João Camargo
A cidade de Ribeirão Preto é a 15ª com maior taxa de letalidade por covid-19 entre os 34 municípios da Região Metropolitana, com 2,72%. Os dados são resultado de um levantamento feito pelo Tribuna, que reúne o número de casos, de óbitos e de doses aplicadas em todas as cidades da região.
Com base nesse levantamento, foi possível verificar também que as principais cidades com maior taxa de letalidade são Guatapará (5,51%), Cravinhos (5,18%), Batatais (4,86%), Altinópolis (3,94%) e Cajuru (3,87%). Essa porcentagem foi feita com base no número de mortos em relação ao total de infectados.
Em contrapartida, as cidades que possuem menor taxa de letalidade são Cássia dos Coqueiros (0,57%), Serra Azul (1,16%), Dumont (1,29%), Taiúva (1,38%) e Sales de Oliveira (1,49%).
Ribeirão Preto é o município com maior número de óbitos na região, com 2.143 registros. Na sequência aparecem as cidades de Sertãozinho (346), Mococa (160), Pontal (138) e Pitangueiras (126). Além disso, Ribeirão também se encontra na primeira colocação no número de casos de covid-19, são 78.738.
A cidade também é líder no número de doses aplicadas, com 252.453. Neste quesito, depois de Ribeirão Preto, estão Serrana (60.761), Sertãozinho (41.077), Jaboticabal (30.603) e Mococa (28.919).
Projeto S em Serrana
Vale ressaltar que, no dia 11 de abril, foi encerrada a vacinação contra a covid-19 da população que fez parte do Projeto S — estudo clínico do Butantan sobre o impacto da imunização na contenção da pandemia —, em Serrana. Com o fim da aplicação da segunda dose da vacina, a imunização da população do município alcançou 27.150 pessoas, o que indica uma cobertura vacinal de 97,9%.
O Tribuna entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Serrana e com o Instituto Butantan questionando maiores informações sobre a conclusão do estudo clínico, porém ainda não há previsão da divulgação oficial desses resultados.
No entanto, durante depoimento à CPI da Covid, na quinta-feira, 27 de maio, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, informou que, no grupo de idosos que recebeu as duplas aplicações da vacina, a redução no número de casos foi de 70%.
Covid no mundo
Em todo o mundo, já foram registrados cerca de 168,4 milhões de casos do novo coronavírus, sendo aproximadamente 3,5 milhões de mortes. No Brasil, foram contabilizados 16,2 milhões de casos e cerca de 454,4 mil óbitos.
Os dados obtidos para esse levantamento foram retirados da atualização do dia 27 de maio de 2021 do Boletim do Estado de São Paulo, cujas fontes são o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) e Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Confira a tabela completa com o número de casos, de mortes, de doses aplicadas de vacina e da taxa de letalidade de cada um dos 34 municípios da Região Metropolitana de Ribeirão Preto:
Isolamento Inteligente: Batatais é alvo de novo estudo
O Butantan iniciou em Batatais neste sábado, 29 de maio, o projeto Isolamento Inteligente. A iniciativa tem como objetivo mapear a transmissão local da covid-19 por meio da testagem para detecção do novo coronavírus, estabelecimento de contact tracing (rastreamento de casos positivos) e aplicação de uma estratégia de combate à pandemia a partir do isolamento de quem estiver com diagnóstico confirmado do vírus.
Para isso, o instituto vai fornecer aos municípios testes RT-qPCR e testes rápidos de antígeno que serão aplicados nas Unidades Básicas de Saúde, respectivamente, nos pacientes sintomáticos e nos pacientes assintomáticos que tiveram contato com pessoas com diagnóstico confirmado. As informações coletadas pelas prefeituras serão integradas à plataforma Tainá/Global Health Monitor, contribuindo para mapear a transmissão do vírus nos municípios.
Além disso, o Butantan vai realizar um inquérito domiciliar em cerca de 2 mil residências. O município será dividido em 11 regiões, denominadas clusters. Em cada cluster, haverá o sorteio de 32 residências que serão visitadas por dois agentes de saúde. Todos os moradores, sem limite de idade, poderão realizar o teste rápido de antígeno para detectar a presença do coronavírus. A cada 15 dias, um novo sorteio será realizado e novas casas serão selecionadas em cada cluster, em uma rotina que se repetirá por três meses.
As informações dos participantes do projeto serão anonimizadas e mantidas em sigilo e comporão um banco de dados capaz de auxiliar políticas públicas e estratégias locais para o isolamento eficiente, evitando alta nos casos e a necessidade da adoção de medidas restritivas mais duras.