Ribeirão Preto será responsável por 4,7% dos gastos dos brasileiros em 2018, segundo a pesquisa IPC Maps, da IPC Marketing Editora. O potencial de consumo da cidade até 31 de dezembro é de R$ 21,10 bilhões, enquanto o nacional deve chegar a R$ 4,45 trilhões, de acordo com o estudo. Mas os ribeirão-pretanos vão gastar 7,78% (cerca de R$ 1,78 bilhão) a menos do que no ano passado, quando a estimativa indicava R$ 22,88 bilhões.
O consumo per capita municipal para 2018 é estimado em R$ 30.932,05 (acima da média nacional, de R$ 23.365,89) – são cerca de 682.302 habitantes, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 31 de agosto. Ribeirão Preto também perdeu posições no ranking: é a 21ª do País e a sexta do Estado com maior potencial de gastos. No ano passado, era a 15ª do Brasil e a quarta de São Paulo. Em 2016, ocupava a 20ª colocação no ranking nacional e a sexta no paulista.
No Estado de São Paulo, Ribeirão Preto está atrás da capital (primeira nos dois rankings, com potencial estimado em R$ 348,73 bilhões), Campinas (10ª e segunda, respectivamente, com R$ 37,64 bilhões), Guarulhos (13ª e terceira, com R$ 32,74 bilhões), Santo André (17ª e quarta, com R$ 22,03 bilhões) e São Bernardo do Campo (19ª e quinta, com R$ 21,91 bilhões.)
Após um longo período de estagnação, as famílias retomam os hábitos de consumo e devem movimentar R$ 4.4 trilhões na economia até o final deste ano, o que significa um aumento real de 3% (variação de R$ 240,7 milhões) em relação a 2017. Com os recursos de volta ao bolso do consumidor, o empreendedorismo desacelera, segundo o estudo IPC Maps 2018, especializado no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com base em dados oficiais.
O trabalho conclui, ainda, que o fenômeno da interiorização, em ascensão desde 2015, começa a perder sua participação no cenário do consumo (de 55% em 2017, cai para 54% neste ano), cedendo espaço ao restante do Estado, representado pelas capitais e, principalmente, suas regiões metropolitanas, cuja evolução é da ordem de 45% para 45,8%.
Para Marcos Pazzini, responsável pela pesquisa, esse novo cenário “deve-se muito mais pelas cidades próximas das capitais, também conhecidas como cidades-dormitório, do que pelas capitais propriamente ditas, que também sofreram uma pequena redução”. De acordo com o levantamento, o perfil dos gastos nas capitais de 29,8% caiu para 29,6%.
Perfil básico – O potencial de consumo das famílias brasileiras em 2018 é de R$ 4,45 trilhões, estimando-se um índice de inflação IPCA de 3,70%. A população total registra 209,2 milhões de habitantes, com 84,7% (177,2 milhões) residindo na área urbana. O consumo per capita urbano soma R$ 23.365,89, enquanto o rural, R$ 9.511,79.
Hábitos de consumo – O IPC Maps também revela onde os consumidores gastam sua renda, trazendo um comparativo, inclusive, por classes sociais. A manutenção do lar (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás) lidera a lista de consumo, absorvendo 26,8% do mercado. Os demais itens também são básicos.
Neste campo estão alimentação (17,2% no domicílio e fora), transportes e veículo próprio (7,5%), vestuário e calçados (4,8%), materiais de construção (4,4%), recreação, cultura e viagens (3,3%), medicamentos (3,2%), eletrodomésticos e equipamentos (2,4%), educação (2,2%), higiene pessoal (2,2%), móveis e artigos do lar (1,9%), bebidas (1,2%) e artigos de limpeza (0,7%), entre outros.
Faixas etárias – A exemplo dos últimos anos, a população segue envelhecendo em 2018. Os idosos (a partir de 60 anos) já são mais de 26,9 milhões, o que significa 12,9% dos brasileiros, sendo a maioria formada por mulheres (55,7%). A faixa etária economicamente ativa, de 18 a 59 anos, equivale a 126,4 milhões, ou 60,4% do total dos habitantes. Os jovens e adolescentes, entre 10 e 17 anos, somam 26,5 milhões, sendo superados pelas crianças de até 9 anos, que representam 29,3 milhões.
Base consumidora – O perfil do consumo urbano por estratos sociais apresenta pequenas variações, mantendo em geral as características dos últimos anos. A classe B, presente em 22,3% dos domicílios, lidera o ranking, respondendo por 40,4% (cerca de 1,67 trilhão) do desembolso dos recursos. Em seguida vem a classe média (C), predominando em 48,2% das residências e movimentando 36,5% (R$ 1,51 trilhão).
No topo da pirâmide, a classe alta (A), com 2,6% dos domicílios, recupera os 13,4% (ou R$ 555,3 bilhões) registrados em 2016, contra os 12,9% de 2017. Em contrapartida, a classe D/E, reduz seus gastos de 10,3% em 2017, para 9,6% (ou R$ 396,5 bilhões) neste ano, em 27% dos domicílios. Já na área rural do País, os gastos evoluem para R$ 304,8 bilhões, ante os R$ 300 bilhões registrados em 2017.