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Ribeirão presente nas novas normas eleitorais 

Proibição de deep fakes e a responsabilização dos provedores no combate da desinformação eleitoral foram elaboradas com contribuição de professor de Direito de Ribeirão Preto (Reprodução)

Ribeirão Preto teve participação na construção das normas que devem começar a valer nas eleições municipais deste ano. Em um contexto de preparação para as eleições deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu uma série de medidas para aprimorar a regulação da propaganda eleitoral.  

Entre as principais alterações da Resolução do TSE nº 23.610, destacam-se duas que foram propostas pelo professor de Direito de Ribeirão Preto, Luiz Scarpino Júnior. São elas: a proibição das deep fakes, aquelas manipulações digitais capazes de distorcer a realidade em vídeos e áudios e a responsabilização dos provedores para coibir e reduzir a desinformação durante o processo eleitoral.  

As medidas foram construídas com base na tese de doutorado do professor, pelo Instituto Universitário Sophia (Itália), intitulada “Democracia e Fake News no processo eleitoral brasileiro: engenharia constitucional e as travas institucionais no Brasil”. 

Especialista em Direito Digital e Eleitoral, o professor uniu suas experiências com o objetivo de garantir que as eleições ocorram em um ambiente livre de manipulações e desinformação.  

“É imprescindível assegurar que as eleições transcorram em um ambiente imune a distorções e falsidades. A interdição do emprego da inteligência artificial na propagação de informações enganosas representa um avanço importante nesse sentido”, ressalta Scarpino.  

De acordo com o advogado, a utilização crescente de tecnologias de inteligência artificial tem levantado preocupações quanto à possibilidade de manipulação do eleitorado por meio da disseminação de informações falsas ou tendenciosas. Com a nova resolução, o TSE busca estabelecer limites claros para o uso dessas ferramentas durante o período eleitoral, garantindo um ambiente mais transparente e justo para os eleitores.  

Para ele, essas regulamentações não são meramente regras, mas sim um reflexo do compromisso do TSE em manter a integridade e a confiabilidade do processo democrático. “Em um contexto em que a tecnologia pode ser tanto uma ferramenta de empoderamento quanto uma arma de manipulação, tais medidas se tornam essenciais para fortalecer os alicerces da democracia”, destaca. 

De acordo com o atual presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes, essas iniciativas surgem como salvaguardas vitais para conter a disseminação de desinformação e assegurar a integridade do processo eleitoral. 

 Deep fakes nas eleições 

As deep fakes representam uma ameaça significativa devido à sua capacidade de disseminar desinformação, minar a confiança nas instituições e causar danos pessoais e profissionais às pessoas visadas.  

“Essa tecnologia, que cria vídeos falsificados convincentes com o uso de inteligência artificial, pode ser utilizada para manipular a opinião pública, influenciar eleições e semear discordância”, explica o advogado e professor especialista em Direito Digital e Eleitoral, Luiz Scarpino Júnior.  

Diante disso, segundo ele, é fundamental que governos, empresas de tecnologia e a sociedade em geral implementem medidas proativas para combater o uso malicioso das deep fakes, protegendo assim a integridade dos processos democráticos e a estabilidade social.  

A outra ponta da proposta que prevê a responsabilização dos provedores na prevenção de combate da desinformação durante as eleições é uma medida essencial para combater os efeitos prejudiciais da propagação de informações falsas, de acordo com Scarpino. “Ao exigir que esses provedores colaborem com a Justiça Eleitoral na identificação e remoção de conteúdos ilícitos, busca-se reduzir a influência negativa da desinformação no processo democrático”, afirma.  

No entanto, ele lembra que é fundamental garantir um equilíbrio entre essa responsabilização e os princípios fundamentais da liberdade de expressão e da privacidade dos usuários, além de promover a cooperação entre o setor privado, o governo e a sociedade civil, e investir em educação midiática para fortalecer a resiliência da sociedade contra a manipulação online. 

Luiz Scarpino Junior é doutor em Direitos Coletivos e Cidadania pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) e em Cultura da Unidade pelo Instituto Universitário Sophia, na Itália. Possui mestrado na mesma área e especializações em Gerente de Cidades, Direito Eleitoral e Gestão Jurídica de Empresas. Autor de vários livros, possui uma sólida formação acadêmica, complementada por sua atuação como supervisor do Curso de Direito e coordenador do Escritório de Assistência Judiciária na UNAERP, além de lecionar em diversas instituições. 

 

 

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