Tribuna Ribeirão
Justiça

Ribeirão-pretanos na lista – Moraes manda soltar 72 presos

JOEDSON ALVES/AG.BR.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar mais 72 presos pelos atos gol­pistas de 8 de janeiro. O novo grupo é formado por 25 mu­lheres e 47 homens. Somando 90 presos que também foram beneficiados na segunda-feira (7) pela soltura, o número de pessoas soltas nesta semana pelo ministro chega a 162, sen­do 62 do sexo feminino e 100 do masculino.

Entre os beneficiados estão o corretor de imóveis Barquet Miguel Júnior e a advogada Nara Faustino de Menezes, de Ribeirão Preto. Eles ficaram mais de 200 dias presos. Do total de detidos desde os atos de vandalismo e tentativa de golpe de Estado na Praça dos Três Poderes, 128 investigados ainda permanecem presos.

Na decisão, o ministro substituiu a prisão por medi­das cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, proi­bição de uso das redes sociais, cancelamento dos passaportes, suspensão do porte de armas e obrigação de comparecer se­manalmente à Justiça.

Os acusados respondem pelos crimes de associação criminosa, abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e crime contra o pa­trimônio público tombado. O Supremo convocou uma ses­são extraordinária do plená­rio virtual para julgar mais 72 investigados pela depredação de prédios públicos em 8 de ja­neiro. Os casos serão julgados até segunda-feira, 14 de agosto.

Na segunda-feira, 7 de agosto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de 40 acusados de participação nos atos gol­pistas de 8 de janeiro, quando centenas de bolsonaristas radi­cais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes da República. A soma das acusa­ções pode chegar a 30 anos de prisão.

Conforme documento de alegações finais enviado ao Supremo Tribunal Federal, o subprocurador Carlos Frederi­co Santos sustenta que o grupo invadiu a sede do STF, o Con­gresso e o Palácio do Planalto e deve ser condenado por as­sociação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano contra o pa­trimônio da União.

A Procuradoria-Geral da República afirma que os atos contaram com articulação prévia, por meio de envio de mensagens de convocação pelas redes sociais. Além dis­so, foi constatada a presença de CACs, grupo formado por caçadores, atiradores e colecio­nadores de armas de fogo entre os manifestantes.

A Procuradoria também estima que o ressarcimento dos prejuízos causados pela depredação nas sedes dos Três Poderes é de R$ 25 milhões, valor que engloba R$ 3,5 mi­lhões (Senado); R$ 1,1 milhão (Câmara dos Deputados, bem abaixo dos R$ 3,3 milhões ini­ciais); R$ 9 milhões (Palácio do Planalto, acima dos R$ 7,1 mi­lhões ) e R$ 11,4 milhões (Su­premo Tribunal Federal).

O STF autorizou o blo­queio de bens e valores dos supostos financiadores até o limite de R$ 40 milhões. O mi­nistro Alexandre de Moraes, do STF, concluiu as audiências de 228 acusados de envolvi­mento com os atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo a Corte, os primeiros casos serão libe­rados para julgamento em 30 dias, em setembro.

As audiências para ouvir os réus e testemunhas foram con­duzidas entre 26 de junho e 1º de agosto por juízes auxiliares do gabinete de Moraes. De acordo com os dados do STF, foram realizadas 719 oitivas, todas por videoconferência. Após cada audiência, os ad­vogados e a PGR receberam o prazo de cinco dias para anali­sar o conteúdo.

O STF já tornou 1.290 suspeitos réus pelos atos anti­democráticos de 8 de janeiro, quando centenas de bolsona­ristas radicais invadiram e de­predaram as sedes dos Três Po­deres da República. Em alguns casos os crimes imputados são mais graves, entre os quais as­sociação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado ao patrimônio da União.

Há ainda denúncias em jul­gamento relativas a incitadores dos atos golpistas. Sobretudo aqueles que acamparam por semanas em frente ao Quar­tel-General do Exército, em Brasília, local em que se pedia abertamente a intervenção militar sobre o resultado da eleição. Os crimes imputados são de associação criminosa e incitação à animosidade das Forças Armadas contra os Po­deres Constitucionais.

Dez moradores da região de Ribeirão Preto já viraram réus. São seis de Franca, dois de Ribeirão Preto, um de Gua­riba e outro de Nuporanga. Eles responderão pelos crimes de associação criminosa arma­da, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado e incitação ao crime.

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