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Remédios devem subir 10,89%

AGÊNCIA BRASIL

Os preços dos medicamen­tos devem ser reajustados em 10,89%, segundo informação divulgada nesta quarta-feira, 30 de março, pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farma­cêuticos (Sindusfarma). Este percentual é o teto que pode ser aplicado pelos fabricantes. O aumento deve entrar em vigor nesta sexta-feira, 1º de abril. O índice leva em conta a inflação e o fator Y, divulgado na terça­-feira (29) pela Câmara de Re­gulação do Mercado de Medi­camentos (CMED).

O fator Y calcula os custos de produção não captados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o indexador oficial de preços –, como variação cambial e de preços de insumos e tarifas de eletricidade. Em 2021, a infla­ção oficial foi de 10,06%. O rea­juste ainda precisa ser autoriza­do pelo governo federal.

Porém, o Sindusfarma des­taca que, pela lei, a recomposi­ção anual de preços poderá ser aplicada a partir desta quinta­-feira (31), “em cerca de 13 mil apresentações de medicamen­tos disponíveis no mercado varejista brasileiro”. Diz que os medicamentos subiram 3,75% em 2020, enquanto a inflação saltou para 15% no mesmo pe­ríodo, gerando uma defasagem de 11 pontos percentuais na re­composição dos preços.

No ano passado, o preço dos medicamentos sofreu reajuste médio de 10,08%, ante inflação de 4,52% em 2020. Entretan­to, o Conselho de Ministros da CMED aprovou três níveis de aumento: 10,08%; 8,44%; e 6,79%, que variam conforme a competitividade das marcas no mercado. O reajuste anual no setor de medicamentos acon­tece, geralmente, em abril. Em 2020, o governo suspendeu os aumentos por 60 dias em razão da pandemia de covid-19.

O Senado chegou a aprovar, em 13 de maio do ano passado, por 58 votos a seis, um projeto de lei (PL) que suspendia o reajuste de medicamentos. As farmácias teriam que retomar os preços pra­ticados até março, mas isso não ocorreu. Em 2020, o aumento autorizado foi de 5,21%, 4,22% e 3,23%. O Sindusfarma ressal­ta, no entanto, que o reajuste não é automático e nem imediato.

“A grande concorrência en­tre as empresas do setor regula os preços: medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (do­ença) são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda”, afirma, em nota. Para fazer jus ao reajuste de preços, as empresas produ­toras e importadoras de medi­camentos deverão apresentar à CMED relatório de comerciali­zação até o dia 9 de abril.

Também deverão dar ampla publicidade aos preços de seus medicamentos e as farmácias devem manter à disposição dos consumidores e dos órgãos de fiscalização as listas dos valores atualizados. Em 15 de março do ano passado, a CMD, órgão vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi­sa), havia anunciado reajuste de até 4,88% nos preços de 19 mil medicamentos para 2021 e autorizou a correção imediata de preços.

O preço de diversos medi­camentos no Brasil é tabelado. Há diferenças de valores para compras públicas e do setor privado. Muitos medicamentos isentos de prescrição, ou seja, que não exigem receita médica, têm os preços liberados dessa regulação. O Sindusfarma é a principal entidade representa­tiva da indústria farmacêutica no país, e reúne 513 empresas nacionais e internacionais que detêm mais de 95% do merca­do de medicamentos brasileiro.

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