O ministro da Educação da Itália, Lorenzo Fioramonti, afirmou nesta quinta-feira que se demitiu, em uma carta enviada ao premiê, após o governo não elevar o financiamento para escolas e universidades no orçamento do próximo ano.
Em post no Facebook, Fioramonti confirmou que enviou a carta de demissão na noite da segunda-feira, após a aprovação final do Parlamento da lei orçamentária de 2020. A saída representa uma nova dor de cabeça para a instável coalizão de governo formada neste ano por seu partido, o anti-establishment Movimento 5 Estrelas, e o Partido Democrático, de centro-esquerda.
A coalizão se formou em agosto, a fim de impedir o controle do poder pelo líder da Liga, Matteo Salvini, de extrema direita, mas tem visões diversas sobre importantes políticas, da economia à imigração.
Fioramonti já havia ameaçado renunciar a menos que os gastos com educação fossem elevados pelo menos em 3 bilhões de euros. A meta não foi cumprida no orçamento, no momento em que o governo luta para encontrar recursos necessários para evitar uma grande elevação no imposto sobre valor agregado.
Relatório de 2018 sobre educação e treinamento, preparado pela Comissão Europeia, mostrou que a Itália gastava menos que outros países da União Europeia em educação e que o país tinha piores resultados. Por isso, a Itália corre o risco de perder 1 milhão de estudantes nos dez anos seguintes, alertava o relatório.
A renúncia de Fioramonti, contudo, não deve ter consequências políticas mais amplas. Ele se comprometeu a manter o apoio ao premiê Giuseppe Conte no Parlamento, onde o agora ex-ministro é deputado. Fonte: Associated Press.