“Muitas pessoas estão desaparecidas. É um desastre”, disse o chefe de polícia da cidade de Rongai, Joseph Kioko. Desde março, quase 170 pessoas morreram em consequência de chuvas sazonais. As inundações atingem o país, que ainda se recupera de uma seca que afetou metade de sua população.
Quase uma vila inteira foi varrida pelo lodo e água da barragem, de acordo com o policial Gideon Kibunja. Segundo autoridades, casas dentro do raio de até dois quilômetros do local foram submersas. A área tem sete barragens usadas por uma fazenda comercial, informou Keffa Mageni, funcionário de um grupo de defesa civil. Ele ressaltou que as chuvas sazonais fortes deixam as barragens sem saída.
Um morador da região disse que há outras duas represas que estão vazando e pediu ao governo que investigue a segurança dos habitantes locais. O secretário do gabinete de Interior do Quênia, Fred Matiangi, visitou a cena do desastre e afirmou que o governo iniciou investigações para determinar a estabilidade de outras seis barragens.
Mais de 225 mil quenianos foram deslocados de suas casas desde março, segundo o governo. Na semana passada, helicópteros firam mobilizados para realizar o resgate de pessoas sem lares devido às enchentes.
A explosão da barragem voltou a levantar preocupações sobre o estado da infraestrutura do país. No passado, a empresa National Construction Authority culpou os empreiteiros das obras por contornarem os códigos de construção e baratear os custos.
Em 2016, um edifício residencial em Nairóbi desmoronou durante as chuvas sazonais, matando 52 pessoas. No ano passado, a parede de um hospital colapsou pelo mesmo motivo, matando seis pessoas na cidade de Mombasa, a segunda maior do Quênia.