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Ribeirão Preto regista oito casos de Mpox em 2024 

Doença ganhou status de emergência global nesse mês de agosto pela Organização Mundial da Saúde (OMS); médico infectologista do HC/RP explica o vírus e a doença   

Surto de casos declarados como emergência pela OMS são provocados por nova variante do vírus da mesma família da varíola   (Reprodução)  
Dr. Fernando Crivelenti: animais domésticos não são elo importante na transmissão da doença conhecida antigamente como “varíola dos macacos” (Alfredo Risk)

Adriana Dorazi – especial para o Tribuna

A Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto confirmou que a cidade já registrou oito casos de infecção pelo vírus Mpox, antigamente conhecido como varíola dos macacos. Em nota esclarece que nenhum desses pacientes foi contaminado com a nova cepa do vírus, considerado emergência global em saúde pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na última semana.

Não há óbitos registrados e os pacientes estão na faixa etária entre 20 e 49 anos. Para o médico infectologista Fernando Crivelenti Vilar, da Unidade Especial de Tratamento de Doenças Infecciosas (UETDI) do Hospital das Clínicas da FMRP-USP, a Mpox não tem o mesmo potencial de transmissão em massa da Covid-19.

“É um assunto sério. Nós da saúde nunca esmorecemos em relação a essa doença. Agora está mais em evidência, então é preciso que as pessoas tenham cuidado já que a transmissão é por contato com pessoas, objetos ou secreções contaminadas. O risco maior é para quem tem outras condições que fragilizam a saúde, nesses casos o vírus pode se apresentar de forma mais grave e até mesmo provocar a morte”, explica.

Membro da Comissão de Controle de Infecção Clínico Geral da Secretaria Saúde de Ribeirão Preto, o médico confirma que pacientes imunossuprimidos já receberam algumas doses da vacina que protege do Mpox no ano passado na cidade. Ainda não há confirmação se esse imunizante é eficaz contra a nova variante que está provocando aumento de infecções na África.

Crivelenti afirma que o maior problema do crescimento exponencial do número de casos, com ocorrência em mais países, é que o tempo de isolamento necessário é de pelo menos 20 dias ou até que as lesões sarem. “O nome “varíola dos macacos” é porque o vírus foi isolado inicialmente nos primatas. O macaco pode ser um hospedeiro. Agora a transmissão é entre as pessoas. Eventualmente animais domésticos podem contrair, mas não dá pra pensar que sejam um elo importante da transmissão. Em caso de suspeitas com o aparecimento de lesões é preciso atendimento veterinário”, explica.

O tratamento específico para esse vírus ainda não está disponível de forma ampla e comprovada. Para a variante que está na região o acompanhamento médico está relacionado a evolução e controle de sintomas.

Necessidade de prevenção e vigilância
Em razão do aumento significativo no número de casos em regiões fora das áreas tradicionalmente endêmicas da África, a OMS ressaltou a urgência de medidas coordenadas para conter a propagação do vírus.

O Monkeypox pertence à mesma família do vírus da varíola, erradicada em 1980. Os sintomas iniciais da Mpox incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e linfonodos inchados. Depois surge erupção cutânea que evolui para pústulas e crostas. Embora a maioria dos casos seja autolimitada, durando entre duas a quatro semanas, complicações graves podem ocorrer.

Historicamente restrita a regiões da África Central e Ocidental, a Mpox surpreendeu autoridades de saúde ao aparecer em surtos significativos na Europa, Américas e outras partes do mundo. Essa disseminação global sem precedentes desafia os sistemas de saúde pública, que precisam se adaptar rapidamente para lidar com uma doença que, até então, era considerada rara fora das áreas endêmicas.

A OMS e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos têm monitorado de perto a situação, emitindo alertas e orientações sobre prevenção e tratamento. Até o momento, milhares de casos foram registrados em mais de 50 países, levando governos a intensificarem as campanhas de conscientização e a implementação de medidas de controle.

Respostas e Desafios
Em resposta à emergência, diversos países iniciaram campanhas de vacinação utilizando imunizantes originalmente desenvolvidos contra a varíola, que demonstraram eficácia também contra a nova Mpox. No entanto, o acesso a essas vacinas ainda é limitado, o que complica os esforços para controlar a disseminação da doença em nível global.

Além da vacinação, as autoridades de saúde recomendam a adoção de medidas preventivas, como evitar o contato próximo com pessoas infectadas ou com suspeita e praticar boa higiene das mãos.  

“Identificar, monitorar e apoiar os contatos de pessoas com Mpox para prevenir a transmissão; intensificar os esforços para investigar minuciosamente casos e surtos da doença, de forma a elucidar os modos de transmissão e prevenir a transmissão a familiares e comunidades; notificar casos suspeitos, prováveis ​​e confirmados em tempo hábil e semanalmente”, recomenda a OMS.

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