Duarte Nogueira *
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Os primeiros passos para a restauração do Palácio Rio Branco foram dados. O Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) aprovou, em reunião extraordinária, o projeto de restauro e, em seguida, assinamos o documento que autoriza a abertura de licitação para a realização do trabalho. São boas notícias para a preservação de um dos principais prédios históricos de Ribeirão Preto, não apenas por seu valor arquitetônico, mas também como local de importantes decisões políticas ao longo de 105 anos, de 1917 a 2022, como sede do Poder Executivo.
O projeto, desenvolvido pela empresa Corsi Arquitetura e Construções atende as necessidades atuais do edifício, construído entre 1915 e 1917 e que hoje abriga a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. A obra terá valor estimado de R$ 6 milhões e a execução será feita em dois anos, tendo como objetivo a preservação da estrutura e adequação dos espaços com acessibilidade, para se tornar multifuncional e abrigar atividades culturais.
Uma parte do projeto trata da adequação do porão para conceber o uso funcional e com acessibilidade completa, inclusive com acesso independente (elevador) voltado para a rua Duque de Caxias. A ideia é que o espaço abrigue a Escola de Arte do Bosque, que hoje está em funcionamento no Centro Cultural Palace. Também haverá adequação do sistema de climatização dos ambientes, com equipamentos atuais, permitindo a retirada de antigos aparelhos de ar condicionado instalados nas fachadas do prédio.
Após a restauração, a proposta é que o Palácio Rio Branco se transforme em um espaço multifuncional e democrático de promoção das artes, propiciando o desenvolvimento de atividades e eventos culturais e fortalecendo a memória cultural da cidade. Assim, o objetivo é que a destinação seja exclusivamente cultural, sendo que os salões do primeiro andar terão uma agenda de atividades como exposições, ações formativas de cultura, saraus e apresentações diversas.
Depois de um século servindo como sede do Poder Executivo, o Palácio Rio Branco se aproxima de se tornar um espaço dedicado totalmente à promoção da cultura, referência em Ribeirão, como um equipamento público moderno e funcional para a sociedade. Essa é a nossa demonstração de respeito a um patrimônio tão significativo para Ribeirão Preto. Poderíamos continuar a administrar a cidade nas majestosas salas do palácio, mas preferimos dar a ele uma função mais nobre para a vida de Ribeirão Preto.
O Palácio Rio Branco, teve suas obras iniciadas em 3 de agosto de 1915, sendo concluído em abril de 1917. A inauguração aconteceu em 26 de maio do mesmo ano, pelos vereadores eleitos em 30 de outubro de 1926. Em meu primeiro ano de mandato – 2017 – comemoramos 100 anos do palácio e depositamos na praça fronteiriça uma cápsula do tempo para ser resgatada em 19 de junho de 2056, quando a cidade completará 200 anos de emancipação política.
O prédio conta com dois pavimentos e um porão, tem 600 metros quadrados de área coberta, totalizando 1.800 metros quadrados de construção. O estilo de sua fachada é uma transição do barroco para o moderno, inspirado nas fachadas arquitetônicas do início do século passado na França.
O nome escolhido foi uma homenagem ao Barão do Rio Branco (José Maria da Silva Paranhos Júnior), falecido em 1912, que também ganhou uma herma na praça que fica em frente ao Palácio. Durante seus anos iniciais, o Palácio foi a sede da Câmara dos Vereadores, da Prefeitura, da Procuradoria e outros órgãos políticos.
Um prédio desta magnitude merece todo o nosso esforço para um completo restauro.
* Prefeito de Ribeirão Preto