O robô alemão instalado no Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, com capacidade de processar 800 exames RT-PCR da covid-19 por dia, começou a operar na manhã desta segunda-feira, 27 de julho. O equipamento irá desafogar o represamento e colocar o fluxo de resultados dentro da normalidade.
“Na semana passada, o equipamento foi montado e, a partir de hoje, iniciaremos o processamento das amostras, simultaneamente com o treinamento supervisionado dos operadores. Logo os resultados das testagem atingirão a meta proposta”, explica o médico infectologista e diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rodrigo Stabeli, que está à frente do projeto.
O secretário municipal da Saúde e presidente do Supera Parque, Sandro Scarpelini, explica que Ribeirão Preto está testando todos os pacientes com qualquer sintoma de gripe em todas as unidades de saúde da cidade, portanto, há aumento no número de diagnósticos, que chega a cinco mil exames aguardando resultados.
“O robô irá quadruplicar a capacidade de processamento de resultados, colocando-os em dia, o que possibilitará monitorar, acompanhar e orientar as pessoas infectadas e ter uma fotografia melhor do que está acontecendo. É melhor nós fazermos exames e saber o que está acontecendo para tomar as decisões mais acertadas”.
Hoje, Ribeirão Preto ainda tem mais de seis mil exames sem resultado. O deputado federal Ricardo Silva (PSB-SP) acompanhou o início das operações do robô da Fiocruz.
O início das operações ocorre após intervenção da bancada federal de Ribeirão Preto. O deputado enviou ofício à Fiocruz no dia 23 de março, requisitando a chegada do equipamento tão importante para o combate a pandemia.
“Conseguimos esse robô de última geração com recursos federais para acabar de vez com a fila de exames em Ribeirão Preto. Essa ação é essencial para podermos ter um combate efetivo a essa pandemia que tanto afeta a nossa população”, afirma.
O parlamentar visitou a instalação ao lado de Stabeli. Ele ressaltou a importância desta testagem em massa para que as medidas de isolamento tenham maior eficácia. O diretor ainda agradeceu a união de forças dos deputados para garantir a chegada do robô.
Sobre os robôs
Desenvolvidos com alta tecnologia, os robôs foram importados da Alemanha, chegaram à Fiocruz, no Rio de Janeiro, e foram trazidos a Ribeirão Preto na semana passada. O processo de automatização do equipamento permite fazer a extração e separação do RNA do vírus da secreção nasal coletada do paciente, reduzindo o processo para cerca de duas horas. De forma manual, o procedimento levava cinco horas.
Feita a separação do RNA do vírus, a próxima etapa consiste em introduzir o RNA separado em outra máquina, para mistura em substância reagente. Se a presença do vírus for positiva, a substância, em contato com o RNA, emite fluorescência microscópica.
No caso de não haver presença do vírus da covid-19, a fluorescência microscópica não é emitida. Cada placa tem capacidade de realizar cerca de 120 exames de uma vez. Atualmente, com a atual estrutura, com a coleta da secreção nasal de pacientes, a extração do RNA do vírus está sendo feita em três turnos.