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Revogado bloqueio do app Telegram no país

Imagem: Ivan Radic/Flickr

Atendendo a uma das de­terminações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o Telegram apagou no domingo, 20 de março, publicação feita pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, em um de seus ataques ao sistema eletrônico de votação.

No sábado, dia 19, o ma­gistrado reconheceu que a em­presa cumpriu, parcialmente, decisões por ele proferidas – e até então, ignoradas – e deu 24 horas para que a plataforma executasse os comandos res­tantes e eventualmente evitar a suspensão do aplicativo previs­ta para esta segunda-feira (21).

Ainda no domingo, Ale­xandre de Moraes revogou a ordem de bloqueio ao aplica­tivo Telegram, após o cumpri­mento de determinações da Corte que estavam pendentes. Ele havia dado prazo de 24 horas para o cumprimento de uma lista de determinações que incluía a indicação de re­presentante oficial do aplicati­vo no Brasil.

A lista ainda determinava o envio de informações sobre providências para combate à desinformação e o cumpri­mento integral de decisões que determinaram retirada de con­teúdo ou bloqueio de canal. De acordo com a nova decisão, o Telegram indicou Alan Cam­pos Elias Thomaz como repre­sentante legal no Brasil.

O aplicativo informa que ele tem acesso direto à alta ad­ministração da plataforma, “o que garantirá nossa capacida­de de responder as solicitações urgentes do tribunal e de ou­tros órgãos relevantes no Brasil em tempo hábil”. Como medi­das para combate à desinfor­mação no Brasil, o Telegram cita o monitoramento dos 100 canais mais populares no país e o acompanhamento da mí­dia brasileira.

O aplicativo destaca que vai estabelecer relações de trabalho com agências de checagem e restringir posta­gens públicas para usuários banidos por espalhar desin­formação, além de atualizar termos de serviços e promo­ver informações verificadas.

Em comunicado, o funda­dor do Telegram, Pavel Durov, voltou a se desculpar com a Corte brasileira. “Pedimos ao tribunal que permita que o Telegram continue suas ope­rações no Brasil, dando-nos a chance de demonstrar que me­lhoramos significativamente nossos procedimentos”.

Para Alexandre de Moraes, o aplicativo efetivou o cum­primento de todas as decisões. “Diante do exposto, considera­do o atendimento integral das decisões proferidas em 17 e 19 de março, revogo a decisão de completa e integral suspensão do funcionamento do Tele­gram no Brasil”. O ministro também determinou que a Agência Nacional de Teleco­municações (Anatel) e as de­mais empresas envolvidas sus­pendam as ações de bloqueio do aplicativo.

O ministro do STF havia determinado a exclusão da postagem feita pelo perfil do presidente Jair Bolsonaro em decisão proferida no âmbito do inquérito das fake news. No documento, o link lista­do por Alexandre remete à publicação em que o chefe do Executivo divulgou inquérito da Polícia Federal sobre um ataque hacker aos sistemas internos do Tribunal Supe­rior Eleitoral, em 2018.

A investigação foi solicita­da pela própria corte eleitoral, que já reiterou, diversas vezes, que nunca foram encontra­dos indícios de que o ataque tenha afetado o resultado das eleições daquele ano. A posta­gem, de 4 de agosto, afirmava: “Segue (sic) os documentos que comprovam, segundo o próprio TSE, que o sistema eleitoral brasileiro foi invadido e, portanto, é violável”.

A publicação contava com quatro links, incluindo o in­quérito da PF. Agora a men­sagem que aparece no lugar da publicação afirma: “A men­sagem não pôde ser exibida porque violou leis locais.” Na ocasião, Bolsonaro usou os documentos para fazer alega­ções falsas e sem provas sobre fraudes no sistema eletrônico de votação. O episódio inclu­sive motivou a abertura de in­quéritos no Supremo Tribunal Federal, tanto sobre o ataque às urnas quanto sobre a divulga­ção de inquérito sigiloso.

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