Foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de quinta-feira, 7 de março, o decreto nº 53 que cria, em todas as secretarias e autarquias da prefeitura de Ribeirão Preto, as “Brigadas Contra o Aedes Aegypti”, equipes de trabalho que agirão no combate ao mosquito transmissor da dengue, do zika vírus, da febre chikungunya e da amarela na área urbana. Na sexta-feira (15), haverá uma ação integrada de combate ao vetor, como o mutirão de limpeza na região Oeste, área com alto índice de casos confirmados.
As equipes de trabalho serão compostas por três servidores integrantes de cada órgão municipal, que ficarão responsáveis pela vistoria periódica, em caráter permanente, do imóvel onde se localiza o órgão público, de forma a eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti. A ação foi proposta considerando o preocupante cenário epidemiológico das arboviroses como o zika vírus, a febre chikungunya e a dengue, e também o aumento de casos autóctones da doença no município nos meses de janeiro e fevereiro de 2019, demonstrando a extrema relevância do controle de criadouros do mosquito.
Ribeirão Preto não enfrenta epidemia de dengue desde 2016, quando 35.043 pessoas foram vítimas do Aedes aegypti. Porém, segundo o último Boletim Epidemiológico, divulgado no dia 6 de março, a cidade registrou 388 casos de dengue entre 1º de janeiro e 28 de fevereiro deste ano, 306 a mais do que os 82 do primeiro bimestre de 2018, alta de 373,2%. Grande parte é do sorotipo 2, que é mais forte e contra o qual a população não está imune. Há ainda 2.337 ocorrências sob investigação.
O número de vítimas do Aedes aegypti na cidade em 59 dias de 2019 já é 43,2% superior ao total do ano passado, quando Ribeirão Preto contabilizou 271 ocorrências – os dados foram atualizados em março –, com 117 pacientes a mais. Em 2017, foram registrados 246 casos, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Neste ano, dos 388 pacientes, 121 são da Zona Leste, mais 89 da Oeste, 94 da Norte, 26 da Sul, outros 45 na Central e 13 sem identificação do distrito.
A orientação do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, da Secretaria Municipal da Saúde, que está à frente da organização do trabalho, é que as vistorias sejam realizadas semanalmente. Outras atribuições das “brigadas” previstas no decreto são identificar áreas que requerem um cuidado constante por meio de um mapa de risco da edificação como um todo e atuar de forma preventiva, indicando as providências que devem ser adotadas pelo órgão público para eliminar possíveis focos de proliferação do mosquito.
Também deve divulgar para o público interno informações educativas sobre medidas para manter o ambiente livre de focos de mosquito e divulgar para o externo informações educativas sobre cuidados com o ambiente doméstico para prevenção das arboviroses. No caso de imóveis desocupados, caberá ao dirigente do órgão ou entidade responsável pela sua administração providenciar equipes de trabalho volantes para a realização das medidas previstas no decreto.
A Secretaria Municipal da Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, está intensificando a fiscalização em lugares abertos que podem servir como criadouros do Aedes aegypti. Nesta segunda-feira, 11 de março, a ação foi concentrada no pátio da Petran, na rua Patrocínio. As equipes formadas por oito agentes de Controle de Endemias realizaram um trabalho intenso nos veículos e outros objetos que possam servir de potenciais criadouros do mosquito
A ação teve o suporte de equipamento de pulverização e nebulização, que promove uma chuva de larvicida biológica, mata larvas do mosquito e elimina os focos, coadjuvante às ações de controle, preconizadas pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) do Estado. Os alvos alados, nome que se dá às larvas que já se tornaram mosquitos e estão no local, também são eliminados.
Na sexta-feira (8), as ações foram concentradas em mais de 40 desmanches de veículos em Ribeirão Preto, locais que acumulam latarias, equipamentos e lanternas, entre outros, expostos ao tempo, e podem acumular água e se transformar em potenciais criadouros do Aedes aegypti. Todos os locais foram mapeados e cadastrados pela Divisão de Vigilância Ambiental e passarão por vistoria constante, controle e eliminação dos possíveis criadouros do mosquito.