Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP) do governo de São Paulo mostra que o percentual de isolamento social no estado continuava em 47% na quarta-feira, 13 de maio, mesmo índice do dia anterior, considerado insuficiente para a flexibilização das atividades econômicas e de prestação de serviços consideradas não essenciais – cidades com média abaixo de 50% devem manter a quarentena por causa da pandemia do novo coronavírus.
Na capital ficou em 48%. A taxa de isolamento social em Ribeirão Preto segue bem abaixo dos padrões. Nesta quarta-feira, continuava em 39%, mesmo índice de terça-feira. Na segunda-feira (11), estava em 40% – chegou a 38% na sexta-feira (8), subiu para 44% no dia seguinte e ficou em 48% em pleno domingo (10). Antes, o pior índice do mês havia sido constatado no dia 6, de apenas 39%, e depois foi a 41% no dia 7.
O Simi-SP faz o levantamento em mais cinco cidades da região: Barretos (44%), Bebedouro (53%), Franca (43%), Jaboticabal (43%) e Sertãozinho (48%). O ideal, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é de 70%, e o aceitável de 50%. Mapeamento feito pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp) indica que a região Central e a Zona Sul concentram mais casos confirmados de covid-19.
O movimento no calçadão continua intenso, mesmo com a maioria das lojas fechadas. A quantidade de veículos nas ruas da cidade também aumentou nos últimos dias. Muita gente sai de casa para fazer compras em supermercados e hipermercados, padarias, açougues, farmácias e drogarias. Também vai receber pagamento ou benefício e quitar contas em bancos e lotéricas, serviços essenciais autorizados a atender o público durante a pandemia do novo coronavírus, mas respeitando as regras de distanciamento e higiene.
Lockdown
Um modelo matemático desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indica que, caso o isolamento social no estado de São Paulo não aumente nos próximos dias para conter a disseminação da covid-19, a adoção de lockdown (isolamento total obrigatório) será necessária para evitar que o sistema público de saúde atinja o limite da capacidade de atendimento.
O estudo, divulgado na terça-feira (12), é baseado em um modelo matemático desenvolvido pelo professor do Instituto de Geociências da Unicamp e coordenador do Programa Especial Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp), o matemático Renato Pedrosa.
O modelo utiliza dados reais do crescimento do número de casos de covid-19 do mês de abril em São Paulo, que indicam taxa de contágio da doença de 1,49 para o estado e de 1,44 para a capital. Essa taxa significa que, no final de abril, cada 100 paulistas infectados pelo novo coronavírus transmitiam o coronavírus para 149 pessoas, em média, ao longo de um período de cerca de 7,5 dias após se contaminar.
No caso dos paulistanos, habitantes da capital, 100 deles infectavam 144 pessoas no período de 7,5 dias. A taxa de contágio é afetada diretamente pelo nível de isolamento social da localidade analisada, ou seja, quanto maior o nível de isolamento, menor é a taxa de contágio, já que, com maior isolamento, o encontro entre as pessoas diminui e, consequentemente, de transmissão da doença.