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RP deve ‘perder’ Buriti Shopping

JF PIMENTA/ARQUIVO TRIBUNA

O Buriti Shopping, empre­endimento anunciado em 2012 como a principal âncora para a revitalização da região da Baixa­da, no Centro Velho de Ribeirão Preto, não deverá mais sair do papel, como originalmente pre­visto. O Tribuna apurou, junto ao mercado ribeirão-pretano, que o projeto inicial teria sido engavetado por causa da crise econômica do país, que come­çou em 2014, se agravou nos anos seguintes e teria inviabiliza­do a iniciativa.

Outro fator para o cancela­mento, citado por uma impor­tante fonte ligada ao empreendi­mento, diz respeito à quantidade de shopping centers já instalados em Ribeirão Preto – são quatro: RibeirãoShopping, Shopping Santa Úrsula, Novo Shopping e Shopping Iguatemi –, o que tor­naria a instalação de mais um, mesmo popular, economica­mente inviável.

O projeto do Buriti Sho­pping pertence a quatro empre­sas que juridicamente se uniram e criaram uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para viabilizá-lo. A SPE é um grupo empresarial cuja atividade a ser desenvolvida é específica e bas­tante restrita. Pode, em alguns casos, ter um prazo de existên­cia determinado. Normalmente é constituída para isolar o risco financeiro do projeto.

Dados do Cartório de Re­gistro de Imóveis de Ribeirão Preto indicam que a área da antiga Cervejaria Antarctica – entre as avenidas Fábio Bar­reto e Jerônimo Gonçalves e as ruas Luiz da Cunha e Castro Alves – está registrada com o número de matrícula 40.620 e pertence a SPE Empreendi­mentos Imobiliários 201 Ltda., com sede em Goiânia.

O maior acionista é o Gru­po Terral, de Goiânia (GO), que tem 30 anos de atuação no mer­cado nacional, contando com empresas que atuam nas áreas de shopping centers, construção civil, infraestrutura, conservação asfáltica, incorporação e energia. O investimento na construção do Buriti Shopping era estimado em R$ 300 milhões.

Em resposta aos questiona­mentos do Tribuna sobre o mo­tivo do cancelamento da propos­ta inicial, o diretor de Marketing Coorportativo do Grupo Terral, Guilherme Yukio Hara, informa que em 2018 foram realizadas novas pesquisas de mercado para o Buriti Shopping Ribeirão Preto. O objetivo foi entender o atual cenário econômico da região para, após este processo, dar início à etapa de elaboração de um novo projeto.

“Este é um projeto que está nos planos da companhia, mas por se tratar de uma definição estratégica que envolve a Terral e terceiros, com base no estudo da região, oportunidade de ne­gócio e prioridades internas e externas, a diretoria entende ser mais prudente da nossa parte não oficializar a data de início e término da obra”, afirma.

O Tribuna também apurou que os proprietários do antigo prédio da Cervejaria Antarc­tica procuraram a adminis­tração municipal e que nesta quinta-feira, 14 de fevereiro, estarão reunidos para discutir o assunto. Existe a possibilida­de da apresentação de um pro­jeto de empreendimento bem menor em relação à proposta inicial ou de até colocarem a área para a venda.

Para o diretor da Associa­ção Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), Eduar­do Molina, a revitalização do Centro Velho – especificamen­te a região da Baixada – passa necessariamente pela ocupação do espaço da antiga Cervejaria Antarctica. Ele afirma que den­tro do projeto “Centro Expan­dido”, que atinge, por exemplo, a região da Vila Virgínia e da Vila Tibério, foi discutida a possibilidade de o novo Centro Administrativo ser construído em parte daquele terreno.

“Mas, por questões finan­ceiras, o projeto acabou in­viabilizado”, afirma. Molina garante que a entidade não foi procurada pelos proprietários da área, mas caso seja confir­mada a inviabilidade econô­mica do projeto inicial será preciso pensar em outro uso para o local. “Lá é uma região que tem excelente potencial estratégico, como localização e pode receber vários empre­endimentos”, diz.

Buriti Shopping
Anunciado em 2012, o pro­jeto original do Buriti Shopping, com 55 mil metros quadrados, previa, além de estabelecimentos comerciais, a instalação de um hotel e de um empreendimento imobiliário com apartamentos residenciais e salas comerciais. No total, o projeto original esti­mava investimentos de aproxi­madamente R$ 300 milhões.

Em 2015, os empreende­dores iniciaram o processo de demolição de parte da antiga Cervejaria Antarctica para preparação do terreno e inicio das obras do shopping, que deveria ter sido concluído em 2017. Foi necessária a utiliza­ção de super guindastes e ca­minhões munch para retirar os tonéis do local, uma opera­ção complicada e delicada.

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