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Rolando Boldrin, o padre e o prefeito

Conto sempre aqui, no nosso Tribuna Ribeirão, alguns causos de Rolando Boldrin, nosso camisa 10 nessa matéria. Esta semana, reme­xendo minhas gavetas, dei de cara com uma foto com ele em uma apre­sentação que fiz participando do Mac Dia Feliz. Boldrin veio apadrinhar o evento beneficente do McDonald’s, a convite do amigo Wander Ligabó, diretor da empresa.

Depois fomos jantar e Rolando, muito elétrico, não pode ver uma brechinha que logo manda um causo, que puxa outro e mais outro e tudo vira uma roda de causos e risadas. A mesa do restaurante virou palco, ninguém parava de rir.

Já tinha contado pra ele que minha esposa tinha nascido em São Jo­aquim da Barra, filha do sargento Paulo de Moraes Melo. Isso o deixou muito feliz. Ele fazia questão de contar coisas do Sargentão, que além de cantar muito bem, ainda tocava um violão como poucos e lhe ensinou os primeiros acordes. Dizia também que, quando menino, tinha o apeli­do de “Boy”, só não explicou o porquê.

Boldrin contou que sempre que vinha pra sua cidade, dava um jeito de vir com o amigo Goulart de Andrade, que apresentava um programa de tevê nos finais de semana, invadindo a madrugada com seu bordão “Vem comigo”. O filho dele havia se casado com uma filha do Boldrin, disse que paravam em tudo quanto é posto às margens da rodovia, o carro parecia saber o caminho e acabava chegando em São Joaquim da Barra com os dois na boleia.

Dos causos contados por ele, me lembro do criador de canários. O caboclo só vendia seus canários quando estava muito necessitado. Um belo dia decidiu se desfazer de dois, e lá foi ele pra feira de domingo, era a mais movimentada. Armou um suporte e pendurou duas gaiolas, uma de cada lado. Um dos canários soltava o gogó, cantava maravilhosamen­te, não tinha quem não parasse pra ouvir.

O outro não cantava nada, só fazia pose. Logo os passarinhos foram cercados de admiradores querendo saber o preço dos bichinhos. O tem­po foi passando e um interessado na compra dos canários perguntou o preço. O vendedor deles perguntou ao homem: “Qual deles?”

“O cantador”, respondeu o comprador. “Ah! Desse eu quero cinco mil reis”. “Tá certo” disse o comprador. “E o outro, quanto você quer?”, voltou a perguntar o sujeito. “Ah, desse aí eu quero dez mil reis”. “O que?! Como você pede cinco pro que canta e dez pro que não canta nada?”

O passarinheiro, cheio de banca, estufou o peito e respondeu: “Acontece, meu amigo, que esse aí não canta mesmo, ele é compositor!!!” Como um causo puxa outro, Rolando contou que numa cidade do interior, tinha um padre que estava há muito tempo por ali, ele fazia tudo, rezava missa, ouvia confissões, dava sermões e conhecia todos os fiéis.

Mas, uma coisa nas confissões femininas o deixava cabreiro, as mu­lheres diziam “traí meu marido”, ele achava esse termo trair muito feio e passou a combinar com elas que quando o fato acontecesse, deveriam dizer que haviam “tropeçado”. E assim a vida na igreja foi em frente, a cidade ficou sabendo esse novo fato e a mulherada tropeçando.

Um belo dia, o padre foi promovido pra uma grande cidade e não passou essa dica para o novo padre. Nas confissões, era um tal de “tropecei” sem fim, e isso o intrigava tanto que ele danou a pen­sar: “Como pode a cidade ter tantos buracos assim, que as mulheres vivem tropeçando?”

Então decidiu procurar o prefeito e o encontrou numa das ruas cen­trais, cercado de assessores, e foi logo abrindo o jogo: “Prefeito, o senhor precisa tapar os buracos da cidade, pois o povo vive tropeçando muito”. O prefeito e os assessores caíram na risada porque o sacerdote não sabia de nada. Indignado com as risadas, o padre, muito nervoso, disse: “Prefeito!!! O senhor tá rindo de quê??? Só essa semana sua mulher tropeçou trêêêêsss vezes!!!”

Poxa!!! Só queria ver a cara do prefeito.

Sexta conto mais.

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