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Ribeirão Preto – Combustíveis sobem nas bombas

A Central de Monitora­mento do Núcleo Postos Ri­beirão Preto, grupo setorial que reúne 85 revendedores da cidade e região, já havia aler­tado para reajuste nos preços do etanol e da gasolina. A explicação está no início da safra de cana-de-açúcar que enfrenta problemas com o ní­vel de sacarose (ATR) da cana para a moagem.

Nesta terça-feira, 18 de abril, o litro do álcool já era vendido entre R$ 3,89 e R$ 4,09 nos postos bandeirados do município, com média de R$ 3,99. A gasolina também avançou e custa entre R$ 5,69 e R$ 5,89 nas bombas dos franqueados, com valor mé­dio de R$ 5,79.

A qualidade da maté­ria-prima colhida na safra 2022/2023, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana­-de-açúcar processada, apre­sentou redução de 1,45% na comparação com o último ci­clo agrícola, atingindo 140,80 kg de ATR por tonelada ao final do ciclo 2022/2023. Os dados são da Indústria da Ca­na-de-Açúcar (Unica).

“Quando o ATR da cana é baixo, até atingir o nível de qualidade ideal para o for­necimento ao mercado, fica mais demorado, afeta os es­toques reguladores e assim há menos etanol disponível para a distribuição”, explica Fernando Roca, presidente do Núcleo Postos.

“E como a demanda por parte do consumidor não espe­ra, o preço acaba subindo das usinas para as distribuidoras e destas para os postos revende­dores, que necessitam repassar o aumento nas bombas”, justifi­ca. Ainda segundo Roca, desde o dia 1º o preço do etanol já re­gistrou aumento médio de 9% nas distribuidoras.

Repasse
A alta da gasolina superou a estimativa do núcleo, que previa acréscimo de R$ 0,12. O aumento ocorre porque o litro do derivado de petróleo leva 27% de etanol anidro em sua composição. Levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio­combustíveis, realizado entre 9 e 15 de abril, mostra que o litro do álcool hidratado na cidade está em R$ 3,75 (mínimo de R$ 3,58 e máximo de R$ 3,99).

Chegou a custar R$ 5,199 em 13 de novembro de 2021 – o maior valor da história des­de que a ANP passou a pes­quisar preços no município. O preço do litro da gasolina está abaixo de R$ 5,45 na maioria dos postos. Na semana pas­sada, custava, em média, R$ 5,44 (mínimo de R$ 4,85 e máximo de R$ 5,79). A pari­dade entre o etanol e a gasoli­na está em 68,9%.

Está abaixo do limite – atingiu 80,5% no final de 2021. Voltou a ser vantajoso abastecer com álcool porque esta relação não supera 70%. A gasolina aditivada custa R$ 5,58 (mínimo de R$ 5,29 e máximo de R$ 5,99). O litro do óleo diesel S-10 sai por R$ 5,87 (piso de R$ 5,39 e teto de R$ 6,49). Na semana passada, o preço médio do litro do die­sel em Ribeirão Preto era ven­dido por R$ 5,57 (mínimo de R$ 5,29 e máximo de R$ 5,89).

Média
O preço do etanol de Ribei­rão Preto está abaixo da média nacional, que é de R$ 3,90 para o derivado da cana-de-açúcar (R$ 0,15 a menos, 3,85% in­ferior). A gasolina está 1,27% mais barata na cidade, R$ 0,07 abaixo dos R$ 5,51 cobrados em grande parte do país.

O etanol ribeirão-pretano está pouco abaixo da média estadual, de R$ 3,79, apenas R$ 0,04 a menos, 1,06% infe­rior. Porém, a gasolina é mais cara em Ribeirão Preto e cus­ta 2,065% a mais, acréscimo de R$ 0,11 em relação aos R$ 5,33 da média paulista, se­gundo a ANP.

O preço do litro do diesel vendido em Ribeirão Preto está R$ 0,19 abaixo da média nacional, de R$ 5,76 (é 3,30% inferior) e R$ 0,12 aquém do valor cobrado na média dos 645 municípios paulistas, de R$ 5,69. O valor cobrado nos postos da cidade é 2,11% me­nor, segundo os dados da ANP.

Usinas
O preço do álcool combus­tível subiu nas usinas paulistas pela terceira semana seguida, após três quedas consecutivas. No dia 15 de abril, avançou 3,34%. Agora, o valor do hidra­tado está beirando R$ 2,90, mas “encostou” nos R$ 3,90 no final de 2021. Passou de R$ 2,8017 para R$ 2,8953. Acumula cor­reção de 21% desde março.

O preço do anidro – adi­cionado à gasolina em até 27% – avançou 1,91%. Fechou a semana acima de R$ 3,25. Passou de R$ 3,2076 para R$ 3,2688. Os dados foram divul­gados pelo Centro de Estu­dos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

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