Ribeirão Preto é a terra da chope… e do vinho! Impensável até pouco tempo, essa frase se consolida cada vez mais. Criada pelos empresários e apaixonados por vinhos José Renato Magdalena e Fernando Horta há dois anos, a Vinícola Terras Altas inovou e investiu em tecnologia para produzir na cidade, conhecida pelo clima quente, uma bebida fina de qualidade.
O local escolhido é uma área de 10 hectares de terras, as quais, até então, só haviam conhecido o cultivo de cana-de-açúcar. Agora, a história é outra e nelas exala aroma de frutas proeminente, coloração profunda e grande estilo.
Como todos sabem, a manutenção e plantação de uvas exigem um cuidado surpreendente, desde ao tipo de solo e o pesar da temperatura, mas isto não foi capaz de interromper o sonho de José Renato.
A explicação do surgimento do primeiro vinho ribeirão-pretano foi um sistema inovador de plantação e colheita, chamado “dupla poda”. Ele consiste, basicamente, em trazer o ciclo da uva do verão para o inverno.
“Fazemos alguns manejos operacionais e enganamos o metabolismo da planta com duas podas consecutivas, em momentos diferentes dos habituais”, explica Ricardo Baldo, engenheiro agrônomo responsável pelo projeto.
Outro ponto favorável é a nossa famosa terra roxa. “Assim como o clima, o solo tem muita influência na uva. Então, imaginamos que ele será um diferencial para o nosso produto, uma vez que agregará um paladar diferente, especialmente se falando em uvas tintas”.
Assim surgiu o vinho Entre Rios (batizado em homenagem ao nome adotado por Ribeirão Preto no final do século XIX), que teve a produção de sua primeira safra colocada à venda recentemente e esgotada em menos de 15 dias.
No final de julho foi realizada a colheita da safra 2020, a segunda da Vinícola Terras Altas. “As uvas syrah entraram em um processo completo de maturação e com uma qualidade muito especial em relação ao ano passado por conta do clima, que esteve extremamente favorável neste final de amadurecimento, por isso a gente espera fazer um grande vinho novamente”, revela Baldo.
No ano passado foram produzidas 1.800 garrafas, “uma safra tímida em razão do início de produção, de plantas com apenas dois anos de vida” como explica o engenheiro agrônomo responsável pela Vinícola Terras Altas.
Desta vez a previsão é de produzir 9.000 garrafas. “Agora tivemos a segunda safra de dois hectares e a primeira safra de outros dois hectares, totalizando quatro hectares. Esse aumento, porém, não se deve apenas ao aumento da área, mas também à estruturação da videira”, comenta Baldo, revelando que já está em plantio mais dois hectares e meio de uvas cabernet sauvignon.
Para chegar até as mesas, a safra 2020 do Entre Rios ainda deve levar cerca de um ano. “Seguimos o protocolo da escola francesa, serão cerca de oito meses de produção e mais um tempo de descanso do vinho na garrafa”.
O projeto ainda prevê, pensando no clima da cidade, criar um universo relacionado ao vinho que agregará outros produtos produzidos no local, como azeites (cujo olival já vem sendo cultivado há dois anos) e queijos de cabra da raça Saanen e de vaca Jersey.
Dessa forma, a Terras Altas Vinícola se tornará uma vinícola boutique e, portanto, mais uma atração de potencial turístico para a região. Até lá fica o convite para conhecer a Vinícola Terras Altas, que está localizada na fazenda homônima, no distrito de Bonfim Paulista, próxima ao Alphaville.