O governador João Doria (PSDB) vai anunciar nesta sexta-feira, 22 de janeiro, mais uma reclassificação extraordinária do Plano São Paulo, sobre as regras de quarentena para o Estado. Na segunda-feira (18), a região do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII), que abrange mais 25 cidades, regrediu da fase amarela para a laranja, mais restritiva. As medidas vão até domingo (24).
Se Ribeirão Preto avançar para a fase amarela, a nova etapa começara a valer na segunda-feira, dia 25. Segundo boletim da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), usado pelo Estado como parâmetro de análise do Plano São Paulo, no dia 15 as cidades do DRS-XIII estavam com ocupação de 70,9% em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na semana anterior era 57,2%.
A taxa dos últimos 14 dias consolidados em 14 de janeiro era de 13,4 vagas de terapia intensiva para cada 100 mil habitantes (era de 11,8 até dia 7). Estes critérios têm peso maior na avaliação. Outros três critérios do Plano São Paulo ajudaram a rebaixar a região para a fase laranja: 251,7 novos casos para cada grupo de 100 mil habitantes (era de 181,4 até a semana passa), 47 internações para cada 100 mil moradores (era de 36,7) e 4,5 novos óbitos por 100 mil pessoas (era de 3,6).
Na cidade de Ribeirão Preto a situação é semelhante. O município tinha 67,5% de ocupação de leitos de UTI e taxa de 13,4 vagas de terapia intensiva para cada 100 mil habitantes; 236,3 novos casos para cada grupo de 100 mil habitantes, 42,2 internações para cada 100 mil moradores e 6,4 novos óbitos por 100 mil pessoas.
Houve mudanças em relação às restrições de atividades na fase laranja, onde estão cidades de dez dos 17 Departamentos Regionais de Saúde (31% da população do Estado), entre eles o de Franca – Barretos segue na amarela, que tem seis DRS’s, (67% dos paulistas).
Academias, salões de beleza e cabeleireiros, barbearias, restaurantes, cinemas, teatros e parques estaduais e municipais passaram a funcionar na fase laranja. Em Ribeirão Preto, segundo o secretário da Casa Civil, Ricardo Aguiar, duas leis municipais, aprovadas na Câmara de Vereadores no ano passado e promulgadas pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB), consideram os serviços de academia e salões de beleza e similares essenciais.
Mesmo assim, só podem abrir oito horas por dia e com capacidade máxima de 40%, e não de 60%, como diz a lei. O comércio tradicional de rua e dos quatro shopping centers de Ribeirão Preto – RibeirãoShopping, Santa Úrsula Shopping, Shopping Iguatemi e Novo Shopping – atendem no máximo até oito horas por dia, com 40% da capacidade máxima prevista em alvará.
Todas as demais atividades liberadas podem funcionar por até oito horas diárias, e não mais apenas quatro, e a capacidade de público também sobe de 20% para 40%. Porém, os estabelecimentos devem encerrar o atendimento presencial às 20 horas. Nos restaurantes e lojas de conveniência, a venda de bebida alcoólica também é permitida até as 20 horas.
Após este horário, podem atender nos sistemas “take out (pegue e leve)”, “delivery (entrega em domicílio)” e “drive thru (entrega sem descer do carro)”.
O consumo local em bares é proibido, mas se o estabelecimento servir refeições com atendimento em mesas, mantendo o distanciamento de 1,5 metro, também poderá atender até as 20 horas. Atendimento no balcão está proibido.
Um DRS, o de Marília, com 2% da população paulista, está na fase vermelha, na qual só podem funcionar os serviços essenciais. Nesta faixa podem abrir apenas estabelecimentos que prestam serviços essenciais como supermercados, padarias, açougues, bares, lanchonetes e restaurantes (desde que não haja consumo no local), farmácias, drogarias, bancos (seguindo as regras de distanciamento e higienização), postos de combustíveis, serviços de limpeza, segurança, transporte (ônibus, táxis e aplicativos) e abastecimento.
A fase amarela atual permite 40% de ocupação presencial para todas as atividades liberadas, incluindo parques estaduais, e expediente geral de até dez horas diárias. O atendimento presencial tem de ser encerrado às 22 horas em todos os setores. Nos bares, as portas devem fechar ao público mais cedo, às 20 horas. Atividades não essenciais que geram aglomeração, como festas, baladas e shows continuam proibidas.
A região do DRS XIII é formada por Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba, Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, Luis Antônio, Monte Alto, Pitangueiras, Pontal, Pradópolis, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa de Viterbo, Santo Antônio da Alegria, São Simão, Serra Azul, Serrana e Sertãozinho.
Manifestação pede revisão do Plano SP
A Associação de Bares e Restaurantes de Ribeirão Preto (Abrasel RP) participou, na tarde desta quinta-feira, 21 de janeiro, de uma manifestação organizada por um grupo de empresários de Ribeirão Preto contra o retrocesso da cidade da fase amarela para a laranja do Plano São Paulo, onde deve permanecer por mais uma semana.
O anúncio será feito nesta sexta-feira (22). O protesto foi realizado na Esplanada do Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. O movimento reivindica ao governo do Estado a revisão do Plano São Paulo, que colocou a região do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII) na fase laranja e proibiu o atendimento presencial em bares, além de reduzir o horário dos restaurantes.
Segundo Renato Munhoz, presidente da Abrasel RP, os bares não são os vilões da propagação do vírus. Ele afirma que todos os associados são orientados a cumprir à risca todas as orientações de prevenção recomendadas pelo governo e que o setor não suportará mais tempo sem funcionamento.
“Estamos pagando uma conta que não é nossa! Já fomos duramente afetados no início da pandemia com quase cinco meses de fechamento. Obrigados a fechar agora, não vamos conseguir reabrir e muitos empregos serão perdidos”, reclama.
O problema é a ocupação de leitos, independentemente de quem seja o culpado pela propagação do vírus. Pelo número atual de ocupação de leitos de Unidade e Terapia Intensiva (UTI), Ribeirão Preto e as 25 cidades da região devem permanecer na fase laranja.
Os novos critérios de avaliação de indicadores de internações, ocupação de leitos e mortes levou o governo a endurecer a possibilidade de progressão de qualquer região novamente à fase verde do Plano São Paulo, que permite a maioria das atividades não essenciais com menos restrições de horário e público.
Cada região passa a precisar alcançar 30 internações por 100 mil habitantes e três mortes por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, além de passar 28 dias seguidos na fase amarela antes de avançar. Os critérios de saúde na fase laranja também ficam mais rígidos. O limite máximo da taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) passa de 75% para 70% em cada região.
Os horários da fase laranja do Plano SP
– Comércio em geral
Oito horas por dia
De segunda a sábado
Entre 6 e 20 horas
Capacidade: 40%
– Shopping centers
Oito horas por dia
De segunda a domingo
Entre 6 e 20 horas
Capacidade: 40%
– Bares
Atividade não permitida
Em Ribeirão Preto
Refeições: em mesas, com
distanciamento de 1,5 m,
pode atender até as 20 horas
Balcão: proibido
– Restaurantes e lojas de conveniência
De segunda-feira a domingo
Oito horas por dia
Entre 6 e 20 horas
Limite: 20 horas
Venda de bebida alcoólica
Até as 20 horas
Capacidade: 40%
– Permanência de clientes
Até as 20 horas
– Academias
Das 6 às 20 horas
Capacidade: 40% do
previsto em alvará
– Salões de beleza e estética
De segunda a sábado
Das 6 às 20 horas
Capacidade: 40% do
previsto em alvará
– Parques, cinemas, teatros e afins
Oito horas por dia
Capacidade: 40%