara d’Oeste (9) e Americana (9,7). O instituto lembra que a atuação da polícia nem sempre é uniforme em todo o Estado, apesar de existirem protocolos para guiar essa atuação.
Além disso, há ainda questões próprias de cada município, como as relacionadas a prevenção e implementação de políticas sociais e fatores socioeconômicos. A Secretaria da Segurança Pública diz que o relatório “revela que as políticas públicas adotadas no combate à criminalidade estão no caminho certo, uma vez que a maioria dos crimes no Estado apresenta redução”. Ressalta que desde o início do ano, esse trabalho tem sido aprimorado com “megaoperações policiais”.
No ano passado, Ribeirão Preto registrou mais homicídios, furtos e roubos em geral e furtos e roubos de veículos, segundo os dados do levantamento “Estatísticas da Criminalidade”, divulgados pela Secretaria de Estado da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP) em janeiro. A atuação das polícias Civil e Militar resultou no aumento da recuperação de carros, motos e caminhões recuperados. Os casos de estupro caíram.
O número de vítimas de homicídios registrados em Ribeirão Preto subiu 15% entre janeiro e dezembro do ano passado, em comparação com 2017, saltando de 40 para 46, seis a mais, quase quatro assassinatos por mês (3,8), um a cada oito dias. Entram nesta conta as mortes com dolo registradas em acidentes de trânsito. A quantidade de latrocínios – roubo seguido de morte – caiu 40% em Ribeirão Preto, de cinco para três na comparação entre os períodos, dois a menos, queda de 40%.
Segundo o levantamento, no ano passado Ribeirão Preto registrou 121 denúncias de estupro, dez por mês, um a cada três dias – 66 envolvendo vulneráveis (crianças ou adolescentes), 54,5% do total. O número geral é 9,7% inferior aos 134 de 2017 (com 74 de menores, 55,2% do total), 13 a menos em 2018. A quantidade de ocorrências envolvendo menores caiu 10,8%, de 74 para 66, com oito casos a menos. Ribeirão Preto fechou 2017 com 134 acusações, 42,5% acima dos 94 do ano anterior, 40 ocorrências a mais. A média mensal saltou de aproximadamente três (um a cada dez dias) para mais de onze (um a cada 72 horas).
Os roubos de veículos aumentaram 1,3%, de 730 em 2017 (média de 60 por mês e dois por dia) para 740 (cerca de 61 por mês e dois por dia), dez a mais. O índice de recuperação de veículos pelas polícias Civil e Militar cresceu 7% no ano passado, de 1.162 em 2017 (média mensal de 97 e diária de três) para 1.244 (ou 103 por mês e mais de três por dia – 3,4), com 82 a mais. Os casos de roubo – quando a vítima sofre ameaça (entram na estatística os de carga e a bancos) – recuaram de 3.715 em 2017 para 3.240 no ano passado (ou 270 por mês e nove por dia), com 475 a menos, queda de 12,8%.