O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta sexta-feira, 23 de março, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Mas há um equívoco na divulgação. Segundo a pasta, Ribeirão Preto fechou o bimestre com superávit de 1.855 vagas formais, mas a soma dos resultados de janeiro (1.299) e fevereiro (524) indica 1.823. A diferença é de 32 carteiras assinadas.
Como os saldos por setores batem com os resultados dos meses, o Tribuna considera o total de 1.823 vagas. Assim, o superávit do emprego formal na cidade, no primeiro bimestre, está 433% acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 342 postos, acréscimo de 1.481 carteiras assinadas.
Somente em janeiro foram criadas 1.299 novas vagas. Em fevereiro, o ritmo de contratações desacelerou para 524, queda de 59,7%, com 775 admissões a menos. Na comparação com o segundo mês de 2017, quando foram abertos 301 postos, a alta chega a 74%, com 223 a mais. O resultado do primeiro bimestre é o melhor desde 2014, quando a cidade contratou 3.081 trabalhadores, 40,8% a mais – diferença de 1.258 carteiras assinadas.
O resultado do mês passado é fruto de 7.440 admissões e 6.916 demissões. Nos últimos doze meses, o saldo também é positivo, de 2.333 postos de trabalho – 88.143 contratações e 85.810 dispensas. O superávit de fevereiro foi puxado pelo setor de serviços, que fechou o período com 4.087 contratos e 3.737 rescisões, saldo de 350. No bimestre, o saldo é de 1.396 novas vagas (9.089 pessoas admitidas e 7.693 demitidas).
O desempenho do comércio também foi satisfatório, com 2.192 admissões e 2.075 demissões, superávit de 117. Somando os dois primeiros meses do ano, no entanto, houve déficit de 213 empregos formais, com 4.320 contratações de 4.533 dispensas. A indústria contratou 602 e dispensou 554 em fevereiro, saldo de 48. No bimestre, acumula superávit de 455 postos, com 1.559 novos contratos e 1.104 rescisões.
A agropecuária empregou 38 e demitiu 28 no mês passado, saldo de dez. No bimestre, admitiu 73 e dispensou 64, superávit de nove vagas. A construção civil fechou fevereiro no “vermelho”, com déficit de 18 vagas, fruto de 459 contratações e 477 dispensas. No ano, o resultado é positivo, com saldo de 197 carteiras assinadas, fruto de 1.177 admissões e 980 demissões.
Ribeirão Preto fechou o ano passado com saldo positivo de 915 novas vagas, o melhor resultado desde 2014, quando a cidade registrou superávit de 1.583 carteiras assinadas – fruto de 127.654 admissões e 126.071 demissões. Em 2017, os principais setores da economia ribeirão-pretana conseguiram cobrir o rombo de 3.860 postos de trabalho fechados em 2016, com a geração de 4.775 novas vagas, alta de 123,7%.
Nos últimos 15 anos, desde 2003, o melhor resultado registrado pela economia de Ribeirão Preto ocorreu em 2010, quando os principais setores contrataram 109.136 pessoas e dispensaram 94.784, superávit de 14.352. Depois vem o ano de 2011, com 118.529 empregos formais criados e 105.845 extintos, saldo de 12.864. Uma ampla pesquisa realizada pelo Núcleo de Inteligência da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), coordenado pelo economista Gabriel Couto, mostra que nos últimos dez anos, entre 2007 e 2017, a cidade acumula déficit de 5.217 empregos formais.
Salário médio – O salário médio de admissão no mercado de trabalho formal registrou queda real de 2,2% em fevereiro em relação a janeiro de 2018, para R$ 1.502,68, segundo os dados do Caged. Na comparação com fevereiro de 2017, ao contrário, houve aumento real de 2,6%. Como tem ocorrido nos últimos meses, o salário dos novos empregados ficou abaixo do que era recebido pelos trabalhadores demitidos em fevereiro. Na média, o salário dos demitidos foi de R$ 1.662,95. Os que entraram no mercado de trabalho, portanto, recebem o equivalente a 87,31% dos que foram demitidos.
Nacional – O Brasil registrou a criação de 61.188 novas vagas com carteira assinada em fevereiro de 2018, segundo dados do Caged. O resultado é o melhor para o mês desde 2014, quando foram criadas 260.823 vagas. Em fevereiro de 2017, foram criados 35.612 postos de trabalho. O resultado de fevereiro decorre de 1,274 milhão de admissões e de 1,213 milhão de demissões. O dado inclui os contratos firmados já sob as novas modalidades previstas na reforma trabalhista, como a jornada intermitente e a jornada parcial.