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Esportes

Rodrigo Caio dispara contra Aguirre

Titular em boa parte das últimas temporadas no São Paulo, o zagueiro Rodrigo Caio viveu um ano para ser es­quecido. Lesões, sonho de ir à Copa do Mundo frustrado por conta de uma cirurgia e banco de reservas. Chateado, o jo­gador desabafou, colocou em xeque sua torcida pelo clube e não poupou críticas ao técnico Diego Aguirre, demitido no começo de novembro.

“Ele não dava abertura, é um cara fechado. O cara não vinha falar comigo. Nos três meses que fiquei na fisioterapia, o cara nunca foi lá perguntar como eu estava. Fiquei sem entender. Quando você monta um time para ser campeão, você tem que dar atenção para todos. Essa é a diferença dos treinadores de alto nível, é a gestão. Eu não via isso”, reclamou o jogador, em entrevista ao programa “No Ar com André Henning”, do Es­porte Interativo.

O defensor sofreu uma lesão ligamentar no pé esquerdo logo na segunda rodada do Campeo­nato Brasileiro, em partida con­tra o Ceará. Até então, era titular da equipe. Na sua ausência, os demais zagueiros – Arboleda, Anderson Martins e Bruno Al­ves – foram bem e tomaram seu espaço. Quando Rodrigo Caio voltou a ficar à disposição, já era a quarta opção. Mas um episó­dio em especial fez a relação com Aguirre estremecer.

“O Arboleda voltou da se­leção e, com desgaste, não trei­nou. Ele (Aguirre) colocou o Anderson Martins (que estava suspenso para o jogo seguinte) para treinar o tático e não me colocou. Fiquei louco da vida. Na hora que acabou o treino perguntei para o Raí o que ti­nha acontecido, disse que ali eu entendia que era algo pes­soal, porque uma coisa dessas não se faz. Falei para o Raí e para o Lugano que não iria jo­gar mais de lateral, porque eu não iria ajudar, iria atrapalhar”, relatou Rodrigo Caio.

Além disso, o zagueiro apontou que foi prejudicado por Aguirre ao ser improvisa­do na função de lateral-direi­to. “Se machucassem todos os laterais e precisasse de mim, tudo bem. Mas tinha o Ara­runa para jogar ali. Contra o Palmeiras eu joguei de lateral-direito, estava bem, mas saí no intervalo. A culpa é de quem por que perdeu? Do Rodrigo, como sempre. Esse era meu pensamento quando eles co­meçaram a me colocar de late­ral. Vai dar uma coisa errada e a culpa vai ser minha.”

Essa suposta perseguição, por sinal, fez o jogador perder o fanatismo que tinha pelo São Paulo. “Eu perdi muito dessa paixão. É normal quando você joga no seu time, mas também por tudo o que aconteceu. Eu vejo pelo meu pai. Às vezes a gente está falando do São Pau­lo e ele muda de assunto. Per­di um pouco por tudo o que passei, mas sempre vou amar e torcer pelo São Paulo. Se o cul­pado sou eu, no dia que eu sair espero que ganhe muitos títu­los”, afirmou o zagueiro.

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