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Republicanos querem absolver Trump ‘rápido’

JIM BOURG

O Senado dos Estados Unidos começou na terça-feira, 21 de janeiro, o julgamento do impe­achment do presidente Donald Trump. No plenário, republica­nos e democratas travaram uma batalha para definir as regras do jogo. Os aliados de Trump têm pressa e apostam na maioria de 53 de um total de 100 senado­res para garantir um processo curto e rápido. No debate de anteontem, ne­nhuma surpresa. Adam Schiff, democrata que preside a comis­são de deputados transformados em promotores, fez um resumo do processo, anunciando uma “trifeta de violações constitucionais que justificam o impeachment”. “As evidências são avassaladoras”, disse. Do outro lado, Pat Cipollo­ne, que comanda a equipe de advogados, defendeu Trump. “A única conclusão será a de que o presidente não fez nada de erra­do”, afirmou. As discussões foram sobre as regras propostas pelo líder republicano no Senado, Mitch McConnell. Na segunda-feira, ele propôs quatro dias para exposição do caso – dois para cada lado, de­fesa e acusação. McConnell tam­bém queria vetar a convocação de testemunhas e a apresentação de novas provas. No fim, ele aceitou um meio-termo: seis dias para apresentação dos argumentos – três para cada lado – e a possível inclusão de novos elementos na etapa final do processo. Apesar de os democratas critica­rem a falta de compromisso com o julgamento, McConnell defen­deu um processo curto e rápido. Embora não haja um cronograma rígido, é possível prever que o julgamento de Trump no Senado dure cerca de três semanas, bem menos que o impeachment de Bill Clinton, em 1999, que levou cinco semanas para ser concluído. Trump é acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso. Entre julho e setembro, ele teria usado os privilégios do cargo para pressionar o governo da Ucrânia a investigar o democrata Joe Biden, pré-candidato presidencial e um dos maiores obstáculos à sua reeleição. Em seguida, quando os congressistas começaram a investigar o caso, a Casa Branca escondeu documentos e vetou o depoimento de assessores. Trump, que está na Suíça para o Fórum Econômico Mundial, voltou a dizer que o processo é “vergo­nhoso” e uma “caça às bruxas”. “Viemos (a Davos) nos reunir com os líderes do mundo e levaremos (aos EUA) negócios importantes. O resto é uma farsa. É a mesma caça às bruxas há anos e, franca­mente, é vergonhoso”, disse. Apesar dos acalorados debates no plenário, dificilmente o presidente será condenado. Para destituí-lo, são necessários dois terços do Senado – 67 votos. Como os republicanos têm uma maioria de 53 de um total de 100 senadores, Trump precisaria perder o apoio de 20 aliados, o que é considerado improvável. O processo representa um risco para senadores dos dois parti­dos. Pelo lado democrata, três disputam uma vaga de candidato presidencial nas primárias que começam em fevereiro: Amy Klo­buchar, Bernie Sanders e Elizabeth Warren. Se a discussão sobre o impeachment se arrastar no Senado, eles ficariam retidos em Washington e não poderiam fazer campanha nos Estados. Para os republicanos, os mais ameaçados são os moderados, que disputam a reeleição em no­vembro: Corey Gardner (Colorado), Lisa Murkowski (Alasca), e Susan Collins (Maine). Os senadores Lamar Alexander (Tennessee), que anunciou a aposentadoria no fim do ano, e Mitt Romney (Utah), ex­-candidato presidencial em 2012 e desafeto de Trump, são outros dois que podem mudar de lado.

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