Por: Adalberto Luque
Ribeirão Preto é um dos alvos de uma operação nacional que está sendo realizada na manhã desta quarta-feira (27), para cumprir 17 mandados de prisão e 89 de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. O objetivo é desarticular uma facção criminosa, o Terceiro Comando Puro, que atua a partir de Minas Gerais.
A ação foi deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) após um trabalho realizado pelo Grupo de Combate às Organizações Criminosas da Polícia Civil de Minas Gerais. Ao longo de dois anos, os agentes investigaram a atuação de uma organização criminosa vinculada ao Terceiro Comando Puro instalada na região da comunidade Cabana do Pai Tomás, na capital mineira, com atuação não apenas naquela região (considerada a maior favela do Brasil, com mais de 70 mil habitantes), como em outras áreas do estado no tráfico de drogas, na posse e porte ilegal de armas de fogo e na lavagem de capitais.
As investigações contaram também com apoio da Polícia Militar de Minas Gerais, do Gaeco do MPMG e de agentes de inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Vários integrantes da organização, cada qual com atribuição específica, foram mapeados.
A rede de lavagem de capitais era sofisticada e, além de atividades criminosas típicas, forneciam sinal de internet, ações assistencialistas e apoio jurídico que visavam o controle e manutenção da organização criminosa no território mineiro. Contava com uma complexa rede de lavagem de capitais, principalmente do narcotráfico, na qual pessoas físicas e jurídicas de vários estados da Federação participavam do escoamento do dinheiro ilícito.
Além de Ribeirão Preto, os integrantes da força-tarefa estão cumprindo mandados nas cidades de Belo Horizonte (MG), Contagem (MG), Rio de Janeiro (RJ), Foz do Iguaçu (PR), Praia Grande (SP), São Bernardo do Campo (SP), Paranaíba (MS), Sinop (MT) e Britânia (GO).
O MPMG também obteve autorização judicial para sequestro de bens dos envolvidos. De acordo com a promotoria, as ordens judiciais de sequestro totalizam cerca de R$ 345 milhões em contas bancárias, aplicações financeiras, títulos de capitalização, cadernetas de poupança, investimentos, ações e cotas de capital dos investigados e suas pessoas jurídicas. Em Ribeirão Preto um mandado de busca foi cumprido contra um dos alvos, uma empresa localizada nos Campos Elíseos, zona Norte de Ribeirão Preto. Não foi informado o que foi apreendido e nem se houve prisão na empresa.