Uma das partes mais importantes de uma espaçonave é sua fonte de energia. Por conta disso, a Nasa optou por utilizar plutônio como elemento que vai gerar energia para rover Perseverance, que foi enviado a Marte. A previsão é de que chegue ao Planeta Vermelho em fevereiro de 2021.
O elemento químico radioativo não tem a mesma forma que é utilizada em armas nucleares e está bem protegido no caso de que algo desse errado durante o lançamento. Apesar de tudo isso, o uso de plutônio como fonte de energia de espaçonaves é algo bastante debatido.
“A Nasa gosta de explorar, e, muitas vezes, vamos a locais muito distantes, empoeirados, escuros e agressivos. Quando estamos nesse tipo de ambiente, a energia solar às vezes não fornece tudo o que precisamos. A luz simplesmente não chega”, disse June Zakrajsek, especialista em combustível nuclear do Centro de Pesquisa John H. Glenn, da Nasa.
Atualmente, algumas das missões da Nasa funcionam com base em energia solar – a InSight, uma sonda que opera atualmente no Planeta Vermelho, carrega painéis solares para se manter funcionando. A Opportunity também utiliza a mesma fonte de energia, no entanto, mostra como a energia solar pode ser falha em Marte, uma tempestade de poeira impediu que a sonda recebesse a luz para operar.
O sistema que alimenta o equipamento é chamado de Gerador Termoelétrico Multi-Missão por Radiosótopos (MMRTG) e, segundo estimativas da Nasa, deve conseguir fornecer energia suficiente para que a sonda funcione por 14 anos.
Rover deve chegar a Marte em fevereiro de 2021. Foto: Foto: Nasa / JPL-Caltech
O MMRTG implementado na Perseverance foi projetado para produzir 110 watts de potência – aproximadamente o mesmo usado por uma lâmpada. A energia emitida pelo plutônio decai e se transforma em elementos mais estáveis. Com isso, ele libera energia na forma de calor, que é convertida em eletricidade usada para alimentar todos os instrumentos do rover, além de produzir calor suficiente para proteger a sonda das noites geladas de Marte.
No entanto, colocar uma fonte nuclear em um foguete ainda exige algumas medidas de precaução. Todo o plutônio está envolvo em irídio, que conteria o material radioativo caso ele caísse de volta à Terra.
A Nasa reforça que possui equipes especializadas para coordenar qualquer resposta necessária ao aspecto nuclear da missão. Para o lançamento de hoje, a agência espacial previu uma série de possíveis dificuldades, como erros na decolagem e até problemas na órbita, o que impediria que a sonda seguisse para Marte. Felizmente, ao que parece, o voo foi bem-sucedido.
A Nasa planeja outra missão que utilizará plutônio como combustível. Chamada de Dagonfly, a agência vai lançar um equipamento em direção a Titã, uma das luas de Saturno. A sonda está programada para ser lançada em 2026.
Via: Space