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Rotary na luta contra a pólio

TOMAZ SILVA/AG.BR.

Em 25 de julho, quarta-feira, a partir das 20 horas, o Rotary Clube 4540, da região de Ribeirão Preto, dará início à campanha “Elimine a pólio agora”. O pontapé inicial será com uma palestra de Maria Helena de Paula Ferreira Souza, presidente da Casa da Amizade de São Joaquim da Barra, cidade que atingiu meta de vacinação em 100% das crianças com até um ano de idade. O evento acontece­rá no auditório da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), na avenida Indpen­dência nº 3.670, Alto da Boa Vista, Zona Sul de Ribeirão Preto.

Após o lançamento, a cam­panha terá ações em 75 clubes de serviços de 50 cidades das imediações de Ribeirão Preto que englobam o Distrito 4540. Os rotarianos, uma família de 1.529 pessoas na região, rea­lizam ainda uma grande ação conjunta em 11 de agosto, dia da mobilização nacional da cam­panha contra a poliomielite – a popular paralisia infantil. Neste ano a campanha será de 6 a 24 de agosto. O desfecho será com o “Rotary Day (EndPolioNow)”, uma grande ação da entidade em nível mundial, programada para o dia 24 de outubro.

Preocupação
O governador assistente do Distrito 4540 do Rotary Clube, Armando Antônio de Oliveira, está preocupado com a possibilidade da volta de casos de poliomielite no Brasil e na região. “O Rotary, desde 1985, faz essa ação em nível mundial. Uma das prin­cipais ações da entidade é combater a poliomielite. Per­cebemos que o envolvimento da população nesse combate diminuiu. Já estava nos nos­sos planos iniciar essa cam­panha, mas depois da notícia de possíveis casos de pólio no Brasil e na nossa região, nos­sa atenção ampliou”, disse.

Segundo Oliveira, o Ro­tary Club observou que, na Venezuela, os casos come­çaram a surgir novamente. “Isso nos deu um alerta. Até porque muitos venezuelanos estão vindo para o Brasil pe­las dificuldades que eles en­frentam lá. Também foi ma­peado que temos 312 cidades brasileiras em situação de risco, sendo 44 em São Pau­lo”, explica. “Outra preocupa­ção é que em muitas cidades paulistas não conseguimos atingir 39% da meta de vaci­nação. É pouco. Temos que fazer essa campanha de cons­cientização e ações para am­pliar a vacinação”, finaliza.

O presidente do Rotary Clube Ribeirão Preto – Oes­te, Rogério Moreira, diz que a campanha “Elimine a pólio agora”, a ser realizada pela entidade, terá a participa­ção da Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Co­ordenadoria de Imunização da Vigilância Sanitária do Município. “No mesmo dia da palestra, a coordenadora Mayra Fernanda de Oliveira vai falar sobre a ação de imu­nização na cidade”, revela. Moreira informa que o Ro­tary divulgará sua estratégia de ação para contribuir para a mobilização da sociedade pelo fim da pólio.

Rotary International e a luta contra a pólio
A campanha do Rotary International “Elimine a pólio agora” busca mobilizar a sociedade civil, a partir dos rotarianos, pela conscientização para o fim da po­liomielite, doença que se imaginava erradicada, mas que, pontualmente, insiste em ressurgir nos locais mais inusitados.

O presidente do Rotary Clube Ribeirão Preto – Oeste, Rogério Moreira (esq.) e o governador assistente do Distrito 4540 do Rotary Clube, Armando Antônio de Oliveira, durante visita ao Tribuna para falar sobre a campanha da entidade

Segundo o Rotary, não é incomum encontrar o vírus da pólio fora do Afeganistão, Nigéria e Paquistão, os únicos países que ainda precisam erradicá-lo. Em 2014, pouco antes da Copa do Mundo trazer viajantes de todo o planeta para o Brasil, o vírus da pólio foi detectado no sistema de esgoto do Aeroporto Internacional de Viraco­pos, em Campinas, São Paulo. Usando testes genéticos, foi possível traçar sua origem até a Guiné Equatorial.

Os esforços de vacinação regulares empreendidos pelo Brasil evitaram que o vírus se alastrasse. Na Europa, em 2015, duas crianças ucranianas foram diagnosticadas com pólio, o que provavelmente significa que muitas mais foram infectadas e não apresentaram sintomas. E recentemente foi diagnosticado um caso de poliomielite na Venezuela, país que vive uma grave crise política e afeta a toda a América do Sul, com o êxodo e emigran­tes fugindo do caos econômico.

Ameaça de pólio preocupa o Brasil
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) pediu ao Ministério da Saúde informações sobre o risco enfrentado por cidades brasileiras de retorno da poliomielite. A pasta informou, em 30 de junho, que 312 cidades estão em situação de alto risco, 44 no Estado de São Paulo, em virtude das baixas coberturas vacinais. Cinco são da macrorregião de Ribeirão Preto: Ribeirão Corrente (16,22%), Cristais Paulista (20,79%), Franca (24,10%), Guariba (32,26%) e Jaboticabal (44,44%). Pelo menos 800 mil crianças estão sem proteção contra a doença no Brasil. Por meio de nota, o ministério informou que, atualmente, a cobertura vaci­nal no Brasil contra a poliomielite é de 77%.

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