No final desta quinta-feira, 30 de janeiro, o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) reuniu-se com técnicos da Secretaria Municipal da Saúde e com o titular da pasta, Sandro Scarpelini, no Palácio Rio Branco, para tratar de medidas preventivas contra o coronavírus, que já causou 213 mortes na China e se espalhou pelo mundo. Ribeirão Preto não tem nenhuma notificação de caso suspeito.
A secretaria vai adotar, a partir de segunda-feira, 3 de fevereiro, um sistema de notificações em tempo real para agilizar a prevenção e o atendimento a eventuais casos suspeitos do novo coronavírus 2019 n-CoV na cidade. Segundo Scarpelini, a Companhia de Desenvolvimento Econômica (Coderp) vai disponibilizar o programa para toda a rede de saúde.
Até domingo (2), porém, caso surja algum caso suspeito, a notificação será feita pelo modo tradicional. “A Coderp vai informatizar de maneira que os nossos profissionais nas unidades, quando tem a suspeita, já façam a notificação em tempo real. A Vigilância Epidemiológica do município vai ficar sabendo e essa informação já sobe para o Ministério [da Saúde]”, afirma Sandro Scarpelini, alertando que os profissionais das unidades já foram orientados para o protocolo de diagnóstico e atendimento estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Serão considerados casos suspeitos as pessoas com febre, sintomas de gripe e resfriado e que, inicialmente, tenham recentemente viajado para a China. A Secretaria Municipal da Saúde vai colher secreções nasais, exame de sangue e, dependendo do caso, se for grave, será encaminhado ao hospital. Caso contrário a quarentena vai ser feita na casa do paciente.
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo informou nesta quinta-feira que descartou o caso suspeito de coronavírus em uma criança de 4 anos da capital, mas passou a investigar uma nova possível infecção, de um morador da cidade de Paulínia. Com isso, seguem em três os casos suspeitos da doença em territóorio paulista: além do caso do interior divulgado ontem, dois moradores de São Paulo continuam em análise: uma criança de 6 anos e um adulto de 33.
Os três pacientes passam bem, em quadro estável e estão em isolamento domiciliar, com restrição de contatos com pessoas e ambientes externos, de acordo com a secretaria. O paciente de Paulínia tem 45 anos e esteve na China recentemente.
Após chegar ao Brasil, passou a apresentar febre, tosse, coriza e dificuldades para respirar. Ele foi atendido em hospital privado, onde foram colhidas amostras para exame laboratorial. Os outros dois casos também têm histórico de viagem à China. O menino de 6 anos voltou do país asiático no dia 19 de janeiro e o homem, no dia 20. O caso da menina de 4 anos foi descartado porque os exames deram positivo para o vírus influenza, da gripe.
Segundo a secretaria, “os familiares dos pacientes estão orientados com relação às medidas necessárias para se prevenirem, como uso de máscaras, higienização das mãos e não compartilhamento de objetos de uso pessoal, bem como sobre os cuidados requeridos para os pacientes, que incluem hidratação e a permanência em casa, sem circulação por outros locais e evitando contato com familiares e amigos, por exemplo”.
Além dos três casos suspeitos em São Paulo, o Ministério da Saúde investiga outras seis possíveis infecções por coronavírus em cinco Estados: Minas Gerais (um), Rio de Janeiro (um), Rio Grande do Sul (dois), Paraná (1) e Ceará (um). O Ministério da Saúde brasileiro elevou de 1 para 2 o nível de alerta no País (a escala vai até 3). Agora, o País classifica a situação como perigo iminente de entrada do vírus.
O nível 3 será declarado caso alguma infecção suspeita seja confirmada.
Caso isso ocorra, o governo poderá declarar emergência em saúde pública. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou um Grupo de Emergência em Saúde Pública para monitorar e conduzir no âmbito da agência as ações referentes ao novo coronavírus. Até o momento, 43 casos foram notificados pelo Brasil. Destes, 28 já foram excluídos e noive estão sendo investigados. Não há suspeita de caso provável ou confirmado.