Tribuna terá edição extra impressa nesta segunda-feira, com os resultados das votações para os candidatos a prefeito e vereadores; os leitores também conhecerão a nova formação da Câmara e os prefeitos eleitos nas cidades que compõem a Região Metropolitana
Neste domingo, 15 de novembro, o eleitor ribeirão-pretano vai às urnas para escolher quem ele deseja que governe a cidade pelos próximos quatro anos. Além do prefeito, o eleitor escolherá também vinte e dois vereadores. Atualmente a cidade tem 441.845 eleitores aptos a votar. Um percentual de 1,48% superior ao eleitorado de 435.369 da última eleição municipal, em outubro de 2016 – são 6.476 a mais. Este ano, em função da pandemia do coronavírus, o horário de votação foi ampliado em uma hora. A votação acontecerá das 7h às 17h, mas as três primeiras – 7h às 10h – será destinada prioritariamente para a votação dos idosos.
O jornal Tribuna vai circular com uma edição extra que estará nas bancas desta segunda-feira (16), com todos os resultados. A edição também será entregue para os assinantes.
Estão na disputa para o cargo de prefeito nove candidatos. São eles: Duarte Nogueira (PSDB), Suely Vilela (PSB), Antônio Alberto Machado (PT), Mauro Inácio (PSOL), Luis Henrique Usai (PRTB), Fernando Chiarelli (Patriota), Emilson Roveri (Rede), Vanderley Caixe (PCdoB) e Cristiane Framartino Bezerra (MDB).
No começo da campanha eleitoral também estavam concorrendo ao Palácio Rio Branco os candidatos Rodrigo Junqueira (PSL) e Gérsio Baptista (PMN), mas eles enfrentaram problemas eleitorais em suas candidaturas e acabaram fora do páreo.
A expectativa, segundo pesquisas eleitorais, é que a eleição para prefeito tenha segundo turno com a participação do atual prefeito Duarte Nogueira. A outra vaga ainda está indefinida e tem como postulantes, segundo as pesquisas, Sueli Vilela, Cristiane Bezerra e Fernando Chiarelli.
Câmara
Para vereador a cidade teve 581 candidatos inscritos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral. Desse total, 548 candidatos tiveram o pedido para poder participar da eleição aceito e outros 15 candidatos foram indeferidos definitivamente. Oito concorrentes disputam a eleição sob judice – indeferido com recurso.
De acordo com o TSE, os candidatos que estão nessa situação poderão ter o resultado dos votos que obtiverem divulgado. O TSE afirma que a medida foi adotada para trazer mais transparência ao pleito. Entretanto, estes votos não serão computados enquanto houver a indefinição. Apenas os votos válidos, dados a candidatos ou legendas, serão contabilizados. Se ao final, o registro do candidato for deferido, os votos deles passam a ser contados como válidos e é realizado um recálculo para definição das cadeiras no Legislativo.
Ribeirão elege poucas mulheres
Elas são maioria, cerca de 54% do eleitorado em Ribeirão Preto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, esta supremacia numérica não se traduziu nos últimos setenta e dois anos em representatividade no Poder Legislativo da cidade. Pesquisa feita pelo Tribuna junto ao Portal da Câmara de Vereadores e nas dezessete legislaturas que a Casa de Leis já teve, mostra que apenas oito mulheres conseguiram se eleger desde 1948 até a mais recente eleição realizada em 2016. O levantamento revela ainda, que considerando as vezes que algumas se reelegeram, as mulheres ocuparam dezoito vezes uma cadeira no Legislativo entre 1948 e 2020. Já os vereadores homens ocuparam um total de 342 cadeiras. Vale lembrar que tanto no caso dos homens quanto das mulheres, vários foram eleitos mais de uma vez.
Outro dado que ajuda a comprovar essa pequena representatividade é o longo período em que a Câmara não teve nenhuma representante mulher. A primeira vereadora da cidade foi Evangelina de Carvalho Passig do então Partido Trabalhista Nacional (PTN), eleita em 1952 para o mandato entre os anos de 1953 e 1955.
No final de 1955, com o fim do seu mandato, a cidade ficou trinta e três anos sem uma representante no Legislativo. Algo que só voltaria a acontecer em 1992 com a eleição de Delvita Pereira Alves (PSDB), Joana Leal Garcia (PT) e Dárcy Vera (na época no PDS). Na ocasião, Dárcy era suplente e assumiu o mandato no lugar de Fernando Chiarelli, (também no PDS) cassado pela Câmara.
Pelo menos cinco vereadores não voltam em 2021
Com a diminuição no número de cadeiras de 27 para 22 na próxima legislatura, é certo que cinco dos atuais parlamentares não retornarão a Câmara para exercer um novo mandato, por mais que se esforcem na busca pelo voto do eleitor.
No ano passado, a Câmara de Ribeirão Preto definiu que a cidade terá 22 vereadores a partir da próxima legislatura (2021-2024). Na época, os parlamentares rejeitaram proposta de emenda à Lei Orgânica do Município (LOM) de autoria de Marco Antonio Di Bonifácio, o “Boni” (na época na Rede, hoje ele está no Podemos), que pretendia estabelecer 23 cadeiras. Sem a aprovação da proposta de emenda à LOM, segue valendo a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em fevereiro de 2018, a Corte Suprema definiu que a Câmara de Ribeirão Preto poderia ter 22 vereadores a partir da próxima legislatura.
Nas eleições de 2012, quando a Câmara tinha 20 parlamentares, apenas seis, ou seja 30%, conseguiram se reeleger. Já nas eleições de 2016 – época da Operação Sevandija – a Câmara tinha 22 parlamentares e nove conseguiram se reeleger. Um percentual de 40,9%.
Candidatos a prefeito e seus ‘vices’
PSDB
Prefeito: Duarte Nogueira (Nogueira)
Vice: Daniel Marques Gobbi (PP)
PSB
Prefeita: Suely Vilela (Suely)
Vice: Mateus Eduardo (Podemos)
PT
Prefeito: Antônio Alberto Machado (Machado)
Vice: Elsa de Paula Rossi
Psol
Prefeito: Mauro Inácio
Vice: Mayra Ribeiro
PRTB
Prefeito: Coronel Luis Henrique Usai (Coronel Usai)
Vice: Sueli Albanezi Gonzalez
Patriota
Prefeito: Fernando Chiarelli (Chiarelli)
Vice: Sargento Valter Vanzo Junior
Rede Sustentabilidade
Prefeito: Emilson Roveri
Vice: Luiz Mariano
PCdoB
Prefeito: Vanderley Caixe
Vice: Glauber da Silva
MDB
Prefeita: Cristiane Framartino Bezerra (Cris Bezerra)
Vice: capitão Edilson Del Vechio Filho
*Fonte: Justiça Eleitoral
Trinta e cinco países votam com urnas eletrônicas
Em todo o mundo, 35 países já utilizam urnas eletrônicas para captação e apuração de votos. O levantamento é do Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (Idea Internacional), sediado em Estocolmo, na Suécia. A lista traz nações democráticas como Suíça, Canadá, Austrália e Estados Unidos – neste caso, a adoção de sistemas eletrônicos existe em alguns estados.
Na América Latina, México e Peru também fazem uso das urnas eletrônicas. Na Ásia, além de Japão e Coreia do Sul. Há o exemplo da Índia, maior democracia do mundo em número de eleitores – mais de 800 milhões –, o país utiliza o sistema semelhante ao brasileiro, mas adaptado à realidade eleitoral local.
Com um dos mais automatizados sistemas de votação no planeta, que envolve captação, armazenamento e apuração de votos por meio da urna eletrônica, o Brasil é um dos poucos países que conseguiram expandir a forma digital de votação à quase totalidade dos eleitores.
O sistema está em funcionamento desde 1996. Para quem não sabe, já ocorreram empréstimos de urnas desenvolvidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para vários países, entre eles, República Dominicana, Costa Rica, Equador, Argentina, Guiné-Bissau, Haiti e México. O Paraguai também empregou as urnas eletrônicas brasileiras nas eleições de 2001, 2003, 2004 e 2006.
O interesse internacional em relação ao sistema eletrônico de votação brasileiro e a presença de comitivas de vários países no TSE já integra a rotina do tribunal. Nas Eleições Municipais de 2016, por exemplo, mais de 30 nações enviaram autoridades para acompanhar o pleito e conhecer o sistema brasileiro, entre as quais Angola, Bolívia, Botsuana, Coreia do Sul, Costa Rica, Estados Unidos, França, Guiné, Guiné-Bissau, Jamaica, México, Panamá, Peru, República Dominicana e Rússia.
No final de setembro de 2018, o TSE recebeu a visita de parlamentares da República da Indonésia, país que manifestou a intenção de adotar o sistema de voto eletrônico em 2024.