Ribeirão Preto registrou 3.857 casos de dengue em quatro meses deste ano, 2,66% acima dos 3.757 do primeiro quadrimestre de 2022
O número de casos de dengue em quatro meses deste ano, em Ribeirão Preto, superou o montante registrado no mesmo período de 2022 e a cidade já teme nova epidemia. O volume de chuva bateu recordes no município no verão e início de outono. Somado à falta de atenção e cuidado da população, propiciou o surgimento de criadouros e a proliferação do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela na área urbana.
Ribeirão Preto registrou 3.857 casos de dengue entre 1º de janeiro e 30 de abril, 100 a mais que os 3.757 de todo o primeiro quadrimestre de 2022, alta de 2,66%. Ainda há 10.301 em investigação. Em 2023, a cidade soma 51,55% do total do ano passado, de 7.482. São 894 ocorrências em abril, bem abaixo das 2.487 do mesmo período do ano passado, recuo de 64,05% e 1.593 a menos.
Em março são 1.712, além de 854 em fevereiro e 397 de janeiro. Não há registros em maio. O número de casos de dengue no ano passado, em Ribeirão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.482 vítimas do mosquito Aedes aegypti, contra 360 de 2021.
Morte – São 7.122 a mais em 2022 e alta de 1.978%. A média de infecções no ano passado foi de 20 pacientes por dia na cidade, quase um por hora. Neste ano é de 31. Os números mudam todo mês. O município já registrou uma morte em decorrência da doença neste ano (não há informações sobre a vítima) e uma em 2022, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Em 2021 não houve óbitos na cidade.
Em 2020, ocorreram onze mortes, mas um caso era importado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrências fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016). Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.
Faixa etária – Neste ano, das 3.857 vítimas, 1.275 pessoas têm entre 20 e 39, outras 999 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 620 estão entre 10 e 19 anos, 525 têm mais 60 anos, 297 são crianças de 5 a 9 anos, 124 têm entre 1 e 4 anos e 17 são bebês com menos de 1 ano de idade. São 1.541 casos na Zona Leste, 675 na Oeste, 541 na Norte, 524 na Central e 499 na Sul e, além de 77 sem identificação de distrito.
Em 14 anos, Ribeirão Preto já registrou 152.689 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 610.756. Em 2021, Ribeirão Preto também teve dois casos de febre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram cinco ocorrências, quatro importados. Neste ano são onze casos, seis importados.
Não há casos de zika vírus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano. Em 2019, cidade registrou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totalizando 83 desde então. Não há ocorrências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue estão dentro das casas da cidade. A prefeitura tem realizado vários mutirões para recolher criadouros do vetor, mas a população tem de colaborar.
No último sábado, 29 de abril, a Secretaria Municipal da Saúde realizou no mais um mutirão de combate à dengue e chikungunya. Foram recolhidos 520 quilos de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. As equipes de campo visitaram 2.283 imóveis (residências e terrenos baldios), onde foram encontrados e eliminados 51 focos de larvas do mosquito transmissor da dengue, e recolheram 19 pneus.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 14.520 casos
2020 – 17.606
2021 – 360
2022 – 7.482
2023 – 3.213
Total desde 2009: 152.689, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 610.756