A 25ª edição do Festival Tanabata só será realizada em 2020. A Associação Cultural Japonesa e a Associação Nipo-Brasileira de Ribeirão Preto divulgaram nota aos expositores informando que a “Festa das Estrelas” não vai ocorrer neste ano porque o Morro do São Bento ficou pequeno para as atuais proporções do evento.
A expectativa é de que a situação seja corrigida para os próximos anos, segundo a nota enviada aos expositores, que também pede a compreensão de todos. A Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da prefeitura de Ribeirão Preto diz que a Secretaria Municipal da Cultura foi comunicada oficialmente desta decisão nesta quarta-feira, 22 de maio.
Por meio de nota, as associações Cultural Japonesa e Nipo-Brasileira informam que não será possível realizar as adequações necessárias no Morro do São Bento. Diz o texto: “Neste ano de 2019, as associações promotoras do Festival Tanabata comunicam o público apreciador a não realização da festa no Morro do São Bento motivado pela não adequação das normas para uso do Complexo Cultural Antonio Palocci publicado no Diário Oficial Municipal no dia 10 de maio. Agradecemos a compreensão de todos os parceiros, colaboradores, patrocinadores e público em geral.”
O decreto do Executivo estabelece uma série de exigências para o uso do espaço público, considerado patrimônio cultural da cidade. As principais são estrutura montada de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), acessibilidade, container, extintor de incêndio, plano de combate a incêndios e plano de emergência e apresentação do plano de sonorização do evento, indicando os equipamentos a serem utilizados.
O Tanabata é realizado no Morro do São Bento desde 1993. Esta é a segunda vez que o evento cancelado. Em 2016, não houve festival por falta de verba e patrocinadores. Em 2017, o evento foi declarado patrimônio cultural e imaterial do povo ribeirão-pretano. Todo ano, a festa oriental recebe cerca de 70 mil pessoas durante três dias, sempre em julho.
No ano passado, o evento celebou os 110 anos da imigração japonesa no Brasil, com a chegada do navio Kasato Maru ao país, em 18 de junho de 1908. O festival traz para Ribeirão Preto um pouco da cultura japonesa. Suas tradições despertam a curiosidade e o encanto de milhares de ribeirão-pretanos, além das pessoas que moram na região.
Por meio das suas várias manifestações artísticas, omo danças folclóricas, música e seus delicados instrumentos (shamizen, shakura, artes marciais, tambores japoneses (taikô), canto (karaokê), artes plásticas (pintura, origami, kirigami, etc), arranjos florais (Ikebana), cultivo de árvores em miniaturas (bonsai) há o fortalecimento da cultura de um povo aos seus descendentes estimulando a formação de uma sociedade nipo-brasileira fortemente alicerçada na educação e na cultura.
O Festival Tanabata é uma das mais belas manifestações do folclore japonês. Sua origem data de 1.300 anos e baseia-se numa lenda chinesa nascida há mais de quanto mil anos. Conhecida como a maior festa tradicional do Japão no Brasil, é baseado em uma lenda milenar japonesa, que relata a história da princesa “Orihime” e seu amado “Kengyu”. Conta a lenda que o encontro do casal ocorre apenas uma vez por ano, no mês de julho, quando é realizado o evento.
Na mitologia japonesa, este casal é representado por estrelas situadas em lados opostos da galáxia, que realmente só são vistas juntas uma vez por ano: Vega (Orihime) e Altair (Kengyu). A história de amor entre princesa “Orihime” e seu amado “Kengyu” teve início na Corte Imperial do Japão há cerca de 1.150 anos, e lá tornou-se feriado nacional em 1603. Atualmente o Tanabata é uma das maiores festas populares do Japão. É realizado em diversas cidades, o mais tradicional é o de Miyagui, que se realiza em agosto, aproveitando as férias de verão das escolas japonesas.
Devido à grande concentração de imigrantes japoneses e descendentes em Ribeirão Preto e região, a festa foi introduzida no calendário oficial de eventos da cidade em 1994. Tem como objetivo estreitar as relações entre a colônia japonesa e a comunidade em geral, ao mesmo tempo em que desperta e reforça o interesse da sociedade na formação e transferência do conhecimento desta cultura milenar.