Estudo realizado pelo Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) aponta as dez cidades com o maior número de roubos e furtos de celulares no Estado de São Paulo no mês de setembro. A capital paulista está no topo do ranking, com 7.836 roubos e 6.048 furtos registrados.
No ranking dos roubos, Ribeirão Preto aparece em 10º lugar, com 144 ocorrências. Na tabela dos furtos a cidade-sede da região metropolitana ocupa a sétima posição, com 83 casos. No total, a cidade registrou 227 crimes envolvendo o aparelho de telefonia móvel em setembro, quase oito por dia, um a cada três horas.
A pesquisa foi feita com base nos boletins de ocorrência divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP). Os números apresentados podem ser maiores devido às subnotificações e boletins incompletos ou com erros que são descartados durante o tratamento dos dados. Em setembro desse ano, foram registradas 23.706 ocorrências envolvendo celulares, sendo 13.097 de roubo e 10.609 de furtos no Estado.
Em comparação a agosto desse ano, houve uma queda de 3,80% nos roubos e um aumento de 13,62% nos furtos. No entanto, ao compararmos os dados de setembro com o mesmo período do ano passado, o número de ocorrências aumentou: 5,51% em relação a roubos e 52,08% em relação a furtos. O resultado indica os efeitos do aumento da circulação de pessoas, com a redução de algumas restrições no Estado de São Paulo.
Com a aproximação das festas de fim de ano, a retomada deve ganhar força nos próximos meses, o que deve impactar ainda mais nos crimes de oportunidade, normalmente cometidos contra o patrimônio. Em relação aos crimes que envolvem celulares, além do valor dos aparelhos, os criminosos buscam ter acesso a informações das vítimas para aplicar golpes.
“Os crimes contra o patrimônio são tipicamente sazonais e os últimos meses do ano são caracterizados por crescimento no número de furtos e roubos. Para este ano, o cuidado deve ser ainda maior, pois temos um elemento novo que é o crescimento dos crimes de extorsão quando do roubo de celulares, provavelmente devido à difusão do Pix”, avalia o professor Erivaldo Costa Vieira, coordenador do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fecap.
“Esse crime é grave devido à violência física e psíquica, que pode deixar sequelas irreparáveis”, emenda o professor Erivaldo Costa Vieira. Ao analisar as dez cidades com maiores taxas de roubo, elas totalizam 10.337 ocorrências, que correspondem a 78,92% do total em todo Estado. Na comparação entre os roubos de celulares registrados em 2021, até setembro, com o mesmo período do ano passado, a pesquisa aponta queda de 8,17% nas ocorrências, bem como no número de furtos, com baixa de 5,53%
Extorsão
O número de roubos de celular seguidos de extorsão aumentou no Estado de São Paulo. Levantamento feito pela Fecap aponta que os casos de agosto e setembro desse ano equivalem a 54% de todos os registros de 2021 e correspondem, em sua somatória, a um número nove vezes maior na comparação do mesmo período de 2020.
Segundo a análise, enquanto foram registrados 38 casos de roubo de celular com extorsão em 2020 – ano atípico devido às medidas de isolamento da pandemia –, o acumulado de janeiro a setembro de 2021 já conta com 83 casos registrados.
Chama atenção o aumento considerável nos meses de agosto e setembro deste ano, com o total de 45 boletins. No mesmo período do ano passado, foram registrados cinco casos desse tipo de crime. Além disso, a maioria das ocorrências foram registradas em ruas, avenidas e estradas (93%) e acontecem com maior concentração no período da noite (47,9%).