Uma das maiores dificuldades é precisar a divisão dos tempos. Não se tem um marco da cronografia que defina a velhice de uma cidade. Pequenos traços podem indicar uma cidade velha.
Ribeirão já acumula 164 anos. Perto de outras cidades brasileiras é nova, mas tem características de épocas da sua origem. Lembra tempos que consideramos do passado, fora desses dias, contrastando com o que vivemos. Nada que se dissesse sem valor, porque o que passou tem seu valor histórico, arquitetônico, cultural de um povo. Aqui também é assim. É a nossa memória, importante para todas as gerações. Nada impede, porém, que atualizemos nossas práticas, buscando revê-las aos critérios dos novos conhecimentos.
Por exemplo, chegou a hora de se combater hábitos ultrapassados, inadequados ao presente, dirá ao futuro das gerações que nos sucederão tão proximamente. A escala de valores que temos se modifica na medida em que o ser humano aprimora-se, evolui.
Hoje compreendemos que a preservação da natureza é da maior importância para as nossas vidas. Não se tinha essa preocupação. Muitos ainda se distanciam desse entendimento. Agem diferentemente, fora dos tempos atuais. Agridem a natureza e causam reações de repúdio.
Há algum tempo adotou-se, em Ribeirão, uma forma de se podar árvores que provoca revolta. Não é um trato para a sua conservação, renovação, correção de crescimento ou algo similar à sua própria natureza. Árvores sadias, que fazem sombra, importantes ao clima sempre de muito calor são mutiladas, destruídas, preparadas para a morte, prontas para a queda e, provavelmente, acidentes com graves proporções porque se situam em vias públicas de grande circulação de pessoas em seus veículos.
Nos referimos às podas em “V”, quando cortam o miolo das árvores (copa) na sua parte mais alta, dividindo-as, causando desequilíbrio (peso desigual) em sua estrutura natural (tronco): volumosas, muito mais quando chove (sobrecarga das águas) não resistem aos temporais e tombam perigosamente sobre o leito carroçável das ruas e avenidas, atingem veículos e pessoas. Vejam o noticiário
Fotos (Av. Presidente Vargas, Ruas Marechal Rondon, André Benedito na Nova Ribeirânia) comprovam o fato que, motivado ou não, agride a natureza, ofende a nossa consciência de proteção dos valores mais essenciais à vida na terra. Pratica-se a destruição da natureza, criminosamente, numa cidade arborizada por necessidade.
Dá para entender que a fiação da iluminação domiciliar e das ruas, desde sempre aérea, por toda a cidade, hoje colide com a natureza e fere os mais expressivos valores da vida.
Destruir a natureza é inaceitável. Assistir, passivamente, ao que se faz é avalizar a incompetência e agressividade desmedida de pessoas desinformadas, desajustadas, que deseducam os mais jovens.
Cabe ao poder público dedicar-se às providências, objetivar soluções subterrâneas, tal como cidades modernas, planejadas.
Ribeirão não tem projeto de modernização. Essa mutilação se agrava: aumenta a fiação (elétrica, telefônica, TV a cabo) e não é combatida por Prefeitura e Ministério Público Estadual. Até quando a omissão? Cidade velha também se moderniza.