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Ribeirão sediará encontro de colecionadores

Colecionar, seja lá o que for, desde selos, moedas, cartões postais e figurinhas até veícu­los antigos, é uma grande pai­xão para muitas pessoas. Em busca daquela “peça especial”, colecionadores não poupam esforços – e, muitas vezes, nem mesmo dinheiro.

Entre os dias 31 de março e 2 de abril, muitos se reunirão em Ribeirão Preto para mais uma edição do Encontro Fila­télico e Numismático, que neste ano acontece no Hotel Nacio­nal Inn (rua Duque de Caxias, 1.313 – Centro), com entrada gratuita. Será a décima edição do encontro, que desde 2019 faz parte do calendário oficial de eventos do município.

Além de colecionadores de selos (filatelistas) e moedas/cé­dulas (numismatas), o encon­tro promete reunir apaixona­dos por diversos itens.

O engenheiro Reinaldo Macedo é um deles. Há alguns anos chegou a fazer uma viagem “bate e volta” para Nova Iorque apenas para participar de um leilão de selos, mas uma das pe­ças mais queridas de sua coleção veio de forma inusitada.

Reinaldo Macedo é colecionador e vice-presidente da Federação Internacional de Filatelia (FIP) e ex-presidente da Federação Brasi­leira de Filatelia (FEBRAF)

“Estava fora do Brasil e que­ria muito um telegrama que se­ria leiloado por aqui. Dei carta branca para um amigo adquiri­-lo, mas ele não conseguiu. Para minha surpresa, poucos dias depois, no Natal, fui presente­ado pela minha esposa com a tal peça”, conta Macedo, atual vice-presidente da Federação Internacional de Filatelia (FIP) e ex-presidente da Federação Bra­sileira de Filatelia (FEBRAF).

Paixão semelhante tem o engenheiro e professor univer­sitário Leonardo Romano, mas no caso por cartões postais de estádios. Tudo começou em 1981, quando recebeu de um amigo um postal do Estádio San Siro, o famoso Giuseppe Meazza, de Milão, na Itália. De lá pra cá já são cerca de 7.000 postais. “Sou apaixonado por futebol desde garoto, herança do meu saudoso pai, e achei muito interessante ter as fo­tos dos principais estádios do mundo”, conta ele, sobre o iní­cio da coleção.

Durante o encontro da pró­xima semana, inclusive, será realizada uma reunião exclu­sivamente de apaixonados por postais, chamada de Encope. “Já temos confirmados cerca de 20 colecionadores, de vários es­tados”, revela Romano.

Primeiro encontro aconteceu em 2010
O primeiro Encontro Filatélico de Ribeirão Preto foi realizado em 2010, durante a Expofinter – Exposição Filatélica do In­terior de São Paulo. “Foi o início de tudo, bem modesto. Naquela oportunidade só tivermos colecionadores de selos”, conta o jornalista Marcio Javaroni, organizador do evento.

A numismática só ganhou espaço em 2014, na quinta edição do evento, que passou a se chamar Encontro Filatélico e Numismático de Ribeirão Preto. “Hoje, além de selos, moedas e cédulas, temos colecionadores de postais, miniaturas, cartões telefônicos, antiguidades e figuri­nhas, entre outros. É um grande encontro do colecionismo”, completa.

Serão lançados durante o evento um selo personalizado e uma cédula comemorativa em homenagem ao Encontro

Evento vai ter sorteio de selo raro, palestras e lançamentos
Entre as atrações do Encontro Filaté­lico e Numismático, que tem entrada gratuita e vai acontecer em um espaço com mais de 200 metros quadrados no Hotel Nacional Inn, estão o sorteio de um exemplar do Olho de Boi, o primeiro selo do Brasil, lançado em 1843, e de uma coleção de medalhas comemorativas da Copa do Mundo.

“Nossa grande preocupação é manter viva a raiz do colecionismo”, afirmam os comerciantes Sérgio Lanzoni e Josmar Rodrigues, que organizarão o sorteio.

Serão lançados durante o evento um selo personalizado e uma cédula comemorati­va em homenagem ao Encontro.

Também serão realizadas palestras sobre o colecionismo de moedas, cédulas e medalhas, ministradas pelo presidente da Sociedade Numismática Brasileira Gilberto Tenor, e sobre coleções de selos, por Rogério Dedivitis, presidente da Federação Brasileira de Filatelia.

A origem das coleções
O hábito de colecionar não é novo. E mais do que simplesmen­te juntar objetos, ele ajudou, ao longo do tempo, a preservar a história da humanidade.

Após estudar os motivos que levam pessoas a gastar dinheiro adquirindo “coisas velhas e os guardando em caixas e estan­tes”, o pesquisador alemão Phillip Blom escreveu o livro Ter e Manter (Record, 308 páginas), no qual explora a história de uma compulsão que remete aos tempos medievais.

Para a psicóloga Sabrina Muller, esses motivos podem ser vários, como, por exemplo, culturais, familiares, históricos e filosóficos. “O ato de juntar algo, colecionar peças, para algu­mas pessoas dá prazer, fazendo o cérebro liberar dopamina e, por consequência, trazendo sensação de bem-estar”, afirma.

Quer avaliar uma moeda, selo ou outro item? O Encontro é o lugar!
A cena é comum: de repente você encontra uma moeda perdida numa gaveta, presente do avô. A dúvida é inevitável para quem não conhece: será que ela vale algo? A resposta para a pergunta pode estar no Encontro Filatélico e Numis­mático de Ribeirão Preto.

“É muito comum as pessoas encontrarem algum item antigo e terem essa curiosidade. Até mesmo moedas em circulação, como algumas de R$ 1, podem ter um valor acima do facil”, explica Marcio Javaroni. “Como teremos colecionadores e comerciantes durante o Encontro, eles podem tirar essas e outras dúvidas, além de orientar quem queira se iniciar no mundo do colecionismo”, completa o organizador.

‘Moeda de Ribeirão’ é famosa entre os colecionadores
Contam que no final dos anos 30 um torneiro da Vila Tibério começou a “fabricar” moedas de 500 réis. De tão parecida com as originais, as moedas eram facilmente aceitas pelo mercado. A única diferença foi justamente o detalhe que teria salvado o torneiro da prisão: o ano gravado nas moedas. Naquelas hoje conhecidas como “Falsas de Ribeirão Preto” estava gravado 1929, ano no qual não foram cunhadas moedas de 500 réis. Esse argumento supostamente teria sido usado pelo advogado do engenhoso tor­neiro para que o cliente respondesse por simulação – e não falsificação – de dinheiro.

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