Ribeirão Preto registrou mais 48 casos do novo coronavírus em 24 horas – quase duas a cada 60 minutos (1,8) –, e o total de pacientes infectados pelo Sars-CoV-2 na cidade saltou de 1.217 na segunda-feira (1º) para 1.261 nesta terça-feira, 2 de junho, aumento de 3,6%, segundo dados divulgados pela a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
O recorde diário de pessoas diagnosticadas com covid-19 é da última sexta-feira (29), quando a cidade registrou mais 82 casos de coronavírus. Ribeirão Preto também tem 28 mortes por covid-19. Em um mês, desde 3 de maio, quando o município contabilizava 295 casos confirmados de coronavírus, mais 966 pessoas foram infectadas pelo Sars-CoV-2, média de 321 por dia e alta de 327,4%.
Na época, Ribeirão Preto contabilizava sete mortes por covid-19 – atualmente, são 21 a mais. A Secretaria Municipal da Saúde reforça que o avanço de casos neste mês é justificado pelo aumento na capacidade de testagem do município. Até os pacientes com sintomas leves de síndrome gripal estão sendo testados nos postos do município.
A Secretaria Municipal da Saúde acrescentou às notificações e aos casos descartados também as síndromes gripais. Os pacientes que procuram atendimento no sistema de saúde do município e estão sendo testados mesmo com sintomas leves de gripe.
Atualmente, são 5.223 notificações – não houve alteração em 24 horas – e 3.641 que testaram negativo para covid-19, ou 69,71% do total. A cidade também aguarda o resultado de 321 exames que estão represados nos laboratórios (6,15%). Os 1.261 casos confirmados representam 24,14%.
Neste domingo (31), Ribeirão Preto atingiu o pico de pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) desde o início da pandemia de covid-19. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, 58 pacientes em estado grave estavam hospitalizados anteontem, 47,9% da capacidade – são 121 leitos disponíveis.
A média dos últimos sete dias foi de 47 infectados, 48,1% dos 99 leitos (o número é variável). Também havia 58 pacientes nas 30,2% das 192 vagas. A média na semana foi 55 internações, 31,3% dos 176 leitos. No caso da UTI, se a ocupação continuar a subir, a capacidade do sistema de saúde deve se esgotar em três semanas.
Recuperação
A emoção da equipe da enfermaria de Neurologia da Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto revelava que aquele plantão noturno não seria comum. A data marcou o retorno ao trabalho da técnica de enfermagem Fabiana Gabaldo, que venceu a guerra contra o coronavírus.
Afastada do trabalho há mais de um mês, ela voltou sob aplausos e comoção dos colegas que esperavam pelo seu retorno. “Não poderia estar mais feliz e emocionada”, conta a técnica de enfermagem. “Agradeço demais por tanto carinho recebido por estas pessoas tão especiais na minha vida, que Deus abençoe a todos”.
A recuperação total da técnica de enfermagem foi atestada no dia 14 de maio e ela comemorou a possibilidade de voltar à rotina de trabalho na enfermaria da UE. “Agradeço por estar voltando ao trabalho, é preciso seguir firme”, comenta. A luta vencida por Fabiana durou mais de 30 dias, 15 deles em um leito da enfermaria da UETDI.
Ela começou a sentir os primeiros sintomas do covid-19 ainda no dia 18 de abril. Afastada do trabalho, a tosse e a falta de ar foram piorando, até que ela precisou ser levada ao hospital. “Como foi difícil o isolamento, a incerteza, o sofrimento. Passam muitas coisas pela cabeça”, conta, agora recuperada.