Após queda de 6,88% em janeiro, as vendas do comércio de Ribeirão Preto cresceram 5,8% em fevereiro na comparação com o mês anterior, depois de disparar 15,31% em dezembro em relação a novembro, impulsionadas pelo Natal e com o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário.
As informações são do levantamento realizado pelo Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido pelo Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades – e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP). “É uma importante recuperação, impulsionada principalmente pelo carnaval que sempre acaba movimentando o comércio”.
Quem garante é Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV. O resultado de janeiro interrompeu uma série de cinco meses consecutivos de alta. A última queda havia sido registrada em julho, de 0,63%. Antes, fora em janeiro do ano passado, de 0,55%.
As vendas do comércio de Ribeirão Preto cresceram 5,01% no acumulado do ano passado, na comparação com 2021, quando a alta foi de apenas 0,14% em relação ao período anterior. Considerando apenas os índices apurados com relação ao mês anterior, e não com o mesmo período do ano passado, a média de crescimento das vendas dos últimos dozes meses salta para 22,58%.
Em 2021, a alta foi de 6,29% na comparação com 2020. No ano passado, as únicas quedas ocorreram em janeiro e julho, de 0,55% e 0,63% – percentual revisado, pois a informação anterior era de 2,5% de crescimento –, respectivamente. Subiu 1,56% em dezembro, 8,75% em novembro, 5,31% em outubro, 7,19% em setembro, 3,75% em agosto, 1,14% em junho, 16% em maio, 0,6% em abril, 14,5% em março e 2,5% em fevereiro.
Empregos
No último mês de fevereiro, a média de variação entre vagas de emprego abertas e fechadas, no comércio varejista de Ribeirão Preto, teve alta de 1,7%, acompanhando o reaquecimento das vendas. O Sincovarp e a CDL também divulgaram o Índice de Confiança do Varejo, que fechou o mês passado em 2,8 pontos (ante 3,4 pontos em janeiro), classificado como de moderado para positivo.
Envolve a expectativa dos negócios para os próximos três meses (no curto prazo), considerando uma escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”. Considerando a mesma escala, o índice para os próximos doze meses (de longo prazo) ficou em 3,2 pontos em fevereiro (ante 3,6 em janeiro), considerado positivo.
“Essa queda do índice em fevereiro se deve muito a fatores como a volta da cobrança de PIS/Cofins e da Cide, para a gasolina e o etanol, o que deve gerar aumento de preços em cascata e pressão inflacionária com novas elevações da taxa de juros. Essa sequência lógica não estimula o consumo”, analisa o pesquisador.
Ainda segundo Galli Alberto, o levantamento revela que ainda há grande insegurança do Comércio Varejista em relação ao novo governo. “A expectativa dos lojistas era de que o governo apresentasse uma política econômica mais clara, que incentivasse o consumo e oferecesse um mínimo de previsibilidade, mas não é o que vem acontecendo”, explica.
Agrishow
A pesquisa também buscou mapear a expectativa do comércio local para a 28ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow 2023), que será realizada entre 1º e 5 de maio, em Ribeirão Preto. Apurou que 50% dos lojistas entrevistados esperam um impacto positivo, enquanto os outros 50% avaliam que o evento não influenciará nos negócios.
“A projeção é de que a Agrishow gere um incremento de 6,7% nas vendas, no período em que a feira será realizada. Em especial para os ramos do comércio e de serviços, ligados aos segmentos de hotelaria, bares, restaurantes, locação de imóveis para curto período, postos de combustíveis, lojas de conveniência, estacionamentos, supermercados, entre outros”, finaliza o pesquisador.