Tribuna Ribeirão
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Resgate – Número de mortos sobe para 65 em MG

MÁRCIA FOLETTO

O número de mortos em decorrência do rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho , su­biu para 65. Segundo o tenente coronel Flávio Godinho, um dos coordenadores da opera­ção de resgate, 35 corpos foram identificados. O número de de­saparecidos chega a 279, segun­do o último boletim, divulgado na noite desta segunda-feira.

Uma equipe com cerca de dez bombeiros fez buscas no lo­cal onde foi encontrado no do­mingo à noite um ônibus. Cães farejadores e uma escavadora auxiliam nas buscas de corpos. Ainda não se sabe quantas pes­soas estavam no veículo.

Um morador de Córrego do Feijão que acompanhou o resgate disse que no local onde estava o ônibus havia uma estrada.

“Ali era um terreno mui­to baixo, há muita, muita lama,” disse.

A lama vermelha chegou ao rio Paraopeba na altura da ponte do centro da cidade de Brumadinho. O Paraopeba, dizem os moradores, era o que tinha mais peixes na região do Vale do Paraopeba, que fica entre seis serras, como Rola- Moça e da Moeda.

Ontem, o trabalho de res­gate recebeu o reforço de 136 militares de Israel, que chega­ram em Belo Horizonte, com 16 toneladas de equipamentos de alta tecnologia, como sona­res usados em submarinos para localizar pessoas em grandes profundidades. Cães farejado­res também foram enviados pelo governo de Israel. A previ­são é de que os israelenses aju­dem nas buscas durante uma semana.

Segundo o coronel Golan Vach, líder das tropas envia­das por Israel, os sonares são capazes de identificar calor e sinais de telefones celulares em uma profundidade de até quatro metros. A expectativa é que o instrumento ajude a encontrar vítimas soterradas pela lama.

Maior acidente da história
A tragédia de Brumadinho caminha para ser o maior aci­dente de trabalho da história do país, de acordo com o pro­curador-geral do Trabalho, Ro­naldo Curado Fleury. O maior acidente até agora tinha sido o desabamento de um pavilhão do parque de exposições em Gamaleira, Belo Horizonte, que matou 65 operários dos 512 que trabalhavam na obra.

“Com esse número de de­saparecidos, deve ser o maior acidente de trabalho da História do Brasil com certeza,” afirma o procurador.

O Ministério da Cidadania vai antecipar o pagamento de fe­vereiro do Bolsa Família a 1.506 famílias de Brumadinho, que estão inscritas no programa, e foram atingidas, de alguma for­ma, pela ruptura da barragem da Vale no município.

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