Desde o dia 1º de janeiro e até 30 de novembro, Ribeirão Preto registrou 17.556 casos de dengue e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 26.597 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado nesta quarta-feira, 2 de dezembro.
Neste ano, já ocorreram onze mortes na cidade, mas um caso é importado de São Simão. Até outubro haviam sido confirmados cinco óbitos e a Secretaria da Saúde aguardava o resultado de nove exames, dos quais cinco testaram positivo para dengue, chegando a dez vítimas fatais.
O número de dez vítimas fatais do Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela na área urbana – já é o maior em cinco anos (desde 2016) e também é 233% superior ao de 2019, quando três pessoas morreram em Ribeirão Preto vítimas de dengue hemorrágica.
A cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus. Apesar dos óbitos, a dengue está em queda neste segundo semestre, mesmo com Ribeirão Preto ter declarado epidemia ainda na primeira metade do ano, a sexta em onze anos.
A média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 334 dias é de 52, duas por hora (2,1). O pico do ano ocorreu entre janeiro e maio, de 102 pacientes a cada 24 horas.
Dos 17.556 casos confirmados até agora, 2.932 são de janeiro, 6.684 de fevereiro, 5.028 de março, 1.860 de abril, 803 de maio, 170 de junho, 47 de julho, 16 de agosto, onze de setembro, quatro de outubro e apenas um de novembro. No mesmo mês de 2019 foram 101, e a queda neste ano chega a 99%, ou 100 enfermos a menos.
Entre julho e novembro deste ano, o Aedes aegypti fez 79 vítimas, contra 602 do mesmo período de 2019. São 523 a menos em 2020, retração de 86,9%.Na comparação com os cinco meses anteriores, a queda é de 99,4%. São 14.466 pacientes a menos dos que os 14.545 de março a junho.
Porém, o número de vítimas do Aedes aegypti em onze meses de 2020 já está 20,9% acima das 14.520 pessoas infectadas em 2019 inteiro – os dados foram atualizados pela SMS –, com 3.036 ocorrências a mais. Neste ano, a maioria das vítimas do mosquito transmissor tem entre 20 e 39 anos (6.550).
Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (4.404), jovens de dez a 19 anos (2.777), idosos com mais de 60 anos (1.902), crianças de 5 a 9 anos (1.160), de um a quatro anos (651) e menores de um ano (112). Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Oeste (5.127), Leste (3.621), Norte (3.552), Sul (3.296) e Central (1.960) – não há ocorrências sem identificação de distrito.
Quatro vezes mais casos – Ribeirão Preto acumula 140.940 casos de dengue e pelo menos cinco grandes epidemias em quase doze anos, desde 2009. Pior: o número de vítimas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor, pode ser quatro vezes superior e passar de 563 mil, segundo a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.
Um estudo divulgado durante as últimas epidemias indica que, para cada caso confirmado da doença, outros três não são notificados. Neste caso, o número de infectados pode chegar a 563.760 pessoas em onze anos e onze meses. Ribeirão Preto não tem casos de chikungunya, zika vírus e febre amarela neste ano, mas tem quatro de sarampo confirmados – 15 já foram descartados e um está sob investigação –, segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde.
Em 2018, Ribeirão Preto registrou 271 casos de dengues. Em 2017, foram 246, o volume mais baixo dos últimos doze anos. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil registros, como em 2016 (de 35.043 casos, maior surto da história da cidade), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179). O terceiro menor registro de casos ocorreu em 2012, com 317. Ribeirão Preto também constatou 1.700 casos em 2009 e 4.689 em 2015
Foto: CDC/James Gathany
Casos de dengue
em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 14.520 casos *
2020 – 17.556 **
* Dados atualizados: eram 14.421
** São 2.932 de janeiro, 6.684 de fevereiro, 5.028 de março, 1.860 de abril, 803 de maio, 170 de junho, 47 de julho, 16 de agosto, onze de setembro, quatro de outubro e um de novembro
Total desde 2009: 140.940, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 563.760